Banco Central está comprometido em segurar inflação em 2014, diz Tombini
O Banco Central está empenhado em segurar a inflação, afirmou nesta 3ª feira, 18.02, o presidente do órgão, Alexandre Tombini.
Em entrevistas a jornalistas da imprensa internacional, ele declarou que a autoridade monetária está trabalhando para que os índices continuem a cair neste e nos próximos anos.
Para Tombini, a elevação de 3,25 pontos percentuais da taxa Selic (juros básicos da economia) desde abril do ano passado ainda está surtindo efeito em conter a inflação.
Ele reiterou que o Banco Central continuará a monitorar atentamente o comportamento dos preços para assegurar a convergência do IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo para o centro da meta, de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
“A política monetária opera com uma certa defasagem. O impacto do que fizemos até agora para controlar a inflação ainda se manifestará daqui para a frente. Estamos fazendo nosso dever de casa, combatendo a inflação. Em uma grande extensão, tivemos sucesso”,
disse o presidente do Banco Central.
Em relação ao crescimento da economia em 2014, Tombini disse não esperar que o país tenha caído em recessão no segundo semestre do ano passado, apesar de indicadores recentes.
Para este ano, ele ressaltou ainda que os programas de concessões de infraestrutura, como rodovias e aeroportos, impulsionarão os investimentos e o crescimento nos próximos trimestres.
Na semana passada, o Banco Central divulgou que o IBC-BR Índice de Atividade Econômica, indicador que funciona como prévia do PIB, caiu 0,21% no 3º trimestre e 0,17% no 4º trimestre de 2013.
Quando há queda de dois trimestres consecutivos na atividade econômica, a economia está em recessão técnica. Para 2013, o IBC-Br estima crescimento de 2,57% pelo índice dessazonalizado, que desconsidera as oscilações típicas de determinadas épocas do ano.
Com o desempenho no 2º semestre, o crescimento deve-se unicamente ao comportamento da economia nos seis primeiros meses do ano passado.
A previsão oficial do Banco Central sobre o PIB está no Relatório de Inflação, divulgado a cada três meses. Na última versão do documento, em dezembro, a autoridade monetária estimava crescimento de 2,3% para a economia no ano passado.
Sobre o câmbio, o presidente do Banco Central disse que o Brasil está em situação mais confortável que outros países emergentes, como Turquia e Argentina, para lidar com as turbulências no sistema financeiro global. Segundo ele, as reservas internacionais em torno de US$ 375 bilhões têm ajudado o Brasil a conter a volatilidade do dólar em meio à retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos.
“Todos os instrumentos estão sobre a mesa para combater a volatilidade, em particular as reservas internacionais”,
destacou Tombini. O áudio da teleconferência com jornalistas estrangeiros foi divulgado pelo site do Banco Central.