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Investimentos

Segunda-Feira, Dia 04 de Setembro de 2023 as 00:09:16



AMBEV - Resultado 2º Trimestre/2023: Desempenho Consistente.


 
AMBEV - Resultado 2º Trimestre/2023
Melhor cenário de custos e desempenho operacional consistente
 
Por Mary Silva, CNPI-P e
Melina Constantino, CNPI-P
03.08.2023
 
A Ambev reportou crescimento de dois dígitos de receita líquida e EBITDA ajustado no trimestre, tendo o desempenho comercial do Brasil como destaque, mais uma vez. Mesmo com a performance de volume pressionada por uma indústria mais fraca em diversos mercados, a desaceleração do aumento de custos favoreceu a performance da margem EBITDA ajustada em todas as unidades de negócios. 
 
A Companhia revisou sua projeção para o crescimento de CPV/hl, excluindo depreciação e amortização, para o negócio de cervejas no Brasil de 6,0% a 9,9% para 2,5% a 5,5% no ano de 2023, considerando que determinados fatores capazes de influenciar tais custos, como inflação geral e preços de commodities, estão desacelerando em ritmo maior do que o esperado. 
 
Ainda, a performance operacional da Companhia e o mix de produtos favorável, em termos de ROL/hl, também influenciaram na revisão mais otimista da projeção. 
 
No consolidado, a receita líquida da Ambev somou R$ 18,9 bilhões no 2T23, um crescimento orgânico de 20,0% a/a, impulsionado pelo avanço de 22,8% na receita/hl, enquanto o volume apresentou queda de 2,2% a/a. O EBITDA ajustado atingiu R$ 5,3 bilhões, com crescimento orgânico de 34,2% a/a, em linha com o bom desempenho da receita e da desaceleração de custos, que cresceram 14,1% a/a, excluindo depreciação e amortização, diante da menor pressão de custos com commodities (especialmente alumínio) e câmbio favorável (apreciação do real).
 
Apesar de acreditarmos que o arrefecimento mais acelerado de custos possa ser um gatilho de curto prazo para impulsionar as ações da companhia, mantemos, por ora, nossa recomendação Neutra para ABEV3 até incorporarmos os resultados trimestrais mais recentes e as novas premissas destes custos em nosso modelo financeiro.
 
Brasil. 
 
No segmento de cervejas, o volume caiu 2,5% a/a em razão da desaceleração da indústria em geral e da forte base de comparação com o 2T22, que se beneficiou da recuperação pós-pandemia. Mesmo assim, houve crescimento de ROL/hl em razão do mix favorável de vendas, com marcas premium e super premium ganhando destaque – com ganho de participação de mercado, de acordo com as estimativas da Companhia – resultando em alta de 10,1% na receita líquida na comparação anual. 
 
O CPV/hl excluindo depreciação, amortização e a venda de produtos do marketplace não-Ambev cresceu 4,6% a/a, impulsionado pela inflação geral do período, parcialmente compensada por menores preços de commodities e câmbio favorável. 
 
O EBITDA ajustado cresceu 29,7% a/a de forma orgânica, também influenciado por maior eficiência de despesas gerais e administrativas, além do avanço da receita.
 
No segmento de não alcoólicos (NAB), o volume retraiu 2,2% a/a, também impactado pela base de comparação mais forte. Iniciativas de gestão de receitas e um mix positivo de marcas – lideradas por Gatorade, H2OH! e pelo portfólio diet/light/zero – permitiram o crescimento de 7,5% a/a na receita líquida. O CPV/hl, excluindo depreciação e amortização, avançou 5,1% a/a, em linha com a inflação geral, parcialmente compensado por menores preços de alumínio e da apreciação do real frente ao dólar. O EBITDA ajustado cresceu 24,9% a/a, de forma orgânica, com ganho de 3,1 p.p. na margem EBITDA ajustada.
 
No consolidado, o EBITDA ajustado das operações no Brasil totalizou R$ 2,7 bilhões, crescimento orgânico de 29,0% a/a, com avanço de 3,8 p.p. na margem, impulsionada pelo crescimento da receita acima do crescimento de custos e despesas operacionais.
 
Destaques operacionais e financeiros
 
> América Central e Caribe (CAC).
 
O volume teve queda de 2,8% a/a, apesar de novo avanço sequencial, impactado pela performance no Panamá e pela ligeira queda na República Dominicana, cujo cenário macro tem apresentado melhora. A receita líquida cresceu 4,8% a/a, impulsionada por iniciativas de gestão de receita e mix favorável de marcas, o que também possibilitou o avanço do EBITDA ajustado em 7,9% a/a, com expansão de 1,0 p.p. na margem.
 
América Latina Sul (LAS). 
 
O cenário macro desafiador na Argentina foi mais do que compensado por performances positivas no Chile, Paraguai e Bolívia. O volume teve um crescimento modesto de 0,6% a/a, com as marcas core plus ganhando participação no mix de vendas na Argentina, além de ganhos de participação de mercado na Bolívia e no Paraguai, de acordo com as estimativas da empresa. De forma orgânica, a receita líquida cresceu 82% a/a e o EBITDA ajustado avançou 109% a/a, mesmo com as pressões inflacionárias de custos e despesas, especialmente na Argentina. 
 
Canadá. 
 
Revertendo a tendência de recuperação do trimestre anterior, o volume retraiu 6,2% a/a, em meio a uma indústria mais fraca em cerveja e em beyond beer. Mesmo assim, o desempenho da receita foi estável, justificado pelo crescimento de 6,6% a/a da ROL/hl em razão do mix positivo de marcas e embalagens. O EBITDA ajustado aumentou 4,1% a/a, de forma orgânica, também favorecido pela desaceleração de custos e maior eficiência de despesas gerais e administrativas. 
 
No consolidado, a receita líquida da Ambev somou R$ 18,9 bilhões no 2T23, um crescimento orgânico de 20,0% a/a, impulsionado pelo avanço de 22,8% na receita/hl, enquanto o volume apresentou queda de 2,2% a/a.
 
O EBITDA ajustado atingiu R$ 5,3 bilhões, com crescimento orgânico de 34,2% a/a, em linha com o bom desempenho da receita e da desaceleração de custos, que cresceram 14,1% a/a, excluindo depreciação e amortização, com menor pressão de custos com commodities (especialmente alumínio) e câmbio favorável (apreciação do real). 
 
As despesas gerais e administrativas, excluindo depreciação e amortização, também cresceram em ritmo inferior (+18,6% a/a), na comparação sequencial, beneficiadas por menores despesas com distribuição (em razão da queda do preço do diesel) e eficiências em despesas administrativas.
 
Por fim, o lucro líquido ajustado totalizou R$ 2,7 bilhões, queda de 13,1% a/a. No 2T22, o lucro líquido ajustado havia sio impactado positivamente por créditos tributários no Brasil no valor de R$ 1,2 bilhão. Excluindo este efeito tributário extraordinário, o lucro líquido ajustado teria crescido 18% a/a.
 
Desempenho da ação e Perspectivas
 
As ações da Ambev apresentavam valorização de aproximadamente 3% no ano (versus uma alta próxima a 10% do Ibovespa) até o fechamento de 02.08, mas, até o momento, devolvem todo o ganho no pregão de hoje após a divulgação do resultado, mesmo com a boa performance comercial do segmento de cervejas no Brasil e da melhora do cenário de custos, que deve continuar se refletindo nos resultados dos próximos trimestres.
 
Em nossa visão, as recentes discussões acerca da Reforma Tributária no Brasil têm influenciado de forma significativa as expectativas em relação à Ambev, trazendo riscos em relação aos benefícios tributários vigentes e a dedutibilidade fiscal relacionada ao pagamento de juros sobre capital próprio. 
 
Apesar de acreditarmos que tais discussões continuarão influenciando a performance dos papéis da companhia, consideramos precipitado estimar impacto financeiro de potenciais mudanças fiscais antes que elas sejam, de fato, implementadas. 
 
Neste sentido, revisitaremos nosso modelo financeiro de Ambev para incorporarmos resultados trimestrais recentes, as novas premissas de custos com commodities, bem como a nova projeção de crescimento de CPV/hl para o segmento de cervejas no Brasil, conforme a projeção da companhia. Por ora, mantemos nossa recomendação Neutra para ABEV3, apesar de o arrefecimento mais acelerado dos custos ser um potencial gatilho de curto prazo para o papel. 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise a respeito, elaborado por
MARY SILVA, CNPI-P e MELINA CONSTANTINO, CNPI-P,
analistas do BB Investimentos.

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: MARY SILVA, CNPI-P e MELINA CONSTANTINO, CNPI-P, analistas do BB Investimentos





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