O ministério de Relações Exteriores da Ucrânia 'anulou' sugestões do embaixador do país na Grã-Bretanha de que poderia desistir do pedido de se juntar à OTAN, para evitar a guerra com a Rússia.
O embaixador Vadym Prystaiko havia afirmado à BBC que o país estava disposto a ser "flexível" sobre seu objetivo de se juntar à aliança militar do Atlântico, um movimento que o presidente russo, Vladimir Putin, alertou que seria um gatilho para a guerra.
"Poderíamos – especialmente ser ameaçados assim, chantageados por isso, e empurrados para ele",
disse Prystaiko quando perguntado se Kiev poderia mudar sua posição sobre a adesão à OTAN.
A Ucrânia não é membro da OTAN, mas foi prometido em 2008 que eventualmente teria a oportunidade de aderir, um movimento que traria a aliança liderada pelos EUA à fronteira com a Rússia. Em 2019, foi aprovada uma emenda que consagrou o objetivo final da adesão da OTAN à constituição do país.
Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia anulou
Um porta-voz do ministro das Relações Exteriores do país rapidamente anulou as observações, alegando que as palavras de Prystaiko tinham sido tiradas do contexto.
O submarino classe Kilo da marinha russa Rostov-on-Don navega pelo Estreito de Bósforo, Turquia, a caminho do Mar Negro em 13 de fevereiro.
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"O embaixador Prystaiko observou com razão em sua entrevista que a perspectiva de adesão à Otan está estabelecida na constituição da Ucrânia, embora a Ucrânia não seja atualmente um membro da Otan ou qualquer outra aliança de segurança",
escreveu Oleg Nikolenko no Facebook.
"A chave para nós é a questão das garantias de segurança. Sem dúvida, a melhor garantia seria a aliança aceitar imediatamente a Ucrânia. As ameaças à Ucrânia existem aqui e agora, por isso a busca por garantias de segurança torna-se uma tarefa fundamental e urgente. Ao mesmo tempo, nenhuma decisão pode ser tomada que contradiga a constituição ucraniana."
Questionado se a Ucrânia pode ou não reconsiderar suas ambições de se juntar à Otan, Prystaiko disse à BBC em inglês:
"Não, isso não é e estou muito feliz por ter essa chance de esclarecer minha posição".
Perguntado novamente se a Ucrânia estava mudando sua oferta para se tornar um membro da OTAN, ele disse:
"Não".
Prystaiko disse que o relatório anterior da BBC foi resultado de um mal-entendido.
"Não somos membros da Otan no momento e para evitar a guerra estamos prontos para muitas concessões e é isso que estamos fazendo nas conversas com os russos",
disse Prystaiko.
"Não tem nada a ver com a Otan, que está consagrada na Constituição.
"Não é um atraso para nossas ambições estar na Otan – o que estamos falando é que não estamos na 'família' agora, então temos que procurar algo mais como acordos bilaterais com o Reino Unido, com os EUA",
disse ele.
"Então, além da Otan, estamos procurando por outros arranjos que nos permitam sobreviver neste momento esta provação em particular."
Putin expressou preocupações de que, se a Ucrânia aumentar ainda mais seus laços com a OTAN, ela poderia ser feita uma plataforma de lançamento para mísseis da OTAN direcionados à Rússia. Ele havia dito que a Rússia precisava estabelecer "linhas vermelhas" para evitar isso.
Ele também alegou que aceitar a Ucrânia na OTAN levaria a uma ação militar da Otan para recuperar a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
"Você quer que a França entre em guerra com a Rússia?",
perguntou um jornalista francês irritado durante a conferência de imprensa após sua recente reunião do Kremlin com o presidente francês, Emmanuel Macron.
"Isso é o que vai acontecer !"
O ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, disse à BBC que o governo britânico não acreditava que as sugestões da Ucrânia desistir de seu objetivo de adesão à Otan era política oficial.
Ele disse na Sky News que "qualquer solução diplomática não deve ser algo que comprometa a soberania ucraniana" e o direito do país de escolher ser membro da OTAN.
No entanto, acrescentou que esta é uma decisão para a Ucrânia, e que o Reino Unido apoiaria qualquer escolha que fizesse, porque "é isso que é soberania". Ele citou o exemplo da Sérvia como um país que não é membro da OTAN, mas com o qual o Reino Unido tem laços estreitos.
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