Dados divulgados pelo Banco Central em 29.08 revelam que apenas 40,4% do déficit primário registrado em julho último é de responsabilidade do Governo Central (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais). Outros 46,8% e 12,8% são de responsabilidade da totalidade os governos estaduais e municipais, respectivamente.
Em números absolutos, o déficit primário totalizou R$4,7 bilhões, naquele mês. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais apresentaram deficits primários de R$1,9 bilhão, R$2,2 bilhões e R$603 milhões, respectivamente.
No ano, de janeiro a julho, observou-se superavit acumulado de R$24,7 bilhões; e, nos doze meses completos em julho verificou-se superavit primário de R$61,5 bilhões, equivalentes a 1,22% do PIB. Esses valores acumulados haviam totalizado de R$ 68,5 bilhões nos 12 meses completos em junho, equivalentes a 1,36% do PIB.
Juros da Dívida
Os juros incidentes sobre a dívida pública, pagos em julho último, totalizaram R$ 28 bilhões. Em junho haviam sido de R$ 18.7 bilhões. O Banco Central explica a expansão de 49.7% com a alegação do número maior de dias e, também, do resultado desfavorável nas operações de swap cambial.
Em termos acumulados no período de janeiro a julho de 2014, o pagamento de juros sobre a dívida pública totalizou R$148,2 bilhões. Em 2013, no mesmo período, R$141,5 bilhões, revelando crescimento de 4,7%.
R$ 255,6 Bi de juros pagos em 12 meses
Nos doze meses contados até julho de 2014, os juros nominais pagos totalizaram R$ 255,6 bilhões, equivalentes a 5,06% do PIB. Nos 12 meses completos em junho último o valor totalizado havia alcançado 5,0% do PIB.
O Banco Central informou também que a dívida líquida do setor público atingiu a cifra de R$ 1, 77 trilhões em julho, valor equivalente a 35,1% do PIB. Esse percentual havia sido de exatos 35,0%
Confira a seguir o texto completo do Banco Central a respeito das contas públicas
NOTA PARA A IMPRENSA - 29.8.2014
I - Resultados fiscais
O setor público consolidado registrou deficit primário de R$4,7 bilhões em julho. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais apresentaram deficits primários de R$1,9 bilhão, R$2,2 bilhões e R$603 milhões, respectivamente.
No ano, o superavit acumulado alcançou R$24,7 bilhões, ante R$54,4 bilhões no mesmo período de 2013. Considerando-se os fluxos acumulados em doze meses, o superavit primário atingiu R$61,5 bilhões (1,22% do PIB), comparativamente a R$68,5 bilhões (1,36% do PIB) em junho.
Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$28 bilhões em julho, comparativamente a R$18,7 bilhões em junho. O aumento no número de dias úteis e o resultado desfavorável das operações de swap cambial no mês contribuíram para essa elevação.
No acumulado no ano, os juros nominais atingiram R$148,2 bilhões, comparativamente a R$141,5 bilhões no mesmo período de 2013. Em doze meses, os juros nominais totalizaram R$255,6 bilhões (5,06% do PIB), elevando-se 0,06 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados por competência, foi deficitário em R$32,7 bilhões em julho. No acumulado no ano, o deficit nominal alcançou R$123,6 bilhões, comparativamente a R$87 bilhões no mesmo período do ano anterior. Nos últimos doze meses, o deficit nominal alcançou R$194,1 bilhões (3,84% do PIB), elevando-se 0,21 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
No mês, ocorreram expansões de R$40,9 bilhões na dívida mobiliária e de R$1,2 bilhão nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, contrabalançadas, parcialmente, pela redução de R$5,8 bilhões na dívida bancária líquida e de R$3,6 bilhões no financiamento externo líquido.
II - Dívida mobiliária federal
A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.082 bilhões (41,2% do PIB) em julho, registrando decréscimo de R$29,3 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu resgates líquidos de R$51,9 bilhões, acréscimo de R$0,3 bilhão em razão da depreciação cambial e incorporação de juros de R$22,4 bilhões.
Destacaram-se os resgates líquidos de R$47,9 bilhões em LTN, de R$12,1 bilhões em NTN-F e de R$2,7 bilhões em NTN-C; e as emissões de R$6,3 bilhões em LFT e de R$4,7 bilhões em NTN-B.
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a junho: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,4%; a dos títulos vinculados à taxa Selic elevou-se de 15,1% para 15,2%, pelas emissões de LFT; a dos títulos prefixados reduziu-se de 32,4% para 30,2%, pelos resgates líquidos de LTN e NTN-F; e a dos títulos indexados aos índices de preços passou de 29,2% para 29,1%. A participação das operações compromissadas aumentou de 22,6% para 24,8%, apresentando vendas líquidas de R$63,6 bilhões.
Em julho, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$178,2 bilhões, 8,6% do total, com vencimento em 2014; R$405,2 bilhões, 19,5% do total, com vencimento em 2015; e R$1.498,6 bilhões, 72% do total, vencendo a partir de janeiro de 2016.
A exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$211,5 bilhões. O resultado dessas operações (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi desfavorável ao Banco Central em R$2,6 bilhões.
III - Dívida líquida do setor público
A dívida líquida do setor público alcançou R$1.772,9 bilhões em julho (35,1% do PIB), elevando-se 0,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
No ano, a relação DLSP/PIB elevou-se 1,5 p.p. Os juros nominais apropriados e a valorização cambial de 3,2% no ano contribuíram para elevar a relação, na ordem, em 2,9 p.p. e 0,5 p.p. do PIB. Em sentido contrário, o crescimento do PIB nominal e o superavit primário contribuíram para reduzir a relação em 1,4 p.p. e 0,5 p.p. do PIB, respectivamente.
A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$2.983,1 bilhões em julho, 59% do PIB, elevando-se 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.