Diario do Mercado na 4ª feira, 14.07.2016
Livro Bege nos EUA dita o tom da sessão
Reagindo a dados da economia norte-americana, que reafirmam a postergação do aumento de taxas de juros por lá, beneficiando mercados emergentes, o Ibovespa encerrou a sessão em alta de 0,63%, aos 54.598 pts, acumulando agora +5,96% no mês, e +25,95% no ano.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,14 bilhões. No dia 11 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 541 milhões na Bolsa, elevando o acumulado líquido do mês a R$ 1,72 bilhão e do ano a R$ 14,37 bilhões.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), o destaque ficou por conta, externamente, do Livro Bege, que trouxe o compilado de dados econômicos das diversas divisões do Banco Central dos EUA, visando a subsidiar o Fomc na definição das Fed Rates na próxima reunião do comitê.
Sem maiores surpresas, o compilado sinalizou a manutenção do ritmo de crescimento “modesto a moderado” da economia, emprego, crédito e renda norteamericanos, e ressaltando que o Brexit trouxe um ingrediente extra de incertezas e impactos de ainda difícil mensuração.
Com isso continuamos acreditando que a próxima reunião do Fomc, nos dias 19 e 20 desse mês deve materializar a vigilância e parcimônia da autoridade com a manutenção das Fed rates nos atuais patamares e vislumbramos uma alta, a depender de novos indicadores, com data provável para dezembro.
Para amanhã teremos a definição da taxa de juros do Banco da Inglaterra, que marca a primeira após o evento do Brexit e deve ficar no foco dos agentes como o evento econômico mais relevante da semana, e pode trazer volatilidade ao mercado em caso de decisão diferente daquela aguardada pelo mercado, que hoje paira em um corte de 25 pontos-base, na mediana das estimativas.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, mesmo com mais uma atuação do Bacen nas ofertas de leilões de swap cambial reverso de dólar, a divisa norte-americana perdeu força perante o real, desfavorecida pelo cenário exterior, e fechou cotada a R$ 3,2660 (-0,90%), próxima da mínima do dia,
No embalo da percepção de melhora no cenário brasileiro, no mercado de juros futuros na BM&F os diversos vencimentos recuaram ao longo da estrutura a termo da curva.
Já o CDS brasileiro de 5 anos acompanhou o movimento e recuou marginalmente, mantendo o patamar abaixo de 300 pontos pela segunda sessão consecutiva, fechando em 294 pontos ante 295 na véspera.
Nos mercados estrangeiros, o dia foi de mercados com sentidos mistos, com algumas realizações de lucros em sequência ao rali dos últimos dias. Nos EUA, após a divulgação do Livro Bege, os mercados das américas, os únicos abertos devido ao fuso horário, ganharam fôlego
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 13.06.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS.