por Wilson R Correa
A presidenta Dilma Roussef esteve em visita oficial à Rússia, em dezembro último, com a missão explícita de buscar o fim do embargo russo à carne suína brasileira, em vigor desde junho/2011.
Aquela visita à Rússia foi retribuída, nesta semana, com a visita do primeiro ministro da Federação Russa, Dmitry Medvedev. Acordos de cooperação na área tecnológica e comercial foram assinados e as lideranças que participaram das discussões concordaram que o comércio entre os dois países poderá sair dos atuais US$ 5 bilhões/ano e atingir US$ 10 bilhões, nos próximos anos.
Por outro lado, não deixa de chamar atenção a sincronicidade entre:
(a) essa movimentação brasileira junto à Rússia, nesta semana, voltada à regularização das exportações de carne brasileira ao mercado russo e aos acordos de cooperação na área militar e de armamentos, bem como na área educacional, para que estudantes brasileiros complementem sua formação em universidades russas; e
(b) a busca da retomada brasileira de ações diplomático-comerciais na África, nesta mesma semana, no sentido de conter o avanço chinês naquele mercado; e abrindo espaços às exportações brasileiras;
(c) o credenciamento de seis frigoríficos brasileiros exportadores de carnes e de técnicos sanitaristas brasileiros para a retomada das vendas de carnes à China, após as visitas de técnicos chineses aos frigoríficos brasileiros, no ano passado, e o descredenciamento dos 24 frigoríficos brasileiros que antes operavam exportações àquele país.
O presidente francês, François Hollande, foi recentemente à Índia para enaltecê-la pela compra bilionária de mais de uma centena de aviões caças franceses Dassault Rafale, bem como para apoiar a candidatura da Índia ao Conselho de Segurança da ONU.
O objetivo francês foi enciumar as autoridades brasileiras, estimulá-las a também adquirirem os caças franceses para, com isso, o Brasil também obter apoio da França à estratégia do País de integrar aquele Conselho.
Aproximando-se da Rússia, o Brasil faz movimento similar ao da França, e consegue desencalacrar a retomada das exportações de carnes para o mercado chinês, ainda que apenas 6 frigoríficos (1 de carnes suínas e 5 de carnes de frango) tenham obtido credenciamento chinês, frente aos 24 frigoríficos que antes tinham autorização de exportar ao mercado chinês carnes bovinas, suinas e de aves.
Esse movimento foi tão positivo que talvez venha a ser interessante agendar nova visita de Dilma Roussef à Índia -- onde já esteve no início de 2012 -- para obter a liberação dos demais 19 frigoríficos brasileiros que ainda permanecem descredenciados pela China.
De qualquer modo, é bastante provável que que essa movimentação da presidenta Dilma junto à Rússia, China e África, produza, já no segundo trimestre de 2013, efeitos favoráveis nas exportações brasileiras, de modo que o País volte a produzir superávites na balança comercial.
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