Não cabe a militares opinar sobre processo político,
afirma Gleisi Hoffmann
sábado, 12.11.2022
A deputada federal Gleisi Hoffmann reagiu prontamente em sua rede social, na 6ª feira, 11.11, à nota dos comandantes das Forças Armadas divulgada na manhã do mesmo dia.
"Não é papel dos comandantes militares opinar sobre o processo político, muito menos sobre a atuação das instituições republicanas. O direito de manifestação não se aplica a atos contra a democracia, que devem ser tratados pelo nome: golpismo. E combatidos, [pois] não são pacíficos nem ordeiros".
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores referiu-se à nota divulgada pelos comandantes das Forças Armadas, assinada pelo almirante Almir Garnier Santos, da Marinha, pelo general Marco Antônio Freire Gomes, do Exército, e pelo tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, da Aeronáutica.
Em sua nota conjunta, os comandantes das Forças Armadas fizeram comentários sobre os atos antidemocráticos que ocorrem em várias cidades brasileiras, nos quais manifestantes bolsonaristas declaram não aceitar o resultado do recente pleito presidencial que elegeu Luis Inacio Lula da Silva para um terceiro mandato; e pedem que as Forças Armadas deflagrem um novo golpe militar para manter Jair Bolsonaro na presidência da República.
"São condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade",
afirmam os comandantes em sua nota, avaliando que tais manifestações seriam o exercício da liberdade de expressão e que apenas os bloqueios de rodovias seriam "excessos" a serem coibidos.