O presidente deliberou atender as demandas indígenas
O Estado de Exceção irá vigorar por 30 dias nas províncias de Imbabura, Cotopaxi e Pichincha, inclusive a capital Quito
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou estado de exceção em três províncias do país andino, em uma tentativa de acalmar protestos convocados por grupos indígenas contra políticas econômicas do governo.
A maior organização de povos indígenas do Equador pressionou por uma greve no país, exigindo que o governo do presidente Guillermo Lasso reduza e congele os preços dos combustíveis, estabeleça controles de preços e melhore a cobertura e a educação em saúde.
Após a convocação de uma greve da CONAIE Confederação de Nacionalidades Indígenas, os protestos ganharam força após a prisão e libertação de seu principal líder, Leónidas Iza.
A população indígena, cuja maioria vive nas terras altas da região andina, constitui um setor tradicionalmente relegado e pouco atendido por vários governos, o que a estimulou a realizar protestos em vários momentos e que colocaram autoridades na berlinda. O maior protesto anterior no Equador ocorreu no final de 2019; e, tal como no presente momento, a figura de Iza se tornou presente.
Estado de Exceção por 30 dias
O Estado de Exceção irá vigorar por 30 dias nas províncias de Imbabura, Cotopaxi e Pichincha - o que inclui a capital Quito -, que registraram os protestos mais violentos, com ataques a plantações de flores e danos à infraestrutura.
O toque de recolher em Quito será das 22h às 5h (horário local) a partir deste sábado, 18.06, disse Lasso na noite da 6ª feira, e reuniões de pessoas serão proibidas o dia inteiro nas províncias afetadas. Ele não disse por quanto tempo as medidas durarão.
“Pedi diálogo e a resposta foi mais violência, não há intenção de encontrar soluções”,
disse Lasso, pela televisão.
Grupos indígenas começaram os protestos na 2ª feira, com manifestantes bloqueando ruas ao redor do país em oposição às políticas econômicas e sociais de Lasso, exigindo o congelamento do preço da gasolina, a interrupção de mais projetos de mineração e petróleo, e mais tempo para pequenos agricultores pagarem seus empréstimos bancários.
O presidente resolveu atender as demandas indígenas
Lasso aumentará auxílio aos setores mais vulneráveis e subsidiará o custo de fertilizantes em 50% para fazendeiros pequenos e médios, e o banco publico perdoará empréstimos vencidos até 3 mil dólares. Além disso, não haverá aumento no custo do diesel, da gasolina e do gás.
Leonidas Iza, presidente da organização indígena equatoriana Conaie, disse que as propostas de Lasso parcialmente resolvem os problemas, mas duvidou que serão implementadas, disse nas redes sociais.