Número de mortos sobe para quatro e mais de 150 desaparecidos
O número de mortos em um desabamento de um prédio em Miami subiu para quatro na manhã de 6ª feira, 25.06, e 159 ficaram desaparecidos depois que um condomínio de 12 andares caiu em escombros na costa sul do Atlântico da Flórida.
A prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, falou em uma coletiva de imprensa matinal sobre o horror "inimaginável" da cena no bairro de Surfside, onde as equipes trabalharam durante a noite lutando contra o mau tempo para tentar alcançar sobreviventes, e retiraram mais vítimas mortas dos destroços.
"Infelizmente, esta foi uma noite trágica. Temos 120 pessoas contabilizadas, o que é uma notícia muito, muito boa. Mas nosso número não contabilizado subiu para 159",
disse ela. Na 5ª feira, 24.06, à noite, esse número estava abaixo de 100.
Joe Biden concedeu uma declaração de emergência para a área na tarde desta quinta-feira, liberando fundos federais para ajudar na catástrofe.
A Casa Branca disse que a medida autorizou o Departamento de Segurança Interna e a FEMA Agência Federal de Gerenciamento de Emergências a coordenar todos os esforços de socorro a desastres.
"É o inimaginável. Uma missão maciça de busca e resgate está em andamento. Vamos fazer tudo o que pudermos [fazer] para identificar e resgatar aqueles que ficaram presos nos escombros,"
disse Daniella Levine Cava, prefeita de Miami-Dade.
Os socorristas foram prejudicados durante a noite por fortes chuvas e trovões e relâmpagos, trabalhando em períodos de 15 minutos com equipamentos pesados para mover destroços.
Gritos dentre os escombros
Autoridades e testemunhas falaram sobre ouvir batidas e gritos de dentro da estrutura colapsada.
Grande parte do edifício Champlain Towers South, no lado da praia da estrutura residencial de Miami, foi cortada, por razões desconhecidas, pancaking em uma pilha de concreto e metal com mais de 30 pés de altura.
Levine Cava acrescentou na manhã de sexta-feira que mais três corpos foram retirados dos escombros durante a noite, elevando o número oficial de mortos até agora para quatro.
"Eu quero ser muito claro sobre os números. Eles são muito fluidos. Vamos trabalhar o máximo que pudermos para continuar nosso esforço de busca e resgate que é nossa prioridade. É aí que estamos focados e protegendo nossos socorristas que estão no local,"
afirmou Levine Cava.
Onze feridos até agora foram relatados, com quatro pessoas atendidas em hospitais.
"São tempos muito difíceis, e as coisas vão ficar mais difíceis à medida que avançamos",
disse o diretor da polícia de Miami-Dade, Freddy Ramirez.
O senador Jason Pizzo, de Miami Beach, disse ao Miami Herald que viu equipes táticas de seis pessoas trabalharem na sexta-feira para retirar corpos dos escombros. Muitas pessoas permaneceram no centro de reunificação montado perto do local do desabamento na manhã de sexta-feira, aguardando resultados de cotonetes de DNA que poderiam ajudar a identificar as vítimas.
As autoridades disseram que nenhuma causa para o colapso foi determinada.
O vídeo do desabamento mostrou o centro do prédio aparentando cair primeiro e uma seção mais próxima do oceano cambaleando e descendo segundos depois, quando uma enorme nuvem de poeira engoliu o bairro.
Cerca de metade das cerca de 130 unidades do prédio foram afetadas, e os socorristas retiraram pelo menos 35 pessoas dos destroços nas primeiras horas após o desabamento.
Raide Jadallah, um assistente do chefe dos bombeiros do condado de Miami-Dade, disse que, enquanto os dispositivos de escuta colocados sobre e nos destroços não tinham captado vozes, eles detectaram possíveis ruídos de batida, dando aos socorristas esperança de que alguns estão vivos. Os socorristas estavam entrando nos destroços de baixo, passando pelo estacionamento subterrâneo do prédio.
"Estamos ouvindo sons, não especificamente sons humanos, pode estar tocando, pode ser um tipo de aço torcido, pode ser alguns dos destroços meio que chovendo",
disse Jadallah nesta manhã.
"Temos máquinas pesadas no local para começar a puxar parte do metal superficial de cima, à medida que começamos a procurar por vazios adicionais de cima."
Enquanto isso, equipes caninas estão no local.
Levine Cava reconheceu o perigo para os trabalhadores de resgate.
"Este trabalho está sendo feito em extremo risco para esses indivíduos, os detritos estão caindo sobre eles enquanto fazem seu trabalho",
disse ela.
"Temos engenheiros estruturais no local para garantir que eles não serão feridos, mas estão procedendo porque estão tão motivados. Eles têm que ser retirados do turno."
Pertences pessoais eram evidências de vidas despedaçadas em meio aos destroços do Champlain, que foi construído em 1981 em Surfside, um pequeno subúrbio a noroeste de Miami. Um beliche infantil empoleirado precariamente em um andar superior, dobrado, mas intacto e aparentemente a centímetros de cair nos escombros. Um consolador estava na beira de um andar inferior. Televisores. Computadores. Cadeiras.
Brian Logan, oficial regional de desastres da Cruz Vermelha, disse que sua agência estava ajudando famílias deslocadas com necessidades imediatas, incluindo acomodações e suprimentos de hotéis. Ele disse que equipes de conselheiros estavam se juntando aos trabalhadores de ajuda no local.
"Estamos trazendo especialistas treinados que lidaram com esse tipo de situação de todo o país porque queremos ter certeza de que estamos realmente fornecendo o suporte necessário não apenas para aqueles impactados direta ou indiretamente, mas para a comunidade em geral",
disse ele.
"Este é um momento difícil para todos, seja você aqui localmente ou vendo essas imagens a 5.000 km de distância. Tome tempo para si mesmo."
O governador da Flórida, Ron DeSantis, visitou o local na quinta-feira e mais tarde fez uma declaração oficial de desastre, abrindo a porta para Biden liberar recursos federais.
DeSantis disse que funcionários estaduais de gerenciamento de emergência estavam presentes e que os engenheiros começariam a investigar a causa do colapso quando fosse seguro entrar no local.
"Você não terá essas respostas imediatamente",
disse ele.
Na 5ª feira, 25.06, Eliana Salzhauer, uma comissária da Surfside, disse que o trabalho recente havia ocorrido no telhado como parte da recertificação de 40 anos do edifício, e que os moradores disseram a ela que um inspetor de edifícios havia visitado a propriedade na quarta-feira. Mas ela disse que era muito cedo para especular sobre a causa provável.
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