Prévia Copom: BC deve reduzir Selic para 2,0%
O COPOM Conselho de Política Monetária deverá reduzir a taxa básica de juros (Selic) para 2,0%, em decisão que será divulgada no início da noite desta 4 ª feira (05-ago).
Entendemos que o corte de 0,25 p.p. se resguarda nas condições atuais da economia, que ainda sofre com os efeitos das medidas de isolamento social.
Vale destacar que o Copom afirmou, em sua última ata, que poderia realizar um novo corte residual de 0,25 p.p. no caso de consolidação do cenário benigno para a inflação futura.
Desta forma, entendemos que este seria o fim do ciclo de cortes dos juros, que devem permanecer fixados na mínima histórica até meados do segundo semestre do ano que vem, quando o Banco Central deve iniciar, de forma gradual, o processo de normalização monetária.
Balanço de riscos e reformas. Na avaliação do balanço de riscos, destacada na última ata do Copom entendemos que:
(i) o nível de ociosidade da indústria apresentou forte recuperação desde a última reunião, reduzindo pressão negativa para a trajetória da inflação;
(iI) há uma percepção de prolongamento da duração da pandemia em relação ao entendimento da época, o que pode levar ao aumento da poupança precaucional das famílias, acarretando redução na demanda agregada maior do que a estimada anteriormente, que poderia gerar a uma pressão negativa na trajetória da inflação;
(iii) uma eventual frustração com a agenda de reformas e a extensão das políticas fiscais podem deteriorar ainda mais a situação fiscal do país, elevando os prêmios de risco e a trajetória da inflação; e
(iv) os programas de estímulo creditício e de renda conduziram o consumo para patamares não muito distantes ao do período pré-pandemia, vide dados mais recentes do comércio varejista, o que pode fazer com que a demanda agregada seja superior ao estimado.
Desta forma, entendemos que o conjunto dos fatores de risco, explicitados acima, implica em uma assimetria positiva na trajetória de inflação projetada. No entanto, considerando a expectativa de inflação para o próximo ano, há espaço para a realização do corte de 0.25 p.p., sem colocar em risco o atingimento da meta fixada (3,75% em 2021).
Inflação.
Apesar da recuperação prevista para o segundo semestre deste ano, os índices de inflação devem seguir comportados. A perspectiva é de que o IPCA, índice oficial utilizado pelo Banco Central, encerre 2020 em 1,6%, ou seja, abaixo do intervalo de tolerância da meta, estabelecida em 4,0% para este ano.
Para 2021, a expectativa é de que a inflação encerre o ano em 3,0%, acima da projeção para 2020, mas ainda abaixo do centro da meta que, para o ano que vem, foi fixada em 3,75%.
Confira no anexo a íntegra do estudo preparado a respeito por HENRIQUE TOMAZ, CFA e RICHARDI FERREIRA, CNPI do BB INVESTIMENTOS