KISSINGER defende que Ucrânia ceda parte de seu território para encerrar a guerra
3ª feira, 24.05.2022
Henri Kissinger, 98 anos, o célebre ex-secretário de Estado dos EUA nos governo Richard Nixon e seu sucessor, Gerald Ford, afirmou em discurso em Davos, Suiça, no Forum Econômico Mundial, nesta 3ª feira, 24.05, que a Ucrânia deveria abrir mão de parte de seu território, para encerrar a guerra contra a Rússia.
Kissinger recomendou que o Ocidente diminua a pressão sobre Moscou, sob risco de estabelecer diferenças tão profundas quanto as da Guerra Fria.
“As negociações (entre Moscow e Kiev) precisam começar nos próximos dois meses, antes que criem reviravoltas e tensões que não serão facilmente superadas”,
afirmou Kissinger.
“Idealmente, a linha divisória deveria ser um retorno ao status quo anterior. Prosseguir a guerra além desse ponto não seria sobre a liberdade da Ucrânia, mas uma nova guerra contra a própria Rússia.”
acrescentou o ex-secretário de Estado.
O status quo a que Kissinger se refere é o cenário anterior à Guerra, que completou três meses nesta 3ª feira, 24.05. Infere-se que ele defenda que a Ucrânia deveria abrir mão da Crimeia -- anexada pela Rússia em 2014 -- e de parte do Donbass, onde separatistas pró-Moscou proclamaram as baby-republics independentes de Lugansk e Donetsk
Kissinger também deu um recado aos países do Ocidente, alertando que a busca pela imposição de uma derrota sobre a Rússia pode desestabilizar as estruturas de poder da Europa. Afirmou que isso representaria um risco de deixar Moscou mais próxima da China.
"Espero que os ucranianos correspondam com sabedoria ao heroísmo que eles têm demonstrado",
disse, acrescentando que é mais apropriado à Ucrânia ser um Estado neutro do que um país totalmente integrado à Europa.