Diário do Mercado na 4ª feira, 05.08.2020
Ibovespa reage às perdas recentes apoiado em alta externa
Comentário.
O índice brasileiro já abriu ascendente, na mesma direção dos futuros dos índices de Nova York, e reagiu a recentes quatro pregões consecutivos negativos. Internamente, uma melhor visão dos agentes em relação à possível reforma tributária que advirá contribuiu favoravelmente.
Já no Senado, o ponto controverso foi tão somente a proposta de limitação de cobrança de juros que irá para votação em comissão, provavelmente nesta 5ª feira.
De outra mão, após estarem fechados os mercados, o Copom ratificou o consenso de mercado de corte de 25 pts-base na taxa básica de juros (Selic), para seu novo piso histórico de 2,00% a.a.
Ademais, em seu comunicado, considerado brando pelo mercado, deixou um certo espaço para outra redução, dependendo da conjuntura futura. A reunião subsequente do Banco Central está agendada para os dias 15 e 16 de setembro próximo.
Pelo lado corporativo, divulgações de balanços 2T20 de empresas agradaram os agentes. Externamente, ainda não houve uma definição entre republicanos e democratas em relação ao novo pacote de estímulos proposto pelo governo.
Contudo, houve otimismo dos investidores, que esteve centrado na possibilidade de vacinas experimentais para breve contra o coronavírus. Assim, as bolsas norte-americanas subiram, com o índice de tecnologia Nasdaq renovando mais uma vez seu recorde histórico.
O dólar comercial teve leve elevação, encerrando cotado a R$ 5,2920 (+0,13%). Os juros futuros tiveram elevações, denotando cautela dos agentes antes da decisão do Copom.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e chegou a superar os 103 mil pts pela manhã. Já no início da tarde perdeu um pouco de fôlego, mas oscilou ao redor dos 102.500 pts (+1,26%), mas terminou acima desta pontuação. Destaques positivos para as ações do setor de papel e celulose e de siderurgia. Petrobras e Vale também contribuíram favoravelmente no dia.
O Ibovespa fechou aos 102.801 pts (+1,57%), acumulando -0,11% no mês, -11,11% ano e +2,70% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 30,5 bilhões, sendo R$ 28,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 3 de agosto, a Bovespa apurou ingresso líquido de R$ 83,631 milhões, após ter registrado saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho. Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 84,829 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar, mais uma vez, operou oscilante de início, mas em terreno negativo. A divisa firmou-se em alta na parte da tarde, descolando-se do mercado internacional, com a cautela dos investidores antes da decisão do Banco Central sobre a taxa básica de juros.
A moeda fechou cotada a R$ 5,2920 (+0,13%), acumulando +1,44% no mês, +31,90% no ano e +33,77% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 219 ante 221 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros subiram e elevaram como um todo sua curva de estrutura a termo. Os investidores optaram pela cautela antes da definição do Copom sobre a taxa Selic e o comunicado do comitê após sua decisão. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI ago/2020 em 1,98% de 1,96%;
DI outubro/2020 em 1,75% de 1,95%;
DI Janeiro/2021 em 1,96% de 1,92%;
DI janeiro/2022 em 2,77% de 2,74%;
DI janeiro/2023 em 3,81% de 3,76%;
DI janeiro/2025 em 5,37% de 5,28%;
DI janeiro/2027 em 6,27% de 6,18%.
Confira no anexo a integra o relatório de análise do comportamento do mercado nesta 4ª feira, 05.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos