Ainda perplexo e paralizado pela determinação russa de invasão e desarmamento da Ucrânia, Jens Stoltenberg, acuado por (1) ali ter apoiado nazistas, (2) pela disseminação da ideia de abandono da Otan por grandes países europeus, como Alemanha e França; e (3) por não conseguir deter a ação russa na Ucrânia, busca, na extrema direita dos pequenos países bálticos, obter apoio e dar mostras de que a Otan não é tão incompetente e dispensável assim.
O secretário-geral da OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, está em Riga, capital da Letônia nesta 3ª feira, 08.03, país membro da aliança militar. Stoltenberg falou sobre a invasão russa na Ucrânia e reforçou o apoio prestado pelos aliados do bloco aos ucranianos.
“Somos a organização de defesa mais poderosa do mundo. Estamos mobilizando centenas de soldados adicionais e vamos defender e proteger cada polegada da Letônia e de cada território aliado”,
garantiu.
Jens Stoltenberg disse ainda que a Otan está preparada para proteger seus 30 países membros e que vai impedir que Moscou expanda a agressão.
“Temos a aliança mais forte da história”,
afirmou.
A Otan vem apoiando a Ucrânia de diferentes maneiras, há anos. Desde a anexação da Crimeia, em 2014, a aliança militar treina soldados e fornece armamentos e equipamentos militares.
“Fazemos tudo para ajudar os ucranianos na luta contra os invasores russos. Os aliados impuseram sanções sem precedentes e agora estamos vendo os efeitos. O rublo [moeda oficial da Rússia] está em baixa histórica, muitas empresas estão deixando a Rússia. A gente tem que acabar com esse conflito. Estamos aumentando nossa presença na Letônia e em outras partes do leste da aliança, para que a Rússia entenda que estamos protegendo cada polegada do nosso território”,
disse Stoltenberg.
Estônia
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também foi aos Países Bálticos, numa demonstração de preocupação do Ocidente com a invasão da Ucrânia. Blinken, que está em Tallinn, capital da Estônia, participou hoje de uma entrevista coletiva ao lado da primeira-ministra do país, Kaja Kallas, onde reforçou o apoio dos EUA aos ucranianos.
Blinken disse que a Estônia e os EUA vão continuar trabalhando para aumentar a assistência humanitária e de segurança na Ucrânia.
“Tudo o que vi no Báltico, esse apoio ao povo ucraniano, a gente vê as cores azul e amarela nas casas nos prédios. Isso é uma mensagem poderosa de solidariedade. Essa não é a guerra do povo russo, não é uma guerra de liberação, é a guerra do [Vladimir] Putin para subjugar um país democrático. Então ele vai ser responsabilizado pelo mundo”,
disse o secretário.
O secretário disse ainda que a Rússia está utilizando a dependência energética como arma de guerra e que é a hora de o Ocidente combater essa estratégia.
A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, disse que a nova situação de segurança requer mudança por parte dos europeus, incluindo a defesa da Estônia.
“A Otan tem que se adaptar rápido e as decisões têm que incluir uma estratégia de defesa da região, para fortalecer nossas defesas na terra, no mar e no ar”,
disse, ressaltando que o país está aumentando o percentual do orçamento destinado à defesa de 2% para 2,44% do PIB Produto Interno Bruto.