Aumentam as evidências de que o governo Bolsonaro acabou
Diante da omissão do governo federal, o senador Flávio Dino, futuro ministro da Justiça chamou entrevista coletiva, aos jornais e à TV ao vivo, para fazer esclarecimentos à população sobre as ações em curso para combate ao vandalismo de bolsonaristas na capital da República, acompanhado do futuro diretor-chefe da Polícia Federal e do atual secretário de segurança do DF, que também trouxeram esclarecimentos e responderam aos jornalistas.
12.12.2022
atualização em 13.12.2022,
às 23h05
O futuro ministro da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador eleito Flávio Dino (PSB), disse que o governo de Jair Bolsonaro (PL) precisa dar respostas diante dos atos de vandalismo cometidos por bolsonaristas no Distrito Federal (DF).
Em uma entrevista coletiva convocada logo após a deflagração de manifestações violentas em Brasília, Flávio Dino criticou a postura do governo federal e disse que existe omissão por parte do Executivo.
"Nós não temos ainda a caneta na mão, estou falando com Ibaneis [Rocha, governador do DF), Andrei [Passos, futuro diretor da PF] e com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, mas o governo federal precisa dar respostas”,
afirmou.
Dino disse que já foram tomadas medidas para responsabilizar os culpados e que esse processo de identificar e punir os vândalos vai prosseguir nos próximos dias.
"Estamos aqui para consignar o fundamental. Em primeiro lugar, as medidas de responsabilização já adotadas. As que foram adotadas hoje [12] e as que vão ser adotadas a partir de amanhã",
afirmou Dino.
"Ninguém, absolutamente ninguém com atos de violência vai fazer cessar a providência de responsabilização. Isso todos podem ficar tranquilos. Com serenidade, com prudência, com tranquilidade, nos termos da lei. Todas as pessoas serão responsabilizadas",
continuou Dino.
Mais cedo, o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, escreveu em uma rede social que o Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal (PF), "manteve estreito contato" com a Secretaria de Segurança do DF e com o governo do DF.
Foi informado pelo portal G1 que o ministério fez os contatos "a fim de conter a violência e restabelecer a ordem". Ele disse que "tudo será apurado e esclarecido" e que a situação está se normalizando".
Na noite da 2ª feira, 12.12, apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília. Carros e ônibus foram danificados e incendiados,
A Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes na estratégia de dipersão, por meio do lançamento de bombas e tiros com balas de borracha, mas estranhamente não realizou nenhuma prisão, sob a alegação de não acirrar os ânimos, segundo declaração do secretário de Segurança Pública do DF, na 3ª feira, 13.12.
Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, contra José Acácio Tserere Xavante, um indígena que questiona o resultado das eleições deste ano, além de incitar atos de violência contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades do Judiciário.
Ele é acusado pela PGR Procuradoria-Geral da República de participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes. A polícia diz que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".
[Após a prisão de Tserere, o grupo de radicais tentou invadir o edifício sede da Polícia Federal onde ele estava prestando depoimento, incendiou carros e fez depredações. Inerte até então, a Polícia Militar foi chamada a reprimir os terroristas após telefonema do senador Flávio Dino ao governador de Brasilia Ibanez Rocha, pedindo providências, a partir do que a PM-DF reagiu com bombas de gás e balas de borracha, mas estranhamente sem realizar quaisquer prisões.
Na 3ª feira 13.12, foram divulgadas informações de que Tserere não é reu primário e de que o indígena terrorista e bolsonarista foi recolhido ao presídio da Papuda, em Brasília, em regime de prisão preventíva.
O presidente da República não se manifestou e nada fez a respeito, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional não se manifestou e nada fez a respeito, o ministro da Justiça publicou no Twitter uma pequena nota e nada fez a respeito.]RJF