William Burns, diretor da CIA usado por Biden para negociações clandestinas.
Diretor da CIA encontra-se com chefe do Serviço de Inteligência da Rússia, mas EUA negam negociações secretas de paz
Servindo-se de Bill Burns, Biden poderá estar bypassando o Departamento do Estado, onde burocratas como Antony Blinken e Victoria Nuland, por maior envolvimento com o deepstate americano e com o complexo industrial-militar, poderiam boicotar negociações de paz. Contudo, o indicativo mais forte é de que a mensagem transmitida possa ter sido de que a utlização de bombas nucleares pela Rússia, será respondida pelos EUA com bombas nucleares contra a Rússia, mensagem cujo teor rude e não-negocial não obteria credibilidade se a cargo de um mero burocrata como Antony Blinken.
2ª feira 14.11.2022
William Burns, diretor da CIA, encontrou-se com Sergei Naryshkin, chefe do Serviço de inteligência da Rússia, em Ancara, capital da Turquia, nesta 2ª feira 14.11, em um encontro muito possivelmente intermediado pelo governo turco.
A reunião aconteceu sob uma panorâmica de especulação de que a Casa Branca, alterando seu posicionamento configurado desde o início do conflito, gostaria que a Ucrânia entrasse em negociações para acabar com a guerra com o Kremlin.
Contudo, autoridades norte-americanas teriam singelamente relatado que o objetivo principal do encontro seria, de forma professoral, "transmitir mensagem sobre as consequências do uso de armas nucleares pela Rússia", assim como discutir os casos de americanos detidos no país.
Oficias do governo americano enfatizaram que Burns "não estava conduzindo negociações de qualquer tipo" e que "ele não está discutindo a solução da guerra na Ucrânia" - após um vazamento do Kremlin após a recaptura de Kherson pela Ucrânia.
O jornal russo Kommersant informou pela primeira vez que uma reunião estava ocorrendo entre os EUA e a Rússia em Ancara, e informou que Naryshkin estaria presente. O jornal afirmou desconhecer o objetivo da discussão.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não poderia confirmar nem negar os relatos, antes que os EUA confirmassem, na hora do almoço, que Burns, a pessoa normalmente usada por Biden para discussões clandestinas, estaria presente na reunião.
Não houve reuniões publicamente reconhecidas entre os líderes dos EUA e da Rússia desde antes da invasão, embora tenha havido algumas conversas telefônicas diretas. O último encontro presencial foi quando Antony Blinken, o secretário de Estado dos EUA, encontrou-se com Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, em Genebra, em 21.01.2022.
Na semana passada, surgiram especulações de que alguns assessores seniores da Casa Branca prefeririam ver o fim dos combates. O general Mark Milley, principal oficial militar dos EUA, disse acreditar que a Ucrânia lutou contra os militares russos até um impasse e que havia "possibilidades aqui para algumas soluções diplomáticas".
O fato é que na semana passada os EUA concordaram em enviar mais US$ 400 milhões de ajuda militar para a Ucrânia, elevando o total para US$ 18,9 bilhões desde janeiro de 2021 - e Joe Biden, o presidente dos EUA, insistiu na cúpula do G20 que não havia negociações secretas em andamento.
"Tenho sido muito claro que vamos continuar a fornecer a capacidade para o povo ucraniano se defender. E não vamos nos envolver em nenhuma negociação. Não há nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. Esta é uma decisão que a Ucrânia tem que tomar",
disse o presidente Biden.
Após encontrar-se com o presidente da China, Xi Jinping, em Bali, na Indonésia, Biden afirmou que ele e Xi "reafirmaram nossa crença compartilhada na ameaça ou no uso de armas nucleares é totalmente inaceitável" – reforçando o que os EUA disseram ser a mensagem-chave de Burns.
Em sua leitura da reunião, Pequim disse que "a China está altamente preocupada com a situação atual na Ucrânia", mas não fez referência à questão nuclear. Um "confronto entre as grandes potências deve ser evitado", acrescentou Pequim.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não está participando do G20, mas Moscou é representada por Lavrov, ministro das Relações Exteriores do país desde 2004. A Associated Press, citando autoridades indonésias, informou que Lavrov foi levado para o hospital, onde foi brevemente tratado de um problema cardíaco.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia denunciou os relatórios como "o auge da falsificação", já que a porta-voz Maria Zakharova postou um vídeo de Lavrov sentado ao ar livre em um pátio, vestido com shorts e uma camiseta, lendo documentos. O ministro Lavrov disse que a especulação sobre a ajuda de altos funcionários do Kremlin "não é nova na política".
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, fez nesta 2ª feira uma visita surpresa à cidade de Kherson, no sul do país, para celebrar sua recaptura após oito meses de ocupação russa.
"Estamos avançando. Estamos prontos para a paz, a paz para todo o nosso país",
disse Volodimir Zelenskiy.
Confira em THE GUARDIAN a íntegra da matéria.
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