Escândalo na Alemanha:
Ministra Annalena Baerbock é muito criticada por posicionamento sobre Ucrânia, contrários aos interesses e demandas de seus eleitores alemães, favoráveis a um acordo com a Rússia
02.09.2022
Representantes dos partidos alemães União Democrata-Cristã, A Esquerda e Alternativa para a Alemanha criticaram as palavras de sua ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock. Nas vésperas, a política afirmou estar disposta a apoiar a Ucrânia o quanto for necessário, independentemente do que os seus eleitores pensem.
"Se eu prometi para as pessoas da Ucrânia que nós estaríamos com elas o quanto fosse necessário, então quero manter essa promessa. Não importa o que os meus eleitores alemães pensam, eu quero manter a promessa para as pessoas da Ucrânia",
disse Baerbock ao discursar em Praga.
Nesse contexto, a ministra passou a ser criticada pela oposição. Assim, a deputada do Bundestag, o parlamento alemão, e ex-líder da coligação parlamentar do partido A Esquerda, Sahra Wagenknecht, chamou as expressões de Baerbock de "erradas" e "perigosas para a Alemanha".
"A ministra das Relações Exteriores, que afirma representar os interesses dos eleitores ucranianos, ao vez dos eleitores alemães, e que, em prol dos interesses do governo dos EUA, rejeita as negociações para terminar a guerra, o que representa um erro ultrajante e perigoso para o nosso país",
escreveu a deputada na sua conta no Twitter.
Ao mesmo tempo, a deputada do Bundestag do partido A Esquerda, Sevim Dagdelen, salientou na sua conta que 77% dos cidadãos alemães exigem negociações para pôr fim aos combates militares na Ucrânia.
"A ministra das Relações Exteriores, -- que rejeita a diplomacia e demonstra o desprezo em relação a todos que protestam contra os efeitos das suas sanções loucas e que diz 'A Ucrânia está acima de tudo, enquanto os cidadãos não importam', -- é um fracasso total",
escreveu Dagdelen.
O representante da União Democrata-Cristã, Norbert Rottgen, aconselhou a ministra, em vez de reformas dolorosas, a escolher uma boa argumentação.
"Estimada senhora Baerbock, isso é abuso desnecessário de heroísmo. A maioria dos alemães está disposta a seguir apoiando a Ucrânia. Os políticos democráticos devem convencer outros com bons argumentos, não com a palavra 'basta'",
disse o deputado em sua conta no Twitter.
Além disso, Alice Weidel, a co-presidente da Alternativa para a Alemanha, partido político alemão de extema direita, sublinhou em sua conta no Twitter que "estamos em um momento em que é necessária a renúncia da ministra das Relações Exteriores Baerbock".
Em 1º de setembro, a hashtag #BaerbockRuecktritt (Baerbock deve renunciar) foi um dos assuntos mais populares na Alemanha, de acordo com o portal trends24.
Contudo, nesse contexto, o representante oficial do ministério das Relações Exteriores alemão, Peter Ptassek, acusou as forças pró-russas do desencadeamento do conflito interno.
Antecipação de Eleições
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, chamou na 5ª feira, 1º.09, as palavras de Baerbock de "uma confissão fantástica", que "serve para as conversas sobre a necessidade de realizar em uma série de países europeus as eleições antecipadas".
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