Lider Conservador de Direita,
Viktor Orban afirmou que gás russo é a única opção de seu país
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban disse, nesta 6ª feira, 01.04.2022, que há países que não poderão substituir o gás russo pela alternativa americana mais cara.
Falando à estação de rádio local Kossuth, antes das eleições parlamentares deste fim de semana, Orban disse que o gás russo é a única opção de seu país, já que a Hungria não tem litoral e não poderá receber gás liquefeito diretamente dos EUA.
Orban reiterou que a Hungria condena o ataque da Rússia contra a Ucrânia e que entende os esforços do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, pois seu país está em apuros e ele está cuidando dos interesses ucranianos. Mas afirmou que a Hungria “não pode ajudar o povo ucraniano destruindo a si mesmo.”
“Esta guerra não é nossa guerra, não podemos vencer aqui, mas podemos perder tudo. A questão é se teremos uma economia sobrando ou não.”
Ele acrescentou que é impossível para a Hungria “desligar o gás russo barato e comprar energia americana cara”, acrescentando que não é viável para a Europa contar com o transporte de volumes suficientes de gás liquefeito dos EUA através do oceano, e que não há alternativa aos fornecimentos russos num futuro próximo, em particular para a Hungria.
“Não se trata de vestir um suéter à noite, ou diminuir um pouco o aquecimento ou pagar um pouco mais pelo gás, é sobre o fato de que, se não houver energia vinda da Rússia, a Hungria ficará sem energia",
disse Orban.
O primeiro-ministro foi criticado pela Ucrânia e seus apoiadores por se recusar a tomar uma posição definitiva contra a Rússia. O presidente Zelensky pediu ao líder húngaro que pare de “ficar em cima do muro” e escolha um lado no conflito entre Kiev e Moscou.
Ao contrário de outras capitais da UE, Budapeste até agora se recusou a enviar armas para a Ucrânia ou permitir que outros países movimentassem remessas por seu território.
Mais cedo, Orban disse que a Hungria tem a intenção de cuidar primeiro de seus próprios interesses e manterá um “ponto de vista húngaro”, mas enfatizou que “deve ficar claro para os russos que não vale a pena prosseguir com essa guerra”, alertando ao mesmo tempo que a Europa deve evitar se ferir “mais do que os russos”.