Desacreditado na comunidade de nações sob governo bolsonaro, tornado um pária internacional, ex-parceiro importante no BRICS, o Brasil é deixado de lado pelo Serum Institute of Índia no fornecimento da vacina AstraZeneca de Oxford contra a Covid-19
Após a Fiocruz ter anunciado a compra de doses no último domingo, 03.01, para início da vacinação no Brasil, o Instituto Serum, na Índia, que produz a vacina de Oxford/AstraZeneca para países em desenvolvimento, agora diz que não vai permitir a exportação do imunizante.
Trata-se uma história confusa: no domingo, 03.01, a FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz anunciou que compraria vacinas do Instituto Serum, da Índia. Na ocasião do anúncio, a Fundação reafirmou, inclusive, que a previsão para o pedido de registro destas vacinas é 15 de janeiro, sendo que o primeiro lote, com 1 milhão de doses, deve ser entregue entre 8 e 12 de fevereiro.
Porém, nesta 2ª feira, 04.01, houve uma reviravolta: o governo indiano afirmou que não vai permitir a exportação da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a COVID-19 produzida na Índia. As informações foram confirmadas pelo portal G1.
O Instituto Serum, na figura de seu CEO, Adar Poonawalla, disse que as exportações serão barradas até que a população mais vulnerável da Índia seja imunizada. Poonawalla também confirmou que a empresa foi impedida de vender suas doses para organizações privadas.
Adar Poonawalla, em entrevista para a agência Associated Press (AP), disse que as exportações poderão ser feitas apenas depois de garantir 100 milhões de doses para o governo indiano, o que pode atrasar as entregas para outros países em até dois meses.
"O governo indiano só quer garantir que as pessoas mais vulneráveis do país recebam primeiro – eu endosso e apoio totalmente essa decisão",
disse ele.
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