CSN - Resultados no 1º Trimestre/2016
Alavancagem ainda cresce; maiores volumes vendidos em ambos segmentos de S&M
13.05.2016
Apesar das notícias negativas na indústria siderúrgica, não apenas no mercado doméstico, mas também internacional, a CSN apresentou resultados crescentes no primeiro trimestre do ano.
Maiores volumes vendidos em ambos os segmentos, de mineração e siderurgia (+10% e +25% T/T, respectivamente) contribuíram para incremento na receita consolidada, que somou R$ 3.844 milhões (+4,5% T/T).
O EBITDA também cresceu comparado ao trimestre anterior, e veio em R$ 733 milhões (+6,9%), com a margem maior em 2,1 p.p., para 18,1%. O aspecto negativo fica com o nível de alavancagem da companhia que, uma vez mais, subiu, chegando a 8,7x de Dívida Líquida/EBITDA ajustada.
Aço
desempenho positivo num ambiente desafiador. Ao contrário do que se observou nos trimestres anteriores, a performance do segmento de aço veio positiva, derivada de maiores vendas no exterior e um melhor mix de produtos.
O volume de vendas no MI ficou estável, apresentando uma leve alta de 0,9% T/T com laminados quentes subindo 6,3% e galvanizados, 8,8%.
No ME, a participação dos produtos galvanizados elevou-se de 39% para 44%, aumentando 41% em volume, contribuindo para uma elevação de 22,6% T/T no volume total de aço vendido.
A receita líquida, consequentemente, subiu 8,9% T/T a R$ 2.809 milhões. O EBITDA teve um aumento de 89%, para R$ 420 milhões - após uma fraca performance no segmento no 4T15 – e, representou 57.3% do EBITDA consolidado. Desta forma, a margem EBITDA alcançou 15%, 6.0 p.p. acima do trimestre anterior.
Mineração: receita menor, apesar de maiores volumes vendidos.
A produção total apresentou uma redução de 8,7% T/T, para 7.943 ktons. As vendas totais, inversamente, alcançaram 8.295 ktons, 24,6% acima do 4T15.
Contudo, não foi suficiente para compensar o menor volume de embarques ao mercado externo, que caiu 12% no mesmo período, apesar de melhores dados da China com relação a disponibilidade de crédito e atividades de construção.
Como resultado, a receita total fechou em R$ 777 milhões, uma queda de 14,3% T/T. O EBITDA ajustado recuou, ficando em R$ 283 milhões, 27,8% abaixo do trimestre anterior (-7.0 p.p.). O fato positivo ficou com o custo caixa do minério de ferro entregue na China, que chegou a USD 31,2/t ante USD 33,3/t no 4T15, uma queda de 6%.
Resultado Financeiro e Alavancagem.
O resultado financeiro totalizou R$ 986 milhões negativos devido a
(i) despesas financeiras de R$ 890 milhões,
(ii) variação cambial que impactou negativamente em R$ 329 milhões e,
(iii) receita financeira de R$ 251 milhões.
O resultado patrimonial contribuiu positivamente com R$ 45 milhões aos resultados da companhia, sendo R$ 61 milhões advindos da participação na MRS.
Em relação ao endividamento, a dívida bruta caiu 6,3% para R$ 33.126 milhões, porém a dívida líquida ficou estável em R$ 26.654 milhões. Devido a uma menor posição de caixa no período, a alavancagem ficou em 8,7x de dívida líquida/ EBITDA, alcançando níveis preocupantes.
Outlook.
A CSN tem apresentado melhorias, trimestre a trimestre, nas suas linhas de negócios, apesar do desempenho ainda negativo no aço e uma leve melhora no segmento de minério.
De acordo com o management, as perspectivas para o 2T16 em relação ao segmento siderúrgico, mantêm-se positivas e devem proporcionar um aumento de preços adicional de 10% em junho para distribuidores e indústria (após outros dois aumentos anunciados para abril e maio).
Uma queda maior é esperada no mercado global de aço, de acordo com a WSA, bem como uma maior retração no mercado doméstico, de acordo com o IABr e o INDA (leia mais em nosso setorial mensal de abril), que deverá trazer ainda mais desafios para o já prejudicado setor.
Adicionalmente, o programa de desinvestimento anunciado pela companhia tem levado muito tempo para trazer os resultados como esperado e a alavancagem continua a crescer, o que poderia comprometer a posição de caixa futura da companhia.
Dessa maneira, como não vemos nenhuma alteração muito significante que poderia suportar uma mudança em nossa visão futura para a companhia, decidimos manter nosso preço-alvo para a CSNA3 em R$ 3,00 com recomendação Underperform. Esperamos um CAGR de 4,5% nas receitas em 2016-2020 e consideramos um crescimento na perpetuidade de 3,0%.
Nosso WACC é de 14,4% e a avaliação tem como base o método de desconto de fluxo de caixa descontado de 10 anos.
Confira no anexo a integra do relatório de análise dos resultados da CSN no 1º trimestre/2016, elaborado por GABRIELA CORTEZ, CNPI Analista Senior , e VICTOR PENNA, CNPI Analista Chefe, ambos do BB INVESTIMENTOS
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