Neste domingo, 19.01, o jornal espanhol El País, em sua edição online, apresentou matéria sobre o programa da TV pública alemã ZDF, em que o presidente dos EUA, Barack Obama, proclamou que não deixará que as relações entre a Alemanha e os EUA sejam prejudicadas pelas atividades de inteligência.
Na entrevista, Obama prometeu que, enquanto for presidente, o telefone celular de Ângela Merkel, chanceler alemã, não voltará a ser espionado.
Obama salientou que o fato de que “não tenhamos sempre uma mesma opinião sobre política externa não é motivo para realizar escutas telefônicas”. Mas Obama afirmou que os serviços secretos norteamericanos continuarão recolhendo dados.
Reportagem da SPIEGEL
Contudo, essa entrevista de Obama à rede de TV ZDF, transmitida em 18.01, sábado à noite, teria sido ofuscada no domingo, 19.01, pela reportagem exclusiva que a revista Spiegel ofereceu a seus leitores, segundo a qual a Procuradoria Geral alemã acredita haver elementos suficientes para abrir uma ação penal para determinar responsabilidades na espionagem do telefone celular da chanceler.
A Procuradoria ainda não teria ainda tomado a decisão, mas o trâmite oficial mantém em estado de alerta a própria chanceler Merkel e seu ministro de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, que temem que uma investigação oficial possa provocar danos relevantes nas relações bilaterais, as quais ficaram muito desgastadas no ano passado por causa do escândalo protagonizado pelas escutas da NSA Agência Nacional de Segurança dos EUA, reveladas pelo ex-prestador de serviços de informática Edward Snowden.
Ação criminal contra a Embaixada Norteamericana em Berlin
A matéria de El País menciona que, uma investigação oficial para determinar responsabilidades na espionagem do celular de Merkel poderia colocar, na mira da Procuradoria Alemã, a Embaixada dos EUA em Berlim, de onde supostamente se realizaram as escutas ilegais da chanceler.
E, também, poderia deixar a descoberto as atividades da NSA na Alemanha, ação que enviaria aos cidadãos alemães um inédito sinal de que o governo alemão não se deixa intimidar pelo Grande Irmão dos EUA.
fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/19/internacional/1390147824_154234.html