De nada valeram o incenso e a subserviência do governo do Inominável frente aos EUA: o Brasil teve deficit nas relações comerciais o "grande irmão do norte"
O Boletim de Comércio Exterior (Icomex) divulgado pelo FGV/Ibre Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, na 6ª feira, 15.01, aponta que o único resultado positivo em 2020 no setor foi o superávit comercial.
Superavit total de US$ 50,9 BI
A análise foi feita diante do cenário de superávit da balança comercial de US$ 50,9 bilhões, dos investimentos estrangeiros no País de janeiro a novembro de US$ 33 bilhões e da previsão de recuo no PIB Produto Interno Bruto de 4,7%.
Mesmo positivo, o superávit comercial contribuiu para a queda do déficit em conta-corrente em um momento de retração da entrada de capital no país.
Com a China, US$ 33,6 bilhões de superávit
De acordo com o Icomex, a China contribuiu com US$ 33,6 bilhões no superávit, enquanto entre os principais parceiros a contribuição dos EUA foi negativa.
O saldo com a União Europeia foi positivo em apenas US$ 1,5 bilhão, valor é abaixo dos países da América do Sul, inclusive Argentina, de US$ 6 bilhões, e do restante da Ásia.
Na edição de dezembro, o boletim do Icomex estimava um superávit de US$ 55 bilhões. A diferença entre a previsão e o fechamento, segundo o Ibre, foi provocada por uma importação de US$ 4,8 bilhões de plataformas de petróleo, que provocou um déficit na balança comercial de dezembro de US$ 41,6 milhões.
“Sem as plataformas, o superávit em dezembro seria de US$ 4,7 bilhões e a nossa estimativa para o ano estaria correta”,
diz o boletim.
[ Nota da Redação JF: Importante lembrar que até 2016, o Brasil produzia suas próprias plataformas de petróleo. ]
A análise destaca também que mesmo excluindo as plataformas, as importações aumentaram na comparação interanual, o que também ocorreu no mês de novembro.
“Esse resultado sinaliza um movimento de Compras positivo e, logo, de alguma melhora no nível de atividade”.
Commodities
O desempenho das commodities, na avaliação do Ibre, explica os 66% do valor exportado em 2020, o que representa o maior percentual da série histórica iniciada em 1998, quando foi de 40%.
O valor das exportações de commodities cresceram 0,5% de 2019 para 2020 e das não-commodities recuaram 18,5%. Em volume, as commodities cresceram 7,4% e as não commodities recuaram 13,5%.
Com o aumento de volume de 7,4%, o setor agropecuário foi líder nas exportações brasileiras em 2020, explicada pelo aumento do volume das exportações para a China (17%). A participação chinesa saiu de 28,1% para 32,3% de 2019 para 2020. Os demais países da Ásia também registraram contribuição positiva de 11,1%, e explicam 14,9% das exportações brasileiras.
Ainda na comparação anual, todos os outros principais parceiros recuaram nas exportações. No mês de dezembro repetiu-se o comportamento do mês de novembro, quando foi registrado aumento das vendas para a Argentina, demais países da América do Sul e outros países da Ásia.
De 2019 para 2020, o volume importado teve queda em todos os setores e a indústria extrativa registrou a maior queda, de 16,1%. Em dezembro, a indústria de transformação foi destaque com variação positiva de 12,7% nas vendas externas e aumento de 66,8% nas compras.
“Aqui, no entanto, é preciso descontar o efeito das plataformas [de petróleo]. Sem as compras de plataformas, a variação foi de 21,2%”,
diz o boletim.
A queda nas importações puxada pela recessão do nível de atividade influenciou o superávit da balança comercial, como também o aumento nas exportações de commodities direcionadas para a China, que reduziu a queda nas vendas externas em um ano de forte retração na demanda mundial, diz ainda o Icomex.
Previsões para 2021
O boletim indica que as incertezas relacionadas à pandemia ainda não desapareceram dos cenários mundial e do Brasil, mas alguns pontos sugerem condições positivas para as exportações brasileiras. O primeiro está ligado à alta nos preços das commodities, que já começou a ser observado no segundo semestre de 2020 e se refletiu na melhora dos termos de troca, a partir de julho de 2020.
“Os investimentos chineses demandaram compras de minério de ferro e cobre. Ademais, os preços de alguns alimentos como soja, carne, e de trigo, cresceram com retrações de oferta devido a secas e os efeitos que ainda perduraram da crise suína na China”.
Ainda conforme a análise, há um certo grau de sincronização de pacotes fiscais expansionistas na Europa, EUA e China, que sustentam o aumento da demanda. Para o Ibre, a posse de Joe Biden na Presidência dos Estados Unidos poderá intensificar as políticas expansionistas e, assim, provocar o enfraquecimento do dólar, que costuma ser acompanhado do aumento dos preços de commodities.
“O aumento de preços das commodities é uma boa notícia para o Brasil. A melhora nos termos de troca associada aos preços de commodities ajuda as exportações brasileiras de manufaturas com os parceiros sul-americanos exportadores de commodities. No entanto, para que o Brasil continue sendo um dos líderes nas vendas de commodities, especialmente agrícolas, o governo deve priorizar sua política ambiental e climática”,
recomenda o Ibre.
NOTA DA REDAÇÃO JF
A despeito da idiotia ideológica do Inominável e de seu ministro imbecil das Relações Exteriores, ao atacarem o governo chinês nos últimos dois anos, a China manteve-se como o grande parceiro comercial do Brasil em 2020, sendo responsável por mais da metado do superavit comercial do Brasil.
Por outro lado, os EUA -- mesmo idolatrado e incensado pelo ministro xiita da Economia, Paulo Guedes, pelo subserviente Inominável e família --, tiveram superávit comercial com o Brasil, deixando clara que a falência da estratégia comercial e da gestão diplomática do governo brasileiro.