Dados operacionais positivos, mas despesas financeiras derrubam a lucratividade
O resultado da JSL no 2º trimestre/2014 nos agradou por uma série de fatores, que indicam uma melhora em relação aos fracos números, os quais vinham sendo apresentados desde o ano passado. Neste sentido, destacamos os principais pontos a serem observados:
(a) Forte expansão anual de 21% na receita líquida consolidada, que teve relevante contribuição dos negócios da Movida, cuja ROL praticamente dobrou no período. A unidade de Concessionárias cresceu 12,0% A/A, refletindo o aumento dos preços médios dos veículos vendidos.
(b) Boa redução nos custos e despesas operacionais, principalmente no segmento de Serviços de Logística, que é o core business da companhia, levando a um ganho na margem EBTIDA de 1,0 p.p. no comparativo com o segundo trimestre do ano passado.
(c) Crescimento de margens operacionais na JSL Concessionárias, revertendo a tendência de queda, a qual se arrastava pelos últimos anos e que vinha puxando para baixo o resultado consolidado da companhia.
Por outro lado, o dado desfavorável foi o expressivo crescimento das despesas financeiras, que acabou por anular boa parte do resultado operacional da empresa, trazendo a margem líquida abaixo de 1%, como consequência da elevação na alavancagem e do custo de dívida.
Expectativas têm ligeira melhora, mas prevalece a cautela. Nossas perspectivas favoráveis para a JSL no longo prazo aumentaram, à medida que observamos uma tendência de recuperação no segmento de concessionárias, mostrando que há uma luz no fim do túnel para a unidade que constantemente impactava a companhia.
Outro ponto positivo é a Movida, que claramente tem se mostrado uma boa aquisição para a empresa, diante da forte rentabilidade que esta unidade de negócios vem entregando e a possibilidade de expansão, considerando a força de marca da JSL.
Entretanto, enfatizamos que o acirramento da concorrência, que vem causando a disputa de preços no segmento de fleet rental e a possibilidade de desaceleração no nível de vendas dos veículos pesados, assim como o de mercado de veículos leves, figuram como os principais riscos em nossa opinião.
Neste sentido, considerando nossas expectativas para a companhia, mesmo com a melhora na visão para as concessionárias, optamos por observar a sustentabilidade dessa recuperação, e, portanto, mantemos nosso target-price para dezembro de 2014 em R$ 15,00 e o rating em Market Perform.