Projeto Tempora, da Grã Bretanha, objetiva a interceptação global de comunicações digitais e tem orçamento de 1 bilhão de libras esterlinas
Matéria do jornal britânico, The Independent, revela que a Grã-Bretanha mantem estação secreta de monitoramento da internet no Oriente Médio, destinada a interceptar e processar grandes quantidades de e-mails, telefonemas e tráfego na web, em nome das agências de inteligência ocidentais.
As informações sobre as suas atividades estão contidas nos 50.000 documentos vazados obtidos por Edward Snowden, em 2012
O Jornal não revela a localização exata da estação secreta inglesa, mas informa que ela é capaz de explorar e extrair dados dos cabos submarinos de fibra ótica que passam pela região.
As informações assim obtidas são processadas e transmitidas à GCHQ, agência de inteligência da Grã-Bretanha, e compartilhadas com NSA, agência de segurança dos EUA.
O Governo inglês declara que a estação é elemento-chave do Ocidente na "guerra ao terror" por fornecer sistema vital de alerta para possíveis ataques em todo o mundo.
A instalação do Oriente Médio é considerada valiosa pelos britânicos e norte-americanos, porque pode acessar os cabos submarinos que passam pela região. Mensagens e dados assim captados são copiadas por computadores gigantes e peneirados para identificação de dados de maior interesse.
Projeto Tempora: interceptação global de comunicações digitais
A operação de coleta de dados é parte de um projeto de internet orçado em 1 bilhão de libras esterlinas que ainda está sendo montado por GCHQ. É parte da vigilância e sistema de monitoramento , de codinome "Tempora", cujo objetivo maior é o de intercepção global das comunicações digitais, como e-mails e mensagens de texto.
Em três locais, as comunicações - incluindo chamadas telefônicas - são acompanhadas tanto por antenas parabólicas, quanto batendo nos cabos de fibra óptica submarinos.
O acesso ao tráfego no Oriente Médio tornou-se crítico para os EUA e as agências de inteligência Reino Unido no pós-9/11. A sede da NSA, em Maryland, e do Departamento de Defesa, em Washington, têm apoiado uma maior cooperação e compartilhamento de tecnologia entre as agências de inteligência dos EUA e Reino Unido.
A estação do Oriente Médio foi criada ao abrigo de um mandado assinado pelo então secretário de Relações Exteriores da Grã Bretanha, David Miliband, autorizando GCHQ para monitorar e armazenar dados para análise que passam através da rede de cabos de fibra óptica que ligam a internet em todo o mundo
Corebusiness do Projeto Tempora e desvios
O certificado autoriza à GCHQ para coletar informações sobre as "intenções políticas de potências estrangeiras", o terrorismo, a proliferação, mercenários e empresas militares privadas e fraude financeira grave.
No entanto, os certificados são reeditados a cada seis meses e a abrangência da autorização pode ser alterada à vontade pelos ministros. Desse modo, os funcionários da GCHQ estariam livres para alvejar quem quer que esteja no exterior ou em comunicação a partir do exterior, sem a necessidade de maiores verificações e controles, caso acreditem estar amparados pelos termos do certificado de autorização de espionagem que esteja em vigor.
O orçamento exato para esta tecnologia secreta é considerada informação "sensível" pelo Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores.
No entanto, a escala de operação Oriente Médio e a crescente utilização da tecnologia de sub-marina pela GCHQ, para interceptar comunicações ao longo de cabos de alta capacidade, sugerem um investimento substancial.
Fontes da inteligência negaram que seja objetivo do Projeto cobrir todas as modalidades comunicações, insistindo que a operação é destinada exclusivamente à segurança contra o terror e o crime organizado.
fonte:
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