Ibovespa fechou na mínima do dia, mas com baixo volume.
Agentes aguardam novas medidas domésticas.
Bolsas
Destoando das principais bolsas mundiais, o Ibovespa terminou aos 49.722 pts (-0,82%), perdendo 4,02% na semana e acumulando -7,77% no mês, +14,70% no ano e -9,43% em 12 meses.
Contribuíram especialmente para este resultado as companhias ligadas às commodities metálicas (CSNA3, GGBR4, GOAU4, USIM5, VALE3 e VALE5) que tiveram desvalorização média, por empresa na semana, de -10,7%.
Exceção feita hoje aos dois papéis da Gerdau, que apresentaram valorização após anúncio da venda de uma empresa produtora de aços especiais na Espanha, pelo equivalente à R$ 615 milhões, com a possibilidade de 45 milhões de euros adicionais ao final de cinco anos.
A transação foi bem recebida pelo mercado, por sinalizar uma tomada do foco em negócios mais rentáveis e pelo natural alívio de caixa com os recursos advindos da venda.
Ainda na mesma temática, o maior impacto negativo no Ibovespa, em função da participação no Índice, foi causado pela Vale, que sofre com a crônica desvalorização do minério de ferro, por sua vez, fruto do excesso de oferta nos mercados asiáticos.
Outra queda relevante foi a da MRV que, apesar da baixa representatividade no índice (0,36%), exibiu a segunda maior queda, -4,46% (com mínima de -7,6%), com o temor de que as contratações da terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida estariam suspensas. No entanto, o Ministério das Cidades, em comunicado, afirmou que não há suspensão no programa.
Câmbio
O dólar abriu na máxima e fechou em -1,18%, sem atuação do BC pelo segundo dia seguido. No exterior, a tônica foi semelhante, com a divisa norte-americana se enfraquecendo frente a 10 de 16 principais moedas globais (DIX Index -0,80% na semana).
Ontem, a moeda apresentou valorização expressiva, após a divulgação da súmula do FED com propensão de aumento dos juros no curto prazo. No entanto, hoje, pareceu haver um reposicionamento do mercado de moedas e ações, entendendo que o tom hawkish do FED fora exagerado.
Mercado de Juros
O cenário externo mais tranquilo e o dólar em queda ante o real, permitiram às taxas de médio e longo prazo que se retraíssem, enquanto as de curto prazo não se alteraram.
A divulgação do IPCA-15 de 0,86%, acima das expectativas, foi o gatilho para arrefecimento das taxas.
Na visão do mercado, inflação ainda elevada posterga uma possível decisão de aumento da SELIC para as reuniões de agosto ou outubro.
Agenda
Especial atenção aos desdobramento do anúncio feito há pouco minutos pelo Ministro da Fazenda, da nova meta fiscal, com déficit previsto de R$ 170,5 bilhões nas contas de 2016 do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), ante superávit previsto na LDO de R$ 24 bilhões.
O ministro também ressaltou que a projeção exclui alta de receitas e corte de despesas que dependam da aprovação de ações legislativas, isto é, criações de novos impostos. A Câmara de Deputados poderá votar a alteração já na próxima 3ª feira,24.05.
Confira no anexo aíntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 20.05.2016, elaborado por JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS.
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