Absolvida em vários processos judiciais por supostos crimes durante seus 02 mandatos presidenciais, por absoluta faLta de provas, Cristina Kirchner ainda enfrenta cinco processos judiciais, aparentemente resultantes do ódio político pelo enfrentamento dos chamados "fundos abutres de investimentos", internacionais, os quais 'micaram' com 90% da dívida externa argentina, durante os mandatos presidenciais de seu marido e dela própria.
Os promotores argentinos pediram, nesta 2ª feira, 23.08, uma sentença de 12 anos de prisão e uma desqualificação política perpétua para a vice-presidente argentina Cristina Kirchner por suposta corrupção na licitação de obras quando ela era presidente (2007-2015), uma acusação que seus apoiadores consideram uma perseguição.
Cristina Kirchner, acusada dos crimes de associação ilícita agravada e administração fraudulenta agravada, tem imunidade política devido a seus cargos como vice-presidente e presidente do Senado. Estima-se que o veredicto será decidido até o final do ano.
"Não estou perante um tribunal da Constituição, mas diante de um pelotão de fuzilamento da mídia judicial",
escreveu a CFK após o pedido de condenação ser tornado público.
A presidência da República emitiu declaração de repúdio minutos após o pedido de condenação ser tornado público pelo promotor Diego Luciani,
"O governo nacional condena a perseguição judicial e midiática contra a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, que foi expressa hoje, mais uma vez, no apelo final e no pedido de sentença na chamada Causa Vialidad",
afirmou o texto.
"Nenhum dos atos atribuídos à ex-presidente foi comprovado e toda a acusação contra ela refere-se apenas à função que ex desempenhou durante esse período, que infelizmente degrada os princípios mais elementares do direito penal moderno",
acrescentou.
Fernández é acusado junto com outras 12 pessoas por supostamente ter dirigido a concessão de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz (sul), seu berço político, para favorecer o empresário Lázaro Báez, contra quem os promotores também pediram 12 anos de prisão e apreensão de seus bens.
Cristina Kirchner manifestou-se em sua conta no Twitter na noite de 2ª feira para denunciar que há um plano para derrubar seu direito de defesa.
"Não estou diante de um tribunal da Constituição, mas diante de um pelotão de fuzilamento da mídia judicial",
escreveu ela.
No total, a promotoria solicitou a apreensão de US$ 1 Bilhão, valor considerado equivalente à suposta fraude e que, se ratificado pelos juízes, terá que ser pago conjunta e proporcionalmente entre os 13 réus.
Os pedidos de sentença variaram de 02 a 12 anos de prisão. A pena máxima para esses crimes é de 16 anos.
Esta foi a nona e última audiência para a acusação, realizada remotamente.
À noite, o apartamento de Cristina Kirchner em Buenos Aires foi o epicentro de manifestações antagônicas separadas por um cordão policial: enquanto alguns celebravam a condenação com bandeiras argentinas, panelas e panelas, outros entoavam cantos em apoio ao vice-presidente.
Segundo o promotor Sérgio Mola neste caso "houve irregularidades sistemáticas em 51 concursos ao longo de 12 anos. A imagem probatória mostra conclusivamente as manobras ilícitas. Não é crível que Cristina Fernández (de Kirchner) não tenha conhecimento de nada na solidão de seu cargo",
afirmou em seu argumento final.
O caso também abrange o período anterior do governo, de 2003 a 2007, quando seu marido Néstor Kirchner, que morreu em 2010, foi presidente.
Perseguição
Fernández, 69, advogado por profissão, solicitou uma prorrogação de seu depoimento para terça-feira, argumentando que "em violação aberta do princípio da defesa no julgamento, (os promotores) montaram em suas questões de acusação que nunca haviam sido levantadas" no processo, escreveu ela no Twitter.
Mas essa possibilidade foi negada pelo tribunal, que considerou que seus advogados poderão expandir os argumentos da defesa, a partir de 5 de setembro.
Após a negação, Cristina Kirchner anunciou no Twitter que na terça-feira divulgará sua defesa através das redes.
"Se faltava alguma coisa para confirmar que não estou perante um tribunal da Constituição, mas diante de um pelotão de fuzilamento da mídia, é para me impedir o direito de defesa",
tuitou.
Para que uma sentença seja cumprida, ela deve ser ratificada pelo Supremo Tribunal de Justiça. Portanto, mesmo condenado, Fernández permaneceria livre e poderia até ser candidato nas eleições presidenciais e legislativas de 2023.
Em meio à polarização política e diante do processo eleitoral do próximo ano, vários grupos do peronismo de centro-esquerda, próximos à vice-presidente, denunciam uma perseguição e uma tentativa de proscrição e tanto parlamentares quanto líderes sociais e culturais publicaram declarações em apoio a Fernández.
Nas últimas horas, líderes políticos fizeram um apelo para a mobilização da militância, mas sem pedir um chamado específico.
A vice-presidente foi absolvida em vários casos por supostos crimes durante seus dois mandatos presidenciais, mas ainda enfrenta cinco julgamentos.
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