Ibovespa seguiu trajetória negativa com ata do Fed ainda no foco e refletindo dados não favoráveis da economia doméstica
O índice brasileiro encerrou o pregão de hoje em queda de 0,85%, aos 50.132 pts, em sua quinta sessão consecutiva de baixa, passando a acumular -3,23% na semana, -7,01% no mês e 15,65% no ano.
Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 6,14 bilhões, sendo R$ 5,90 bilhões no mercado à vista, com o Ibovespa somando R$ 5,73 bi.
No dia 17 de maio (último dado disponível), os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 200 milhões da Bovespa, reduzindo o saldo negativo de maio para R$ 1,23 bilhão. Em 2016, o acumulando segue positivo em R$ 12,06 bilhões.
No panorama doméstico, dois eventos deram o tom: divulgado pelo IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), que mede a taxa de desocupação mostrou um aumento do desemprego em todas as regiões pesquisadas.
No Nordeste, a taxa de desemprego subiu de 9,6% no primeiro trimestre do ano passado para 12,8% no primeiro trimestre deste ano; no Sudeste, saiu de 8,0% para 11,4%; no Norte, de 8,7% para 10,5%; no Centro-Oeste, de 7,3% para 9,7%; e no Sul, de 5,1% para 7,3%.
Em apenas 6 das 27 unidades da Federação a taxa de desocupação não atingiu, com este avanço, o maior nível de suas séries históricas, iniciado no primeiro trimestre de 2012.
Também trazendo desalento ao mercado, a arrecadação de impostos, divulgada pela Receita Federal atingiu nos primeiros quatro meses do ano um volume de R$ 423,9 bilhões, o menor para este período desde 2010.
Somente no mês de abril a arrecadação foi de R$ 110,9 bilhões, uma queda real (descontada a inflação) de 7,91% em relação a abril de 2015.
Cabe salientar que o descompasso entre gastos e arrecadação é o foco imediato do novo ministro da fazenda Henrique Meireles, que planeja divulgar ao mercado na próxima semana um número realístico que expresse o atual déficit averiguado pelo governo, bem como soluções para o reequilíbrio das contas públicas, onde especula-se que podem inclusive envolver elevações de impostos, além da redução da máquina pública - que já foi posta em andamento.
Na agenda internacional, a ata do Fed divulgada ontem ainda ecoa, com os mercados mundiais ajustando-se ao discurso mais duro da autoridade monetária norte-americana, que deixou em aberto a possibilidade de elevação dos juros dos EUA em sua decisão, em 15 de junho próximo, analisadas as condições evolutivas de crescimento da economia local.
Além disso, no mercado de trabalho, embora tenha sido divulgado um número ligeiramente acima das estimativas, que eram de 275 mil, o número de pedidos de auxílio desemprego nos EUA recuou dos 294 mil na semana anterior, para 278 mil, corroborando momentaneamente com um viés positivo para a economia.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, o Banco Central tornou a ausentar-se dos leilões de swap cambial reverso de dólar. Nesta 5ª feira, a divisa fechou o dia no interbancário próxima à estabilidade perante o real, em R$ 3,5600 (-0,23%).
O CDS de 5 anos do Brasil (medida de risco-país) elevou-se pela terceira sessão consecutiva, e fechou hoje em 350 pts, firmando-se acima do importante nível de 330 pontos.
No mercado de juros futuros na BM&F, praticamente todos os vencimentos recuaram.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do compprtamento do mercado na 5ª feira, 19.05.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analistas de invstimento do BB INVESTIMENTOS.
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