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Internacional

24 de Maio de 2021 as 09:05:55



LULA entrevistado por The Guardian: "Bolsonaro é um psicopata"


'Brasil é um pária global': Lula em seu plano para acabar com reinado de 'psicopata' Bolsonaro
 
Tom Phillips, para The Guardian
 
Brasil pode ser resgatado depois de ser transformado em um pária global atingido por seu "psicopata" presidente Jair Bolsonaro, o político mais bem colocado para derrotá-lo na eleição presidencial do próximo ano insistiu.
 
Em entrevista ao Guardian, o ex-líder esquerdista luiz Inácio Lula da Silva – que é amplamente cotado para desafiar Bolsonaro à presidência após recuperar seus direitos políticos – parou de confirmar explicitamente que concorreria. Mas Lula, que saiu da pobreza rural para se tornar o primeiro presidente da classe trabalhadora do Brasil,não deixou dúvidas de que estava tramando um final extraordinário para uma das carreiras políticas mais duradouras e dramáticas do mundo.
 
"Corri oito quilômetros antes desta entrevista... e eu costumo correr 9km por dia, de 2ª a 6ª feira, porque andar pelo Brasil vai ser muito difícil, muito cansativo e preciso preparar minhas pernas para resolver os problemas deste País",
 
disse Lula, ex-engraxate e líder sindical que foi presidente de 2003 até 2011.
 
"Eu vou ter 77 anos até [a eleição do ano que vem]. Pensei que era velho. Mas então eu vi Biden ganhar as eleições aos 78 anos"
 
e disse:
 
'Bem, eu sou um menino comparado com Biden, então talvez eu fique bem'."
 
Lula disse que o surto de Covid ainda violento no Brasil e a crise socioeconômica que havia gerado significavam que era muito cedo para lançar o que seria sua sexta campanha presidencial desde 1989. Mas o veterano do Partido dos Trabalhadores (PT) alegou ter a experiência e o desejo de liderar a "recuperação" do Brasil após os danos causados pela incompetência de Bolsonaro, e o faria, se seu partido e os eleitores quisessem.
 
"Eu não preciso fazer promessas. Já fiz as coisas acontecerem neste País",
 
disse Lula, 75.
 
"Uma vez que nosso partido tiver seu candidato e estivermos em modo de campanha, quero viajar pelo Brasil, visitar todos os estados, realizar debates, conversar com o povo, visitar as favelas, para os recicladores, para as pessoas LGBT... Quero falar com a sociedade brasileira para poder dizer a eles: 'É possível construir um novo país... É possível fazer este país feliz novamente".
 
As sementes para o retorno de Lula foram semeadas em março, quando um juiz do Supremo Tribunal Federal anulou a condenação por corrupção que o forçou a sair da eleição de 2018 vencida por Bolsonaro. Logo após a corte decidir que Sergio Moro, o juiz de direita que prendeu Lula antes de se filiar ao gabinete de Bolsonaro, havia tratado o ex-presidente injustamente.
 
Desde então, Lula tem se posicionado como uma alternativa confiável, moderada e otimista ao extremismo de Bolsonaro e se ocupou a reunião com corretores de poder cujo apoio será fundamental para que ele reassua a presidência em outubro próximo.
 
Pesquisas sugerem que o esquerdista está bem posicionado para derrotar Bolsonaro, que críticos acusam de devastar o meio ambiente e a economia do Brasil e de manipular catastroficamente Covído, uma doença que ele chamou de "pequena gripe". O principal pesquisador brasileiro, Datafolha, previu recentemente que Lula venceria Bolsonaro em um segundo turno por uma margem de mais de 20%.
 
"Lula é o favorito claro",
 
disse Christian Lynch, um cientista político carioca que achava que a maioria dos eleitores estava desesperada para virar a página sobre o reinado "infernal" de Bolsonaro.
 
Um Político Colossal
 
Lynch disse que muitos membros poderosos da elite política e econômica também prefeririam trabalhar com um negociador pragmático como Lula, em vez do "sectário intransigente" agora no poder. Isso significava que uma ressurreição cinematográfica estava nas cartas para Lula, um político colossal que está na linha de frente da política brasileira desde o início dos anos 1980.
 
"Ele é a fênix decorrente das cinzas. É algo épico",
 
disse Lynch.
 
Pesquisas que sugerem a ascensão de Lula parecem ter assustado Bolsonaro, 66, cujas classificações caíram para níveis recordes enquanto um inquérito no Congresso investiga sua resposta a Covid. O ex-pára-quedista tentou reunir apoiadores hardcore nas últimas semanas, organizando comícios pró-governo e rotulando Lula de "bandido de nove dedos" e "filho de Satanás".
 
Lula riu desses insultos como palavras de um rival nervoso.
 
"Nos últimos dois ou três anos Bolsonaro mal pronunciou meu nome porque achava que eu estava fora do jogo – e agora, de repente, ele percebe que estou segurando todas as melhores cartas e se isso fosse pôquer ele já teria perdido",
 
disse o ex-presidente com um sorriso.
 
Lula disse que era muito velho para se envolver em confusão com seu adversário:
 
"Você não está lidando com um ser humano normal. Você está lidando com um psicopata, que não tem a menor capacidade de governar."
 
Mas o ícone esquerdista foi contundente sobre a administração "genocida" de Bolsonaro de uma epidemia de Covídio que matou quase 450 mil brasileiros, incluindo a sogra de Lula.
 
"Ele poderia ter evitado metade dessas mortes",
 
afirmou Lula, prevendo que Bolsonaro acabaria sendo responsabilizado por sua sabotagem anti-científica de medidas de contenção, como o distanciamento físico e o uso de máscaras. Se esse acerto não veio através do impeachment ou do inquérito do Congresso,
 
"não tenho dúvidas de que ele não escapará de ser julgado pelo povo brasileiro em 2022",
 
disse Lula.
 
"Marque minhas palavras... Não será Lula quem derrotar Bolsonaro. Não será nenhum candidato que derrote Bolsonaro. Será o povo brasileiro que se libertará de Bolsonaro."
 
Lula, um estadista internacional enérgico que promoveu o Brasil como um campeão progressista do mundo em desenvolvimento e líder em questões ambientais e climáticas,também atacou duramente a política externa de Bolsonaro. Após assumir o cargo em janeiro de 2019, Bolsonaro abraçou Donald Trump e alienou um elenco de líderes mundiais, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o líder chinês, Xi Jinping, e Joe Biden, cuja vitória Bolsonaro levou 38 dias para reconhecer.
 
"Hoje, o Brasil é um pária global. Não há país com credibilidade que goste do Brasil. Não há país que queira receber o presidente brasileiro e nenhum presidente que queira vir aqui",
 
reclamou Lula, que recentemente se reuniu com os enviados britânicos, alemães e sul-africanos em um esforço para reconstruir pontes com o mundo.
 
"O Brasil é um país que pode se dar bem com todo mundo", disse. "Eu até disse ao embaixador britânico que Boris Johnson pode se preparar, porque se eu for para o Reino Unido ele terá que fazer uma corrida de bicicleta comigo em Londres – e mostrarei a ele que sou um ciclista competente",
 
brincou, alegando que também tinha gostado de "relacionamentos maravilhosos" com os líderes trabalhistas Tony Blair e Gordon Brown.
 
Confira a íntegra da matéria em The Guardian, em inglês, no link a seguir:
 


Fonte: THE GUARDIAN. Tradução e copidescagem da Redação JF





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