Diário de Mercado na 6ª feira, 07.08.2020
Ibovespa recua com incerteza externa e questão fiscal doméstica
Comentário.
O índice brasileiro, que vem denotando maior volatilidade neste mês de agosto após quatro meses consecutivos de elevações, teve um pregão de realizações.
Internamente, os agentes seguiram preocupados ainda com os caminhos que poderão ter a reforma tributária no Congresso Nacional e suas consequências sobre a trajetória futura da política fiscal. Vale ressaltar que a inflação pelo IPCA veio favoravelmente em linha com as expectativas e que os dados de produção, vendas e exportações de veículos mostraram crescimento.
Externamente, nos EUA, nem mesmo dados melhores do que o esperado da criação de vagas na economia (payroll) e da taxa de desemprego aliviaram o cenário para o mercado. A elevação da tensão entre norte-americanos e chineses esteve presente também no radar. Todavia, o cerne da questão é a aprovação do novo pacote de estímulos, de cerca de US$ 1 trilhão, cujo acordo permanece indefinido entre republicanos e democratas na política local.
Já no final do pregão, surgiram rumores que novas medidas poderiam ser feitas por decretos executivos do presidente Trump. Neste panorama, os índices S&P500 e Dow Jones terminaram positivos, mas o índice de tecnologia Nasdaq realizou lucros, após ter renovado seu recorde histórico por quatro sessões seguidas.
O dólar comercial subiu acompanhando o mercado internacional, para R$ 5,4110 (+1,29%). Os juros futuros avançaram como um todo, com a alta do dólar e a questão fiscal doméstica.
Ibovespa.
O índice principiou declinante e passou a rondar variação de -1,00%, ficando volátil em campo negativo após às 14h30min. Vale, Petrobras e o setor de bancos pesaram sobre o índice.
O Ibovespa fechou aos 102.775 pts (-1,30%), acumulando agora -0,13% no mês, -11,13% ano e -0,01% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 29,3 bilhões, sendo R$ 26,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 5 de agosto, a Bovespa apresentou ingresso líquido de R$ 1,152 bilhão, acumulando R$ R$ 3,206 bilhões no mês (saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho).
Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 81,706 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA de julho variou +0,36% versus +0,26% em junho. O índice passou a acumular +0,46% no ano e +2,31% em 12 meses, valores abaixo do limite inferior estabelecido em 2,5% (meta central é de 4,00% para 2020 e 3,75% para 2021).
Câmbio e CDS.
O dólar teve mais um dia de valorização no mercado internacional, que se refletiu no mercado doméstico.
A moeda fechou cotada a R$ 5,4110 (+1,29%), acumulando +3,72% no mês, +34,87% no ano e +36,16% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 217 pts ante 216 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros subiram, exceto o de curtíssimo prazo, levantando como um todo sua curva de estrutura a termo, com destaque para os vencimentos intermediários. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI set/2020 em 1,90%;
DI outubro/2020 em 1,89% de 1,88%;
DI Janeiro/2021 em 1,87% de 1,865%;
DI janeiro/2023 em 3,76% de 3,64%;
DI janeiro/2025 em 5,40% de 5,25%;
DI janeiro/2027 em 6,35% de 6,20%.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do cmportamento do mercado na 6ª feira 07.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, integrantes do BB Investimentos
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