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Internacional

28 de Setembro de 2021 as 22:19:57



ACORDO AUKUS - Razões da Frustração da França, segundo Douglas Peifer


Emmanuel Macron, presidente da França
 
Emmanuel Macron, frustré par le manque de importance de la France
et  déprimé  par  l’absence  de  protagonisme  personnel
 
Em um artigo escrito na Universidade de Guerra Aérea dos EUA (US Air War College’s Department of Strategy), o doutor em história do Departamento de Estratégia da Instituição de ensino, o Douglas C. Peifer, explicou a razão pela qual a França estaria frustrada com a criação, por EUA, Reino Unido e Austrália, do acordo AUKUS sem a sua participação.
 
No texto, Peifer afirma que o fim do lucrativo acordo de submarinos com a Austrália, no contexto da criação da AUKUS, seria um dos motivos da frustração francesa.
 
No entanto, seria mais uma importante razão da frustração o contexto da atuação francesa no Indo-Pacífico, região de atuação do pacto AUkUS.
 
Para Peifer, a França dedicou uma atenção considerável, ao longo da última década, à sua estratégia no Indo-Pacífico, confirando que sua relação com a Austrália seria uma pedra angular nesta estratégia.
 
A França se considera uma potência Indo-Pacífica, acreditando que poderia ser um parceiro de grande valor aos EUA na região, uma vez que Washington, sob a administração Biden, teria deixado a agenda dos EUA na região e abraçou o multi-lateralismo e parcerias.
 
No Indo-Pacífico, a França possui cerca de 2/5 de seu território ultramarino, com cerca de 1,6 milhão de cidadãos franceses, além de países dependentes da França. As regiões de La Reunion e Maillot, ambas no Oceano Índico, elegem representantes para a Assembléia Nacional e o Senado franceses, assim como para o Parlamento Europeu. Usam o Euro como moeda e são governados pelas leis francesas.
 
Na área da Ásia Pacífico, vivem cerca de 130 mil cidadãos franceses e Paris reivindica para si territórios em ilhas inabitadas próximas de Madagascar e  no sul do Oceano Índico, de acordo com o professor Douglas Peifer.
 
Embora o território ultramarino francês apresente baixo nível de interesse em termos de segurança, no geral ele é de grande importancia, tendo a França afirmado possuir a segunda maior zona econômica marítima do mundo, depois dos EUA.
 
Ainda em 2013, o Livro Branco da Segurança e Defesa Nacional da França declarou que a segurança no Oceano Índico era uma prioridade para o país, assim como para a Europa. Atualmente o presidente Emanuel Macron e o chanceler Jean-Yves Le Drian têm empregado grandes esforços para o desenvolvimento das relações no Indo-Pacífico, realizando visitas pessoais e dialogando com lideranças locais afirmando a ativa importância da França para a Austrália, a Índia e os EUA.
 
Contudo, segundo Peifer, o não-convite à França para o AUKUS teria sido desanimador para Paris. Os franceses acreditavam que poderiam compartilhar e ajudar dos planos americanos na região, ao passo que nem ao menos sabiam da criação da AUKUS, até que este foi anunciado ao mundo.
 
O caso lembra as questões sensíveis da França que datam da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria. No conflito, o presidente americano Francklin Roosevelt e o premier britânico Winston Churchill não viam o líder francês Charles De Gaulle como igual; e seria normal, tendo em vista a rápida conquista da França pela Alemanha e a total dependência de armas, equipamentos e dinheiro dos EUA e do Reino Unido pelo governo no exílio da França Livre durante a Guerra.
 
Ainda no tempo da Guerra, a França ficou fora dos planos do Dia D e não foi convidada para a Conferência de Yalta, onde foram debatidas questões chaves do mundo do Pós-Guerra.
 
Após a Guerra, os franceses não foram convidados para o compartilhamento de dados de inteligência entre os EUA e o Reino Unido, o qual posteriormente, incluíram o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia.
 
Da mesma forma, nem americanos nem britânicos demonstraram interesse em compartilhar com os franceses o knowhow de como fazer uma bomba atômica, o que contribuiu para a França para sair do comando da OTAN, após o presidente De Gaulle ter seus pedidos de reforma da aliança rejeitados.
 
Fonte: Radio Sputnik, degravação pela Redação JF
 
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Fonte: Radio Sputnik, Subtítulo e degravação pela Redação JF





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