Michel Temer, vice-presidente da República, embarcou à China, nesta 6ª feira, 01.10. Acompanhado de empresários, ministros de Estado e técnicos brasileiros terá encontros com autoridades chinesas com o objetivo de obter avanços nas relações bilaterais e criar oportunidades nas áreas de infraestrutura, ciência e tecnologia, educação e comércio em geral.
Esta é a primeira vez que uma grande delegação brasileira visita aquele país depois da posse dos novos quadros do governo chinês, entre eles o presidente Xi Jinping, que assumiu o cargo em março.
Macau
Em Macau, Temer se encontrará com o vice primeiro ministro, Walg Yang, participará da abertura da 4ª Conferência Ministerial e da comemoração do 10º aniversário do Fórum de Macau - Fórum de Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Cantão
Em Cantão, a delegação brasileira participará do encontro da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, o principal foro de negociação China-Brasil e de busca de solucão de impasses e estreitamento da cooperação.
Encontro com o presidente Xi Jinping
Após esse encontro, a comitiva brasileira seguirá a Pequim, onde Michel Temer será recebido pelo presidente da China, Xi Jinping, e também pelo vice-presidente, Li Yuanchao.
A comitiva oficial reunir-se-á com um grupo de empresários brasileiros e chineses, durante a Reunião do Conselho Empresarial Brasil-China e participará do jantar promovido pela CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, cujo objetivo é abrir oportunidades de negócios para o agronegócio brasileiro no mercado chinês.
Algumas avaliações
A viagem de Michel Temer pode ser vista, certamente, como um prêmio à sua posição, e ao PMDB, de apoio à candidatura presidencial de Dilma Roussef, em 2014.
Mas, traz também algumas sinalizações ao governo norte americano:
a) Dilma não foi aos EUA e mantem embate contra a espionagem norteamericana, contudo, não foi indelicada ao ponto de ela própria ir agora à China, o que seria o mais adequado, pois a comitiva brasileira será recebida pelo presidente da China, Xi Jinping. Porquanto a ida da Dilma Roussef poderia evidenciar uma opção prioritária por ainda maior aproximação com o governo chinês e aos seus negócios, do que com os EUA e com os interesse norteamericanos. A sinalização aos EUA é de que as portas do Brasil não estão fechadas aos EUA e o Brasil espera uma superação dos problemas atuais; mas, sob condições de respeito ao preceito de democracia entre nações, de respeito à soberania nacional e de oferta, pelo governo norteamericano, de condições comerciais favoráveis ao desenvolvimento dos negócios;
b) Além disso, essa viagem sinaliza o não alinhamento automático do Brasil com os EUA, por conta dos tropeços e desencontros do governo norteamericano, em especial:
b.1) a negativa dos EUA em continuar a indenizando o Brasil pela prática de subsídio ao algodão;
b.2) a resistência norteamericana em permitir a transferência de tecnologia no caso da aquisição de caças para a Fora Aérea Brasileira;
b.3) a resistência norteamericana à admissão brasileira ao Conselho de Segurança da ONU; e
b.4) o não reconhecimento oficial norteamericano, como propriedade brasileira, da área marítima onde atualmente o País explora o Pré Sal, premissa possivelmente presente na opção brasileira por serem chamados os interesses chineses na exploração desse petróleo, além de seus capitais.