Carnaval é época de festa e folia. Mas alguns cuidados devem ser tomados para que a diversão não acarrete futuros problemas de saúde. O uso de preservativos é importante não só para evitar a gravidez, mas também para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV (Human Papilloma Virus ou Papilomavírus Humano).
Jaime Rocha, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica/ DASA, explica que o vírus HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente que existe, atingindo, em algum momento da vida, 75% das pessoas sexualmente ativas. Um estudo internacional realizado em 2008 no Brasil, no México e nos Estados Unidos com 4,2 mil homens entre 18 e 70 anos revelou que 72% dos brasileiros têm o vírus.
O HPV é adquirido durante o sexo (oral, vaginal ou anal) e responde por mais de 99% dos casos de câncer do colo do útero, o segundo tipo de tumor mais frequente entre as brasileiras, atrás apenas do câncer de mama. Um estudo realizado no Rio de Janeiro pela Fiocruz com 403 garotas revelou que, um ano após o início da vida sexual, 24% delas já apresentam lesões causadas pelo HPV. As lesões provocadas por esse vírus são conhecidas como verruga genital e podem acontecer na região genital de ambos os sexos.
De acordo com Rocha, a melhor maneira de prevenção é evitar grande quantidade de parceiros e sempre usar preservativo. Também é aconselhável ter cuidado com roupas íntimas e banheiros, além de controles anuais com acompanhamento de um ginecologista.
Mas o especialista lembra que a prevenção também deve ser feita com a vacina contra o HPV. A recomendação é para a aplicação antes ou no início da atividade sexual, para meninas e mulheres entre nove e 26 anos, com base no critério da imunogenicidade (formação de anticorpos). A eficácia em outras faixas etárias e em homens está sendo estudada. Ela foi desenvolvida para o uso nas mulheres principalmente para prevenir o risco de câncer do colo do útero.
Rocha explica que existem vacinas diferentes disponíveis no mercado, sendo que algumas cobrem apenas poucas cepas e outras que cobrem todas as cepas principais. Esta última é chamada de vacina quadrivalente e inclui as cepas dos tipos 6, 11, 16 e 18. “Por isso, existem no mercado vacinas com diferentes preços. Esta diferenciação vai decorrer do número de cepas cobertas pela vacina”, explica o especialista.