Diário do Mercado na 5ª feira, 06.08.2020
Ibovespa sobe com visão de possibilidade de novo corte da Selic
Comentário.
O índice brasileiro avançou na esteira da percepção doméstica que poderá haver mais uma redução na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central. Na véspera, após estarem fechados os mercados, o Copom reduziu em 25 pts-base a taxa Selic, para seu novo piso histórico de 2,00% a.a. e os agentes consideraram que nas entrelinhas de seu comunicado o comitê deixou espaço ainda para outra baixa de mesma magnitude em sua subsequente decisão, em 16 de setembro próximo.
Vale lembrar que nesta sexta-feira será divulgado o IPCA de julho, cujo consenso situa-se em +0,35% (ante +0,26% em junho) – caso se confirme esta expectativa, o índice acumulará cerca de +2,30% nos últimos 12 meses.
No dia, houve uma trégua do mercado em relação à questão da reforma tributária, com os agentes aguardando os próximos passos no Congresso.
Externamente, os investidores seguiram apostando em uma conciliação nos EUA entre congressistas republicanos e democratas em relação ao novo pacote de estímulos do governo local. Também, o relaxamento de alertas de viagem foi visto pelos investidores como mais um degrau no processo de reabertura da economia norte-americana.
Neste panorama, os índices acionários em Nova York prosseguiram ascendentes, com o Nasdaq renovando seguidamente seu recorde histórico de pontuação, incidindo favoravelmente sobre as demais bolsas de valores pelo mundo.
O dólar comercial subiu acompanhando o mercado internacional, para R$ 5,3420 (+0,94%). Os juros futuros desabaram, se ajustando à decisão e ao comunicado do Copom na véspera.
Ibovespa.
O índice oscilou em ligeira alta na primeira hora de negócios, depois, avançou rapidamente e passou o restante do pregão navegando ao redor dos 104 mil pts (+1,2%). O balanço considerado favorável do Banco do Brasil ajudou a levantar os papéis do setor de bancos – o de maior peso no índice.
O Ibovespa fechou aos 104.125 pts (+1,29%), acumulando +1,18% no mês, -9,96% ano e +1,92% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 26,4 bilhões, sendo R$ 24,1 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 4 de agosto, a Bovespa contabilizou entrada líquida de R$ 1,970 bilhão, acumulando R$ R$ 2,054 bilhões no mês (saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho). Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 82,858 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI de julho variou +2,34% versus +1,60% em junho, acumulando +6,98% no ano e +10,37% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar se valorizou frente a moedas de economias emergentes, que foram impactadas por questões envolvendo a lira turca, refletindo este comportamento no mercado doméstico. Já o índice DXY, que compara o dólar com uma cesta de seis outras divisas, findou em campo negativo pelo terceiro pregão consecutivo.
A moeda fechou cotada a R$ 5,3420 (+0,94%), acumulando +2,40% no mês, +33,15% no ano e +35,07% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 216 ante 219 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros desabaram como um todo, no dia seguinte à decisão do Copom de cortar a taxa básica de juros (Selic), com destaque de queda para os vencimentos intermediários. O movimento foi um ajuste dos agentes em relação à possibilidade de ocorrer outra redução da taxa Selic em decisão futura, deixada entreaberta pelo comitê em seu comunicado após a reunião. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI set/2020 em 1,90% de 1,98%;
DI outubro/2020 em 1,88% de 1,97%;
DI Janeiro/2021 em 1,87% de 1,96%;
DI janeiro/2022 em 2,57% de 2,77%;
DI janeiro/2023 em 3,64% de 3,81%;
DI janeiro/2025 em 5,25% de 5,37%;
DI janeiro/2027 em 6,20% de 6,27%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 06.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, integrantes do BB Investimentos.