Diário do Mercado, na 6ª feira, 29.07.2016
Bolsa sobe 1,13% e Dólar cai 1,39% e chega a R$ 3,2466
O Ibovespa abriu oscilante, mas na parte da tarde permaneceu positivo e em tendência ascendente até seu fechamento, que foi aos 57.308 pts (+1,13%), encerrando julho em +11,22% e acumulando +32,20% no ano.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 8,5 8 bilhões, com o volume à vista em R$ 8,38 bi. No dia 27 (último dado disponível) , houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 63 milhões na Bolsa, elevando o acumulado líquido no mês para R$ 4,57 bilhões e no ano para R$ 17,22 bi. A agenda econômica (pg.3.) esteve recheada no último dia do mês.
O grande destaque ficou por conta do PIB norte-americano, que apresentou surpreendente avanço de tão somente 1,20% na primeira estimativa do segundo trimestre, bastante abaixo das projeções do mercado, com consenso em 2,6%.
A retração também se estendeu ao primeiro trimestre, que teve sua leitura revisada de 1,1% para 0,8%. Embora o consumo das famílias, que representa aproximadamente dois terços do indicador, tenha apresentado expansão, o dado revisado do PIB sinalizou retração de investimentos por parte das empresas e levantou incertezas quanto ao ritmo da atividade econômica no país, em meio a discussões sobre um eventual aumento das taxa de juros local.
Também, no front estrangeiro, o Bank of Japan frustrou o mercado ao manter a taxa de juros do país inalterada, em -0,10%, e não anunciar firmes estímulos, exceto o aumento de volume de compras e ETF (Fundos de Índice), de 3,3 trilhões de ienes para 6 trilhões. Internamente, a taxa de desemprego, embora mostrando a desocupação no país atingindo 11,3% ao término do 2º trimestre -- a maior leitura da série histórica da PNAD contínua, iniciada em 2012 -- não surpreendeu o mercado, cujo consenso das projeções apontavam para tal patamar.
Já o resultado primário do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) revelou um déficit de R$ 10,61 bilhões no mês de junho, o pior para o período na série histórica, desde 2001, e encerrou também com o pior semestre histórico, com um déficit acumulado de janeiro a junho em R$ 23,78 bilhões.
Nos resultados corporativos do 2T16 (calendário pg.4), segundo nossos analistas, a Embraer divulgou um resultado fraco, prejudicada pelo segmento de aviação corporativa; A Multiplan apresentou números positivos, porém ressalta-se que
as principais melhorias já encontram -se precificadas no ativo.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, em dia de definição da PTAX, o dólar, reagindo ao PIB menos vigoroso dos EUA, retraiu -se significativamente perante a maioria das moedas mundiais, não sendo diferente com o Real, com o caminho para a queda ainda mais aberto em função da ausência do BC nos leilões de swap cambial reverso – embora inserindo leilões de linhas. A divisa finalizou a sessão cotada a R$ 3,2466 (-1,39%).
No mercado de juros futuros, também precificando o PIB dos EUA e a menor probabilidade implícita de aperto na política monetária pelo Fed, as taxas ao longo de toda a estrutura a termo da curva de juros retraíram -se, com mais ênfase nos vencimentos médios e longos . Já o CDS brasileiro de 5 anos acompanhou o movimento mais risk-taker do mercado e caiu a 291 pontos, ante 295 na sessão anterior.
Nos mercados estrangeiros, a maior parte das bolsas na Ásia operou em queda, refletindo a ausência de estímulos concretos por parte do Bank of Japan. A exceção foi o próprio Nikkei que avançou, impulsionado pela alta das ações do setor financeiro.
O setor bancário também capitaneou as altas na Europa, na expectativa dos resultados do teste de stress do Banco Central Europeu.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 29.07.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI - T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI., analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS.