Diário do Mercado na 3ª feira, 21.07.2020
Em dia de realização, bolsa cede 0,11% enquanto o Dólar cai 2,53%
Comentário.
Em um dia com agenda vazia de indicadores econômicos, o noticiário em torno da aprovação do pacote de estímulos na Europa e o otimismo com o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 mantiveram o clima positivo no exterior mesmo com as preocupações em relação ao avanço do número de casos de coronavírus nos EUA e o acirramento das tensões comerciais entre chineses e americanos.
Por aqui, a entrega no Congresso da proposta de reforma tributária do Governo, já precificada nos pregões anteriores, acabou não gerando muito impacto nos negócios e parte dos investidores acabaram aproveitando para realizar os ganhos acumulados nos últimos dias levando a uma pequena desvalorização de 0,11% na bolsa que, mesmo assim, conseguiu se manter acima dos 104 mil pontos.
No mercado cambial, o real apresentou mais uma vez o melhor desempenho na comparação com as principais divisas do mundo. O dólar comercial encerrou o dia com forte desvalorização cotado a R$ 5,20.
Os juros futuros operaram em forte alta ao longo do dia, mas acabaram cedendo no final da sessão, fechando com uma ligeira alta em todos os segmentos da curva.
Ibovespa.
Acompanhando o bom humor externo, o índice abriu a sessão em forte alta chegando a atingir a máxima do dia aos 105.520 pontos logo após a abertura. No entanto, com a agenda vazia e a entrega da proposta de reforma tributária já precificada nas sessões anteriores, os investidores aproveitaram para realizar os ganhos acumulados nos últimos dias. Com isso, a bolsa cedeu passando a oscilar em um patamar mais baixo.
No final da sessão, o Ibovespa apresentou um ligeiro recuo de 0,11%, com 104.180 pontos. Entre as maiores altas do dia, o destaque foi o desempenho das ações do Pão de Açúcar (PCAR3) que subiram quase 7%. Pelo lado das perdas, as ações da Qualicorp (QUAL3) apresentaram a maior queda do dia com desvalorização de 6,41%. O giro financeiro preliminar da Bolsa foi de R$ 33,2 bilhões, sendo R$ 30,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 17 de julho (dado mais recente), os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 758,165 milhões da B3, reduzindo o saldo negativo do mês para R$ 5,403 bilhões. No acumulado de 2020, os investidores já retiraram R$ 81,908 bilhões.
Câmbio e CDS.
O noticiário positivo em torno do pacote de estímulos na Europa fez com que a moeda americana se desvalorizasse frente as demais divisas. No Brasil, a entrega da proposta de reforma tributária pela equipe econômica ao Congresso também contribuiu para a valorização do real que, pelo segundo dia seguido, apresentou o melhor retorno em comparação com as principais moedas do mundo.
No mercado doméstico, o dólar comercial fechou a sessão cotado a R$ 5,1990 (-2,53%).
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) caiu de 225 para 213 pontos.
Juros.
Após apresentar uma forte elevação no início do pregão, refletindo a expectativa em relação ao leilão de NTN-B e a preocupação com a oneração da cesta básica, a curva de juros futuros terminou a sessão devolvendo prêmios de risco em meio ao otimismo com a reforma tributária e encerrou o dia próxima da estabilidade. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI outubro/2020 subiu de 2,05% para 2,07%;
DI janeiro/2021 subiu de 2,03% para 2,06%;
DI janeiro/2022 subiu de 2,92% para 3,0%;
DI janeiro/2023 subiu de 4,01% para 4,03%;
DI janeiro/2025 subiu de 5,49% para 5,51%;
DI janeiro/2027 subiu de 6,31% para 6,32%.
Confira no anexo a integera do relatório de análise do comportamentodo mercado na 3ª feira, 21.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA, CNPI, e HENRIQUE TOMAZ, CFA, integrantes do BB Investimentos