VIBRA Energia - Resultado no 2º Trimestre/2023
Ganho de margem e boa geração de caixa reforçam boas perspectivas; mantendo recomendação compra
Por Daniel Cobucci, CNPI
15.08.2023
A Vibra reportou bons números no 2T23, com melhores notícias vindas da rede de postos, apesar dos números pressionados no segmento B2B, como consequência de um ambiente competitivo pressionado pelo elevado volume de importações de diesel russo com menores preços, além de perdas com variação nos estoques. A companhia entregou no período um crescimento de 8,6% a/a nas vendas médias por posto, com redução nas despesas operacionais e melhoria na margem EBITDA.
A geração de caixa operacional ficou em R$ 948 milhões, como efeito da redução de preços de derivados e consequente liberação de capital de giro.
Resultados por segmento:
> Rede de postos. O volume de vendas da rede de postos ficou estável (+0,1% a/a), já que as maiores vendas de gasolina (+12,2% a/a) foram contrapostas por menores volumes de diesel (-7,3% a/a) e etanol (-11,3% a/a).
Apesar da estabilidade, o bem-vindo aumento nas margens de comercialização trouxe um aumento de 32% t/t no lucro bruto. Tal dinâmica colaborou para um aumento de 70% t/t no EBITDA ajustado, com margem de R$ 137/m3.
> O retorno da margem EBITDA para um patamar acima dos R$ 130/ m3 é o maior destaque do resultado do trimestre. A rede de postos ficou estável (+2 unidades t/t), mas na comparação a/a vemos um crescimento de 110 postos, totalizando 8383 unidades. Em suma, as boas margens do trimestre e a evolução no controle das despesas ajudou a mitigar parte da volatilidade ocasionada pela variação dos estoques.
> Grandes consumidores (B2B). O segmento B2B apresentou uma redução de 5,4% a/a no volume de vendas, com menores vendas de coque (-39% a/a), óleo combustível (-4,4% a/a), combustível de aviação (-3,9% a/a) e diesel (-1,7% a/a).
No caso do diesel, o maior volume de importações do produto russo, principalmente por distribuidoras regionais, afetou a competitividade, com menor participação junto aos TRRs. Assim, vemos um lucro bruto 60% menor a/a (-15% t/t), e um EBITDA 76% menor q/q e 34% menor t/t, impactado também pelas maiores perdas de estoque (diesel, QAV e óleo combustível).
Do lado positivo, vemos as despesas operacionais reduzindo em 22% a/a e 17% t/t. A margem EBITDA atingiu R$ 63/m3, 31% menor t/t, puxando para baixo a média do grupo, dada a excelente margem EBITDA obtida no segmento de varejo.
Em suma, mesmo em um contexto de elevada competitividade no setor, com forte competição por preços devido à competição com produtos importados mais baratos, a companhia conseguiu reverter os números fracos do 1T e entregar um bom resultado. Vale notar que os resultados da Comerc já adicionaram R$ 55 milhões ao EBITDA do grupo (+13% t/t), o que responde por cerca de 6% do EBITDA reportado, e tal percentual deve seguir aumentando.
Confira no anexo a integra do relatório a respeito, elaborado por DANIEL COBUCCI, CNPI, analista senior do BB Investimentos
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