Protestos em Mianmar em 02.2021, imagem de arquivo.
Governantes militares de Mianmar suspendem mais de 125.000 professores por golpe de Estado
Mais de 125.000 professores de escolas em Mianmar foram suspensos por se juntarem a um movimento de desobediência civil para se opor ao golpe militar que derrubou o governo eleito do país em fevereiro, disse um funcionário da Federação de Professores de Mianmar.
As suspensões vieram dias antes do início de um novo ano letivo, que alguns professores e pais estão boicotando como parte de uma campanha que paralisou o país desde que os militares tomaram o poder e cortaram uma década de reformas democráticas.
Um total de 125.900 professores da escola haviam sido suspensos até sábado, disse o funcionário da federação de professores, que se recusou a dar seu nome por medo de represálias. Ele já está na lista de procurados da Junta sob a acusação de incitar desafeto.
Mianmar tinha 430.000 professores, de acordo com os dados mais recentes, de dois anos atrás.
"São apenas declarações para ameaçar as pessoas a voltarem ao trabalho. Se eles realmente demitirem tantas pessoas, todo o sistema vai parar",
disse o funcionário, que também é professor. Ele disse que tinha sido informado que as acusações que ele enfrenta seriam retiradas se ele retornasse.
A interrupção nas escolas ecoa que no setor de saúde e em todo o governo e empresas privadas desde que o país do sudeste asiático foi mergulhado no caos pelo golpe de 01.02.2021 e pela prisão do líder eleito Aung San Suu Kyi.
Cerca de 19.500 funcionários da universidade também foram suspensos, de acordo com o grupo de professores.
As matrículas começam na próxima semana para o período escolar que começa em junho, mas alguns pais disseram que também planejam manter seus filhos fora da escola.
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