Plebiscito traria definições prévias dos cidadãos ao Congresso, como voto distrital ou majoritário, financiamento público ou privado de campanhas políticas, aspectos que os políticos evitam alterar
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nesta 3ª feira, 09.07, que o governo não desistiu da ideia de realizar consulta popular sobre a reforma política, mesmo após lideranças partidárias na Câmara dos Deputados terem descartado a proposta de plebiscito.
Com a estratégia de esvaziamento da proposta, os líderes da Câmara substituíram a ideia de plebiscito pela criação de grupo de trabalho para debater o tema, aventando a possibilidade de haver referendo.
Paralelamente, deflagraram operação de discussão e votação intensa de projetos anteriores parados, buscando apresentar respostas imediatas às demandas da população e não passar a imagem de inoperância.
Carvalho declarou que o governo acertou quando lançou a proposta de um plebiscito e que o debate sobre a participação popular na reforma política tem que ser mantido, mesmo que sejam necessárias outras alternativas.
“Não vamos abandonar de maneira nenhuma a ideia da consulta, a ideia da participação, a ideia da reforma política, são eixos que se estruturam numa perspectiva de mudar de fato aquilo que o povo quer que se mude, que é nossa cultura política no país”.
Na avaliação do ministro, o governo não errou ao insistir em plebiscito com resultados que fizessem efeito nas próximas eleições, em 2014, porque a ideia era “a mais adequada” para responder às reivindicações populares apresentadas nas manifestações.
“Não consigo imaginar um combate adequado à corrupção sem uma reforma política. O povo pediu, quer uma mudança política de profundidade. Acho que a presidenta acertou em cheio quando lançou essa proposta porque ela corresponde exatamente ao anseio mais profundo das ruas que é o anseio pela renovação na política”,
declarou.
Segundo Carvalho, diante da decisão dos líderes partidários de descartar o plebiscito, o governo agora tem que “refletir” sobre as alternativas para levar adiante a reforma política com participação popular.
“Vamos ver que passo podemos dar, há outras possibilidades que temos que discutir com a sociedade. Seguiremos dialogando. O governo abriu os ouvidos para as ruas, teve e tem sensibilidade”.
Na Câmara, apenas o PT, o PCdoB e o PDT ainda apostam no plebiscito. Para tanto, os três partidos irão em busca das 171 assinaturas necessárias para propor um projeto de decreto legislativo.