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Economia e Finanças

14 de Março de 2022 as 16:03:28



A CRISE DO PETRÓLEO - Como poderá impactar o Brasil


Como a crise do petróleo pode impactar no Brasil?
 
Pressionada pela retaliação dos EUA aos suprimentos de energia russos, a Petrobras anunciou na 5ª feira, 10.03, o reajuste dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. No caso da gasolina, a partir de 11.03, o reajuste fixado para as distribuidoras será de 18,8%. Para o diesel o aumento será ainda maior: 24,9%.
 
Já o GLP o gás de cozinha terá um acréscimo de 16,1% no valor médio do quilo. Mas o que esses números significam?
 
Pela primeira vez na história, o preço médio do litro da gasolina no Brasil vai ser elevado para R$ 7 — sem contar a taxação de impostos e os lucros dos revendedores, ou seja, os postos de gasolina. O diesel, por sua vez, pode chegar a um valor médio em torno de R$ 6,40 o litro.
 
Em conversa com a Sputnik Brasil, Rosemarie Broker Bone, coordenadora do Laboratório de Economia do Petróleo da Escola Politécnica da UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, explicou que os aumentos impactam toda a cadeia produtiva.
 
"Apesar do pré-sal, no Brasil também demandamos óleo cru. Desde 2016, a Petrobras tem como norma a PPI, que obedece e segue o preço internacional do barril de petróleo. Então vai haver uma pressão pelo aumento dos combustíveis. Se não houver intervenção do governo, a gasolina pode chegar a R$ 9 ou R$ 10",
 
projetou.
 
Na avaliação da pesquisadora, há também o contexto político do governo de Jair Bolsonaro (PL), cuja ação sobre os combustíveis pode prejudicar seus planos de reeleição.
 
"Se houver uma política de intervenção na Petrobras, a empresa vai sair prejudicada. Se Bolsonaro fizer qualquer intervenção, ele vai descumprir uma promessa de liberalismo e prejudicar a reeleição dele. Trata-se de um problema muito forte, porque a Petrobras é uma empresa que objetiva o lucro, é lucrativa e tem uma economia mista com acionistas",
 
declarou.
 
No entanto, a alta anunciada pela Petrobras hoje indica que Bolsonaro seguirá cumprindo a agenda do neoliberalismo — diferentemente dos governos Lula e Dilma, cuja política era de estabilizar o preço dos insumos energéticos produzidos pela estatal brasileira.
 
Para Marcelo Simas, professor de MBA de Economia do Petróleo e Gás da Escola Politécnica da UFRJ, trata-se de uma manobra de curto prazo, porque a intenção do atual governo é justamente a oposta: controlar os preços.
 
"Esse governo é uma plutocracia voltada para os ricos, mas a intenção de Bolsonaro é controlar os preços porque os derivados têm impacto na inflação, uma vez que dois terços dos nossos transportes são feitos pelas rodovias. Já estamos com a inflação alta, acima dos 10%, e ela pode chegar a 20%",
 
calculou.
 
O Brasil, porém, pode explorar economicamente esse mercado a partir da sanção imposta à Rússia, segundo o professor.
 
"A Rússia é a terceira maior produtora e exportadora de petróleo, e o Brasil pode ganhar espaço no mercado externo por causa do embargo",
 
avalia.
 
Projeto de lei 'eleitoreiro'
 
Usando argumentos distintos, ambos os pesquisadores criticam os dois projetos de lei para regular os preços — e que estão em andamento no Congresso Nacional. Um deles é o PL 1472, que estava previsto para ser votado ontem (9) no Senado, mas foi retirado da pauta a pedido do governo federal e deve ser retomado ainda hoje na Casa legislativa. Simas o classifica como "eleitoreiro", enquanto Broker Bone diz que ele "carece de mais discussão" porque um de seus artigos dá poderes de ingerência do Executivo sobre o mercado.
 
"O grande problema dessa precificação é que o Brasil é um país emergente, exportador de petróleo e importador de derivados (porque nossas refinarias não são capazes de produzi-los), mas com preços de países desenvolvidos",
 
criticou Simas.
 
A conta, no fim, chegará ao povo — ou o elo mais frágil dessa corrente econômica.
 
"Porque todo o mundo precisa de combustível, mesmo não sendo proprietário de um veículo. É preciso de diesel para caminhões, para ônibus, para deslocamentos no geral. Onde vamos parar? A inflação vai ficar descontrolada e impactará em tudo. Devido ao conflito externo, a inflação tende a explodir. Aquele dragão dos anos 80, a inflação descontrolada de antes do Plano Real, pode voltar a existir. Porque cortando uma oferta de petróleo, o preço sobe exorbitantemente",
 
finalizou Broker Bone.
 
CONFIRA em SPUTNIKNEWS a íntegra da matéria. Clique AQUI


Fonte: SPUTNIKNEWS





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