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Editorial

11 de Outubro de 2023 as 03:10:14



EDITORIAL - Pelo Fim da Chacina e pela Paz em Israel


Evolução do avanço judeu sobre as terras palestinas, desde 1946. Clique na imagem para melhor definição.
 
EDITORIAL
Pela Paz e Cessação da Chacina em Israel
11.10.2023
 
Nada poderá justificar a chacina dos jovens ocorrida em Israel em 07,10.2023. É necessário sopesar, contudo, que não tem havido espaço neste mundo para juventude desinformada, iludida e confiante de que o acaso a protegerá, em especial nesses tempos de guerras, de manipulação e de violência política e de crime organizado.
 
O Mossada desconhecia ?
 
Uma festa de jovens madrugada adentro no sul de Israel, a 300 metros da Faixa de Gaza, uma zona de guerra e de massacre sangrento contra civis palestinos e de mortandade de crianças, é racionalmente inconcebível. Ignorância e alienação política inaceitáveis dos jovens. 
 
Total falta de bom senso da sociedade israelense, que, de tão absurda a situação política, tem alimentado até a hipótese de trabalho, a ser confirmada mas já exposta em matéria do jornal Haarez, de Israel, de que o Mossad e governo israelense tiveram muito anteriormente conhecimento prévio do ataque projetado pelo Hamas; e permitiram deliberadamente sua implementação, com objetivo de alimentar a vitimização internacional e o apoio político suprapartidário à gestão crescentemente desaprovada do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu; e, possivelmente, justificar ação militar contra o projeto nuclear do Irã. 
 
De qualquer modo, a estupidez dos organizadores da festa é inaceitável. Um desafio jogado na face de um povo oprimido povo palestino, massacrado pelo governo de Israel há décadas, mas esquecido até pelos irmãos dos demais países árabes, como se observa nas negociações em andamento dos Acordos de Abraão entre Israel e Emiratos Árabes e Arábia Saudita.
 
É necessário e mesmo imprescindível que os jovens conheçam seu papel; e saibam a que interesses servem seus pensamento, palavras e obras. A seus pais cabe instruí-los e orientá-los, por mais que isso seja dificil, face a revolução hormonal própria da idade e, principalmente, diante do quadro de alienação generalizada configurado, desde os anos 70, pelo encerramento de cursos de formação humanistica em prol de cursos profissionalizantes, reação conservadora contra os movimentos reivindicatórios estudantis e anti-colonialistas dos anos 60, reação essa coordenada pelos EUA, em seus Acordos USAID, mas também pelos governos de outros países centrais.
 
Gaza, uma grande favela
 
Todos deveriam estar conscientes de que aquela região da festa rave encontram-se aldeias que havia sido ocupadas pelo Povo Palestino por mais de 2.000 anos; e das quais havia sido expulso em 1948. E, desde os anos 70, a expulsão tomou o rumo de total exclusão dos palestinos do 'grande Israel', pelos governos ultraconservadores, opressores e  anti-democráticos que se sucedem em Israel,  na configuração de um estado teocrático distante da democracia, sem Carta Magna de natureza civil que, nesse sentido, nada deve ao regime iraniano também teocrático.
 
Governos israelenses de ultradireita revezam-se e têm sistematicamente desrespeitado todas a resoluções da ONU a respeito da questão palestina, eleitos por um povo iludido por uma tradição bíblica mal interpretada. Povo proveniente dos mais variados países, ávido por uma terra onde pretensamente "corre o leite e o mel". Governos que têm construído situação insustentável, propícia a um levante e a uma revolução social prestes a ocorrer a qualquer momento. São 2,3 milhões de palestinos apertados qual sardinha em lata em apenas 360 km², a maior densidade demográfica do planeta, uma grande favela a ceu aberto. Enquanto isso os 9 milhoes de judeus em Israel ocupam 21.497 km², apropriam-se das fontes de água, de alimentos e desfrutam amplamento dos benefícios da condição de cidadania israelense, negada aos palestinos, o povo originário crescentemente desalojado de suas terras desde 1948.
 
À classe média, que até então tem apoiado tais governos, não mais é cabido ser tão manipulável, cerrar os olhos e deixar de ver o mundo em que está inserida, a que interesses sua alienação tem servido, a correr celeremente rumo ao nazifascismo global, essa nova idade de trevas e de fundamentalismo religioso, de violência e de guerra, que promete materializar a iminente aniquilação da vida humana e a depleção dos recursos ambientais.
 
História mal contada
 
Para um breve mas necessário passeio histórico, o Israel de hoje era a antiga Terra de Canaã, que teria sido prometida, há cerca de 3.500 anos, ao patriarca Abraão por Deus, segundo a Torá, livro sagrado judaico escrito por Moisés. Canaã era uma terra ocupada, já naquela ocasião, por um povo proveniente da ilha de Creta, de lá fugido, suspeita-se, por grave crise ambiental, provavelmente alguma erupção vulcânica devastadora na região do Mar Mediterrâneo.
 
Esse povo, quem era? Eram os chamados filisteus, adversários ferrenhos dos hebreus desde quando estes últimos chegaram a Canaã. Ambos os povos que já disputavam o domínio territorial da região de Israel e buscavam a escravidão mútua. Isso, até por volta do ano 600 AC, muitos anos após a travessia do deserto pelos hebreus, a partir do Egito, guiada por Moises por 40 anos, e a chegada à terra de Canaâ.
 
A vitória de Davi sobre o gigante Golias filisteu e, mais tarde, a tomada de Jerusalem, deram início ao poderoso reino de Davi e de seu filho Salomão. Fica muito claro, para quem leu na Bíblia a descrição da festa de inauguração do Templo de Salomão, oferecido a Jeovah, que, na noite seguinte, advertiu Salomão para que não cultuasse outros deuses e não erguesse templos a outros deuses nas terras de Israel, sob risco de o estado de Israel ser por Ele destruído e seu povo ser escravizado e banido daquela terra a ele destinada (IReis, 9)
 
Mas, Salomão desobedeceu, relata a Torah: teve 700 esposas, muitas delas filhas de outros povos que cultuavam outros deuses; Salomão permitiu a elas construirem seus templos em Israel para fazerem suas orações a esses deuses estrangeiros. Seus descendentes, seguiram o mesmo caminho de traição do acordo com Jeovah.  (I-Reis, 11, 1-13)
 
O resultado foi o cumprimento da promessa de Jeovah, segundo relata o Velho Testamento em I-Reis 14, 21-28 , de início no reinado de Roboão, filho de Salomão, em Jerusalém: Sesac, rei do Egito, foi a Jerusalém e roubou todos os seus tesouros.  Depois, aconteceu a destruição de Israel pelo Império da Babilônia, a destruição do Templo de Salomão, o saque de todas as riquezas e a escravização do povo hebreu e sua condução forçada para a Babilônia.
 
Esse martírio iria durar 37 anos, até o momento em que o rei da Babilônia, Evilmerodac, permitiu o retorno dos judeus à Jerusalem, onde reconstruiram o Templo. Mas, sem o poder e o brilho dos tempos de Davi e Salomão, Israel logo tornou-se terra dominada pelo Império Romano. Em 66 DC, os judeus rebelaram-se contra o dominio de Roma e por alguns poucos anos puderam controlar Jerusalem. Contudo, no ano 70 DC, 70 mil soldados romanos cercaram Jerusalem por 7 meses e trucidaram cerca de 100 mil judeus que dentro de suas muralhas resistiam. A cidade foi destruída, inclusive seu Templo, muitos judeus fugiram ou foram escravizados.  (II Reis, 23,26;   24,01;   24,10-14;   25,01-21;   25,27-30)
 
Nesse quadro de destruição, os Filisteus, o atual Povo Palestino, por sua vez, que ocupavam esparsamente algumas cidades da região, expandiu-se para toda a terra de Israel.
 
Desse modo, é uma estória contada pela metade o mito da Terra Prometida, que atualmente dá guarida ilegal à desapropriação de terrenos, aldeias e cidades palestinas, em favor de assentamentos de judeus sionistas, comandada pelo governo israelense. Caso Jeovah tenha realmente ofertado a terra de Israel aos judeus, como indica o texto bíblico, deles foi por Ele Israel tirada por demérito do povo judeu, também em razão de promessa divina. Está na Torah hebraica seguida pela elite teocrática israelense.
 
Nesses novos tempos de ressurgimento, o estado de Israel tornou-se um barril de pólvora prestes a explodir, agora não mais dominado por um povo semita judeu, historicamente de pele morena, de cabelos encarapinhados, mas por um povo de origem europeia, branco, frequentemente de olhos azuis e cabelos lisos e de etnia não-seminta, provavelmente convertido há séculos ao judaísmo, perseguido e trucidado em diversos países europeus.
 
Em uma clara estratégia de crescente controle de todo o território de Israel, sua nova elite branca, ignora que há um martírio palestino semita em curso, do qual ela é agente; um genocidio que deve ser contido, pois, a cada massacre mútuo, seguem-se viganças e vinganças sanguinárias e a mortandade segue curso.
 
A solução talvez possa estar em Israel ser democratizado. Em caso extremo, por meio de intervenção da comunidade internacional, em processo diplomático. Algo extremamente difícil, pois se trata de um país possuidor de armas nucleares. De qualquer modo, a Corte Internacional de Haia, o Tribunal Penal Internacional, não está cumprindo seu papel. Os responsáveis pelo descumprimento continuado das resoluções da ONU pelo governo de Israel, quanto ao território destinado aos palestinos, devem responder por seus crimes contra a Humanidade.
 
Por conta de uma revolução social, ora deflagrada pelo Hamas, terrivelmente cruel e sanguinária e com profundas raízes históricas, o Povo Palestino, sua população civil está sendo dizimada há 70 anos, com seguidos bombardeios destruidores, em  inaceitável expurgo étnico. Há décadas sendo estorquida por impostos cobrados pelo governo de Israel, privada de serviços públicos governamentais, de acesso a água, alimentos, remédios, ao ponto de lhe ter sido bloqueada pelo governo israelense a entrada em Gaza de vacinas contra a Covid-19.
 
Na região inteiramente cercada e sob acesso controlado por militares israelenses, a população palestina vive acuada e sem direito ao livre trânsito, inclusive a pesca no Mar Mediterrânea, essencial para a alimentação, tem se restrito a uma pequena faixa litorânea.
 
É extremamente repulsivo e condenável o massacre dos jovens judeus em sua festa no sul de Israel, no último fim de semana. Abominável e criminoso, deve ser punido com rigor. Mas, tudo que tem sido há décadas feito contra o Palestinos é também abominável e criminoso, um expurgo étnico escandaloso. Pelos crimes, responsáveis deve ser presos, julgados, condenados e apenados.
 
Mas, o que se pode esperar de um governo teocrático abominável, senil e sem qualquer sabedoria, mas ainda sedento de poder, senão o "dente-por-dente e olho-por-olho"?  
 
Nosso mais forte apelo para que seja cessada toda a violência e mortes de ambos os lados. Que o povo de Israel se levante contra esse estado de coisas, processe Bibi por seus crimes contra a Humanidade; e desaloje do governo toda a ultra direita fascista.
 
Que a polícia federal de Israel possa concluir suas investigações contra Benjamim Netaniahu, que seja julgado e, se considerado culpado, condenado pelos alegados crimes de corrupção e evidentes crimes contra a humanidade.
 
Que aconteçam novas eleições parlamentares em Israel, com voto universal de palestinos e judeus, que seja formado um novo gabinete que trabalhe pela paz,  pela democracia e pelo respeito aos direitos civis plenos aos povo palestino, alem de serem retomadas negociações para a constituição do Estado Palestino.


Fonte: da REDAÇÃO JF





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