Com o 'Rock around Ucraine' imposto por Putin a Biden, USA não impõe mais respeito: China 'iniciará uma guerra', se Taiwan declarar independência, teria afirmado o ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, ao Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin
Há grande expectativa em torno do pronunciamento de Austin, no sábado, 11.06, e de Wei, no domingo, 12.06.
11.06.2022
Pequim "não hesitará em iniciar uma guerra, não importa o custo", se Taiwan declarar independência, teria afirmado o ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, ao seu homólogo dos EUA, Lloyd Austin, enquanto se reuniam em paralelo à cúpula de segurança do Diálogo Shangri-La, em Cingapura.
Austin pediu à China que "se abstenha de novas ações desestabilizadoras" sobre Taiwan, disse uma declaração dos EUA emitida após a primeira rodada de negociações.
Taiwan denuncia pretensões chinesas
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan denunciou as reivindicações "absurdas" de soberania da China e agradeceu aos EUA pela demonstração de apoio.
"Taiwan nunca esteve sob a jurisdição do governo chinês, e o povo de Taiwan não sucumbirá a ameaças de força do governo chinês",
disse a porta-voz do ministério Joanne Ou.
EUA: "oposição a mudanças unilaterais no status quo"
O Departamento de Defesa dos EUA disse que Austin "reafirmou a importância da paz e da estabilidade em todo o Estreito [de Taiwan], oposição a mudanças unilaterais no status quo, e pediu que [a China] se abstenha de novas ações desestabilizadoras em relação a Taiwan".
As tensões sobre Taiwan aumentaram em particular devido ao aumento das incursões de aeronaves chinesas na zona de identificação de defesa aérea da ilha (ADIZ).
Joe Biden, durante uma visita ao Japão em maio, disse que Washington defenderia Taiwan militarmente se fosse atacado pela China. Desde então, a Casa Branca insistiu que sua política de "ambiguidade estratégica" sobre se iria ou não intervir não mudou.
China esmagaria plano de independência de Taiwan
Wei Fenghe teria dito a Austin que Pequim "esmagaria qualquer plano de independência de Taiwan e defenderia resolutamente a unificação da pátria".
Japão e seu plano militar Indo-Pacífico
Com as preocupações crescentes sobre as tensões China-Taiwan, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse em um discurso na cúpula que seu governo consideraria adquirir uma capacidade de ataque preventivo porque "a Ucrânia hoje pode ser o leste da Ásia amanhã".
O mundo deve estar "preparado para o surgimento de uma entidade que pisoteia a paz e a segurança de outros países à força ou ameaça sem respeitar as regras",
disse ele. Kishida não mencionou a China pelo nome em seu discurso, mas repetidamente pediu que a "ordem internacional baseada em regras" fosse mantida.
Kishida disse que estabeleceria um "plano indo-pacífico livre e aberto para a paz" até a próxima primavera, no qual o Japão forneceria ajuda ao desenvolvimento, barcos de patrulha, capacidades de aplicação da lei marítima e outras assistências a países do sudeste da Ásia e do Pacífico para ajudá-los a se proteger melhor.
O Japão forneceria esse apoio a pelo menos 20 países, treinaria pelo menos 800 funcionários de segurança marítima e forneceria cerca de US$ 2 bilhões em assistência nos próximos três anos, disse ele.
Kishida disse ao seu público que o aprimoramento da defesa do Japão seria transparente e dentro do escopo de sua constituição.
Ele disse que o ambiente de segurança na região do Indo-Pacífico estava se deteriorando devido ao aumento das tensões nos mares do Leste e sul da China e ao redor de Taiwan.
A invasão russa da Ucrânia e sua ameaça de usar armas nucleares pioraram as coisas, mas a tendência deve ser revertida, disse Kishida, observando sua posição como líder do único país que sofreu ataques nucleares.
"Devo admitir que o caminho para um mundo sem armas nucleares tornou-se ainda mais desafiador",
disse Kishida.
Ele descreveu os repetidos lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte, incluindo ICBMs, e o desenvolvimento de armas nucleares como uma séria ameaça à paz e estabilidade regionais.
"O acúmulo não transparente de capacidade militar, incluindo arsenais nucleares, em todo o Japão tornou-se uma séria preocupação de segurança regional",
disse ele.
A ameaça pode prejudicar os esforços de não proliferação, criando uma relutância entre os possuidores de armas nucleares para abandoná-las, e um desejo entre outros de desenvolvê-las, disse Kishida.
China critica doações americanas de armas à Ucrânia
Assim como em Taiwan, a China e os EUA têm estado em conflito com a invasão da Ucrânia pela Rússia, com Washington acusando Pequim de fornecer apoio tácito a Moscou.
A China pediu conversações para acabar com a guerra, mas parou de condenar as ações da Rússia e criticou repetidamente as doações de armas americanas para a Ucrânia. As reivindicações expansivas da China no Mar do Sul da China também aumentaram as tensões com Washington.
Grande Expectativa
Austin fará um discurso no fórum no sábado, seguido por Wei no domingo. A cúpula vai de 10 a 12 de junho e está ocorrendo pela primeira vez desde 2019 depois de duas vezes ser adiada devido à pandemia Covid-19.
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