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Internacional

19 de Março de 2022 as 23:03:14



EDITORIAL - Empurrado por Biden, Zelensky ruge, sem Otan e com País devastado


Vladimir Zelensky, presidente a ser destituido
 
EDITORIAL 
 
Empurrado por Joe Biden, ruge o 'rato' humorista Zelensky,
sem Otan, sem armas, com seu país devastado e a população em fuga.
 
por Wilson R Correa
 
Vladimir Zelensky, o humorista presidente da Ucrânia, pediu negociações de paz com Moscou, neste sábado, 19.03, para interromper a invasão de seu país.
 
Contudo, Zelensky, mesmo tendo suas forças armadas nocauteadas; destruídas as instalações de seus batalhões; pelos caminhos abandonadas por suas tropas e milícias nazistas as armas, as munições, as instalações e os equipamentos, na fuga diante do avanço e cerco por tropas russas; tendo os soldados ucranianos restado desarticulados e sem comunicação entre si; sua marinha e sua aeronáutica destruidas; mesmo assim, Zelensky lançou seu alerta a Putin, de que a Rússia "levará gerações" para recuperar-se de suas perdas na guerra.
 
"Chegou a hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia ... Quero que todos me ouçam agora, especialmente em Moscou. Chegou a hora de uma reunião, é hora de conversar", 
 
disse Zelensky, sinalizando seus termos para negociação:  
 
(1) a reintegração da Crimeia, ao território ucraniano, bem como  
(2) das repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk, recém fundadas; e 
(3) a retirada das tropas russas do território ucraniano.
 
Aplicando a retórica de Joe Biden, Zelenskiy declarou que a recusa de Putin em fazer concessões terá um preço alto para a Rússia.
 
O governo russo, por sua vez, tem anunciado seus próprios termos para uma negociação:
 
(1) o reconhecimento da Crimeia como território russo; 
(2) o reconhecimento das repúblicas recém criadas na região de Donbass: a Republica Democrática de Lughansk e a República Democrática de Donetsk; 
(3) a neutralidade, total desarmamento, a desmilitarização da Ucrânia;
(4) o abandono da pretenção de nuclearização; e 
(5) a não-associação da Ucrânia à OTAN.
 
O confronto das duas pautas, somente elas consideradas, evidencia que as possibilidades de acordo são remotas. Ocorre, contudo, que para além da retórica, o confronto das forças é espetacularmente desfavorável à Ucrânia.
 
Há informações de que Zelensky já estaria alojado na embaixada dos EUA na Polonia, corroboradas pela divulgação de vídeos, apresentados como recentes, em que ele aparece com pessoas já falecidas desde o início do conflito bélico.
 
Desse modo, caso verdadeira essa informação maior a influência americana sobre Zelensky e mais forte o impulso de Joe Biden para que Zelensky mantenha sua retórica, de que a Ucrânia resista militarmente e perdure o processo de desgaste e fragilização do governo russo, um dos grandes objetivos americanos da movimentação agressiva da OTAN em suas fronteiras com a Rússia, desde o desmoronamento da URSS.
 
Nos campos de batalha, por outro lado, os bombardeios se intensificaram na região oeste do país, na 5ª e 6ª feira, 17 e 18.03, notadamente na cidade de Lviv, a 60km da fronteira da Ucrânia com a Polônia, por onde se intensificou a entrega de armamentos pela OTAN e, diretamente, pelos EUA. A atenção russa deve-se a que os armamentos seriam distribuidos dali às demais regiões onde há focos de resistência ucraniana. Há informações de que, por essa mesma região de Lviv,  mais de 3 milhões de ucranianos já teriam deixado a Ucrânia, na busca de abrigo na Polônia e em outros países.
 
No sábado, 19.03, a Rússia enviou importante sinal à Otan e aos EUA, por meio de bombardeios com seus fantásticos mísseis hipersônicos indefensáveis, contra um grande depósito de munições para aeronaves e misseis, também na região oeste, próxima a cidade de Ivano-Frankivsk, a cerca de 200km da fronteira polonesa.
 
Esse alerta russo parece destinar-se a demover por completo de veleidades EUA e Otan, no suprimento de forças de resistência ucranianas com armas avançadas, na pretensão de fechamento do espaço aéreo ucraniano e da integração de forças da Otan aos combates em território ucraniano.  
 
Além disso, a continuidade de bombardeios das cidades do sul ucraniano, Mycokaiv, Kerson e Mariupol, já totalmente cercadas, com corredores humanitários instalados e operantes, proporciona às forças russas domínio e controle da parcela amplamente majoritária da área marítima da Ucrânia, restando apenas o cerco completo por terra da cidade de Odessa, a joia do Mar Negro, em bombardeio de precisão desde 4ª feira, 16.03, por navios russos.
 
Nesse processo, os quadros ainda ativos das milícias e forças ucranianas têm feito de instalações civis seu refúgio e ponto de defesa e de ataque -- inclusive com atiradores de elite, snipers mercenários -- em hospitais, escolas, prédios administrativos e até prédios de apartamentos.
 
Essa estratégia de horror da defesa ucraniana, própria de todas as guerras, repete o panorama observado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e confirmado em seu Relatório sobre a Situação dos Direitos Civis na Ucrânia, de 16.11.2015 a 15.02.2016, onde, à pág. 11, item 26, revelam-se: "Grupos armados e as forças armadas ucranianas também continuam a posicionar forças militares dentro e próximas a hospitais ..."  
 
Forças russas têm cercado grandes cidades, atacado suas instalações militares e feito prisioneiros, capturado armamentos, munições e bombardeado áreas militares e também áreas civis onde forças ucranianas têm se acantonado. Sua ação no cerco de Kiev, a capital da Ucrânia, poderá resultar brevemente na capitulação militar da Ucrânia, independentemente da retórica zelenskyiana.
 
Contudo, com o presidente da Ucrânia protegido na embaixada polonesa dos EUA, marionete da demência senil belicosa de Joe Biden e do deep state norte-americano, o sacrifício da população ucraniana deverá persistir até que alguma autoridade do país, constitucionalmente representativa para tal, assine os termos de uma rendição que possa ser aprovada pelo poder legislativo ucraniano, com a destituição de Zelensky do cargo de presidente pelo parlamento. Nesse caso, o assassinato de Zelensky poderá ser a gota final no copo da demonização da Rússia articulada pelos EUA. 
 
A destruição da economia russa e o avanço de seu poder bélico, já superior ao americano, bem como a contenção do poder econômico chinês, não terão sido ainda conseguidas pelo governo norte-americano, nessa investida ucraniana. Pois, continuarão as vendas de gás e petróleo russo à Europa, em conta bancária ainda mantida operante. E a China, por sua vez, continuará cosinhando a águia irada com sua paciente retórica pacificadora milenar que jamais invadiu ou ameaçou outras terras.
 
Além disso, o conflito terá revelado a incapacidade de proteção militar por Otan e EUA aos países parceiros, já trazida pelo desastre no Afeganistão.
 
Para os países europeus e, particularmente, para a Alemanha, com a ameaça de paralização de sua potência industrial pelo corte de suprimento de energia do gás russo, terá restado a convicção de que os EUA não teriam limites na destruição de suas economias nacionais e interesses, para a consecução de objetivos estratégicos norte-americanos.
 
Quanto aos EUA, seu processo de decadência econômica e da política externa não terá sido revertido; ao contrário, resultará acelerado. E o mais plausível poderá ser a declaração, comandada pelo Capitólio, de debilidade senil e incapacidade de Joe Biden ao cargo de presidente, como argumentos para camuflar seus sucessivos fracassos: a vergonhosa e imoral retirada do Afeganistão, a desastrosa articulação do conflito russo-ucraniano e a criação de elevado risco de deflagração de uma devastadora terceira guerra mundial;  além de desmoralizantes apelos da Casa Branca à Venezuela e ao Irã por seu petróleo, nesta semana, após tantos anos de opressão, ameaças de invasão, bombardeio até nuclear e de sanções econômicas. O pragmatismo que não oculta a vergonhosa face da política externa errática, irresponsável, ignorante e imoral norte-americana, evidência do desespero e falta de rumos da elite do país com a própria decadencia.
 
Ainda que o deep state americano apenas a tenha acolhido na chapa de Bidenem 2020, para agregar uma feição socialmente inclusiva à candidatura Democrata à presidência da república, para fazer frente à proposta e à imagem pública supremacista branca de Donald Trump, a entrega do comando da Casa Branca à Kamala Harris poderá ser cartada definitiva Democrata para minorar a dimensão do desastre eleitoral do Partido, antevisto para as eleições parlamentares do final de 2.022 nos EUA. Mesmo assim, os presságios são muito pouco favoráveis aos Democratas.
 
Na Europa, a elevação dos orçamentos de defesa da Alemanha e da França são indicativos de que a Otan teve provada sua falta de visão estratégica, sua inoperância na defesa dos interesses de países europeus e sua vinculação exclusiva com interesses norte-americanos.
 
Assim, em uma perspectiva otimista, a criação de uma força exclusivamente europeia desenha-se mais clara a cada dia. Por outro lado, a intenção de Macron de elevar o orçamento de defesa francês pode ser lida como uma resposta competitiva à elevação do orçamento de defesa alemão. E, aí, o conflito russo-ucraniano, impulsionado pelos EUA e Otan, teria despertado antagonismos seculares entre as duas nações, até então arrefecidos pela criação da União Europeia. Esse, mais um gigantesco estrago norte-americano, que nos faz ter muitas saudades de Angela Merkel.
 
Quanto à economia mundial, a elevação do preço do petróleo e dos combustíveis, espalhada por todo o planeta, traz efeitos devastadores sobre a economia global, acelera a decadência econômica americana e corrompe sua liderança mundial. A negociação de petróleo saudita com a China, sob pagamento na moeda chinesa, é sinal de nova configuração multipolar, a que os EUA não terão condições militares para reverter, tal como o fizeram em semelhante investida do Iraque, quando Sadam Hussein decretou que não mais aceitaria dólares americanos nos pagamentos por seu petróleo exportado.
 
Impérios em decadência provocam o caos para subsistir. E a intriga provocada por EUA e Otan na Ucrânia resultou exatamente no contrário do pretendido: reproduziu na Europa a desestabilização e a bagunça geopolítica semelhante àquela provocada pelos EUA na invasão e guerra contra o Iraque; e acelerou a mudança que fragiliza os EUA, multiplicando o risco trazido pela imensa dívida pública norte-americana; diminuindo a expectativa de vida dos ganhos de senhoriagem do dólar; reduzindo o controle do sistema financeiro internacional pelos EUA, antes proporcionado exclusivamente pelo sistema SWIFT -- pelo surgimento e intensificação do uso sistemas alternativos --; e trazendo maior proeminência e confiabilidade à China.


Fonte: da Redação JF





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