O controle de Kherson pelos russos irá restaurar o fornecimento de água à Crimeia. O colapso das centrais e da rede elétrica de Kiev poderá tornar ainda mais críticos os serviços de esgotamento sanitário e de suprimento de água potável. 17 países da UE enviaram 500 geradores de energia á Ucrania.
A cidade de Kherson foi ocupada pelas tropas russas pela primeira vez, desde que começou sua invasão da Ucrânia. Em uma declaração no Telegram, a administração russa de Kherson relatou que o fornecimento de eletricidade e água caiu depois que um "ataque terrorista" danificou três linhas de energia na rodovia Berislav-Kakhovka, em uma parte da região ocupada pelos russos.
Yuriy Sobolevskyi, vice-chefe do conselho regional de Kherson, disse que cerca de 10 sub-distritos da região de Kherson foram afetados, assim como a área urbana central.
O interesse russo por Kherson reside em que seu controle garante o abastecimento de água para a Criméia, bem como uma ponte terrestre para a Rússia. Nesse sentido, sua recaptura pelas tropas ucranianas tem imenso valor logística e também simbólico para a Ucrânia. Por essa razão, as autoridades russoas locais disseram que a Ucrânia prepara nova ofensiva para retomar a região.
Apagão em Kiev
Nas últimas semanas, a Ucrânia alertou que as forças de Moscou pretendiam explodir as instalações estratégicas para causar inundações. A hidrelétrica foi capturada pelas forças de Moscou no início de sua ofensiva. O prefeito de Kyiv e ex-campeão de boxe, Vitali Klitschko, disse que não poderia descartar a possibilidade de um apagão completo para a capital enquanto a Rússia continuava sua campanha de ataques à infraestrutura energética.
Falando ao United News da Ucrânia, um programa de notícias centralizado transmitido por todos os canais, Klitschko disse às pessoas para se prepararem comprando bancos de energia e roupas quentes. Em caso de um apagão total, ele disse que os moradores de Kyiv deveriam tentar ficar com parentes fora da capital.
4,5 Milhões já na Escuridão
A partir da noite deste domingo, 06.11, continuam os apagões voltados a recomposição das linhas elétricas e estabilização no fornecimento de eletricidade, em Kiev e em seis regiões, declarou Volodymyr Zelenskiy, que descreveu a situação como "realmente difícil" e reconheceu que já estavem sem eletricidade mais de 4,5 milhões de ucranianos, a maioria em Kiev e região circundante.
As autoridades ucranianas programaram apagões em todo o país para estabilizar a rede, e 17 países da UE enviaram 500 geradores de energia para a Ucrânia para ajudar a aliviar a crise energética.
Sergei Kovalenko, CEO da Yasno, um dos principais fornecedores de energia para a capital, disse que a Ucrânia enfrentou um déficit de 32% no fornecimento de energia projetado esta 2 feira 07.11.
"É impossível reparar prontamente as linhas – há falta de especialistas, equipamentos, e os invasores russos não permitirão que isso seja feito",
comentou Sergei Kovalenko.
Confira em The Guardian a íntegra desta matéria no original.