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Economia e Finanças

03 de Janeiro de 2013 as 02:01:48



ARTIGO - Ninguem é contra o lucro alto, mas suando a camisa na produção"


PIB começa a reagir à medidas de estímulo do governo federal

 
Os indicadores da indústria, do comércio, do varejo e da confiança de vários setores apresentam melhoria
 
A nova matriz macroeconômica brasileira é promissora para o investimento, a produção e o emprego, com taxas de juros baixas, custos financeiros reduzidos para empresas e famílias, taxa de câmbio mais competitiva e sólidos resultados fiscais.
 
A avaliação consta da 17ª edição do relatório (dezembro/2012) “Economia Brasileira em Perspectiva”, divulgado pelo Ministério da Fazenda. Coordenado pela Secretaria de Política Econômica, a publicação consolida e atualiza as principais variáveis econômicas do Brasil, com dados atualizados até 6 de dezembro de 2012.
 
Esta semana, durante café com jornalistas, o ministro Guido Mantega já havia citado os impactos da nova matriz sobre a economia. Segundo ele, trata-se de uma “mudança brutal” que, por exemplo, substituirá o lucro financeiro pelo lucro produtivo.
 
Ninguém é contra o lucro alto, mas suando a camisa na produção”,
 
disse na última quarta-feira ao afirmar que o Brasil passa por um processo de desintoxicação dos juros.
 
De agosto de 2011 a outubro de 2012, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 525 pontos-base, contribuindo para que as taxas reais e nominais atingissem seu menor nível histórico (atualmente 7,25% a.a.)
 
Esse movimento, conforme o relatório da Fazenda, repercutiu o sistema financeiro, onde os spreads bancários e as taxas de juros de empréstimos também antigiram os mínimos históricos.
 
“Esse novo ambiente já começou a influenciar o processo de tomada de decisão dos agentes econômicos. Ela impacta positivamente o investimento e a produção, à medida que os investidores deixam para trás o tempo em que a economia brasileira estava acostumada com altas taxas de juros de curto prazo”.
 
De acordo com o estudo, a redução da taxa real de juros foi significativa, saindo de 14% em dezembro de 2002 para 1,8% em novembro de 2012. Para a Fazenda, nos últimos dez anos, o contínuo declínio tem sido resultado de políticas macroeconômicas sólidas e críveis, e políticas fiscais coordenadas.
 
PIB
 
Entre os dados analisados pela SPE está o comportamento do PIB abaixo do esperado em 2012. Conforme o boletim, as medidas de impulso adotadas pelo governo federal já começam a dar sinais de efetividade e tendem a se intensificar nos próximos meses, com melhoria dos indicadores da indústria, do comércio e da confiança em vários setores.
 
Segundo o IBGE, no segundo trimestre de 2012, o PIB avançou 0,6%, mas a Fazenda lembra que esse resultado foi maior do que nos trimestres anteriores, indicando recuperação da atividade econômica.
 
Em análise do panorama internacional, a publicação lembra que organismos como FMI e WEO estimam que o PIB brasileiro deve ficar no patamar de 4% em 2013 e 2014, ante cenário mais pessimista para economias dos países da Zona do Euro e EUA.
 
Investimento
 
Com exceção de 2009, ainda sob o efeito da crise financeira do ano anterior, o investimento cresce acima do PIB desde 2006, aponta o estudo da Fazenda. No período de 2006-2011, o crescimento médio foi de 4,2%, enquanto que o investimento cresceu 9,1%, variação superior a do crescimento do consumo das famílias (média de 5,4%).
 
Também estão em alta os investimentos do governo federal, com destaque para os programas Minha Casa Minha Vida (PMCV) e de Aceleração do Crescimento (PAC).
 
De acordo com o relatório, o ritmo tem crescido ao longo de 2012 em comparação com 2011. Até outubro, os investimentos públicos estão 22,9% acima do mesmo período do ano passado (de R$ 41,4 bilhões para R$ 50,9 bilhões).
 
Indústria
 
Quando à produção industrial, a avaliação da Fazenda é de que o resultado de outubro (aumento de 0,9% ante setembro), reforça as expectativas favoráveis quanto à atividade do setor industrial. O aumento foi sustentado principalmente pela elevação na fabricação de bens intermediários (0,6%).
 
No caso do varejo restrito e ampliado, as vendas seguem tendência de aceleração, registrando taxas de crescimento acumulado em dozes meses de 8,1% a 6,6%, respectivamente.
 
Confiança
 
O índice de confiança no setor de serviços está na zona de otimismo, diz o boletim. Em novembro, apresentou sua terceira alta mensal consecutiva. A confiança da indústria também melhorou. Ambos indicadores sinalizam a continuidade do processo de recuperação econômica no quarto trimestre de 2012.
 
Com os estímulos do governo (prorrogação da redução do IPI), a produção de veículos retomou a trajetória de crescimento. Em outubro, houve expansão de 20,2% na produção na comparação com mesmo mês de 2011. “A continuidade desse movimento é esperada para o último bimestre do ano, levando a recorde anual de produção”.
 
Também é positivo o indicador PMI Manufatura. O dado de novembro, segundo o relatório, aponta para expansão da atividade e tendência de recuperação, atingindo 52,20, o nível mais elevado desde abril de 2011.
 
Consumo
 
Conforme avaliação da Fazenda, os investidores reconhecem a tendência do crescimento do mercado consumidor brasileiro e, a despeito da crise internacional, o Brasil segue como um dos maiores destinos para investimentos em diversos setores, como automóveis, alimentos e bebidas, vestuário, aviação doméstica, computadores e motos.
 
Infraestrutura
 
Os investimentos em infraestrutura no Brasil contarão com a participação ativa da iniciativa privada, aponta o relatório. A partir de dados da Secretaria de Aviação Civil, o estudo lembra que o setor aeroportuário contará com investimentos totais de aproximadamente R 16 bilhões nos próximos anos, contando apenas com as concessões dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos.
 
No caso de rodovias e ferrovias federais, o Programa de Investimentos em Logística, prevê a aplicação de R$ 133 bilhões em reformas de construções, do quais 60% serão aplicados em até cinco anos.
 
Emprego e Renda
 
O mercado de trabalho mostrou forte dinamismo em 2012, denotado pelo taxa de desocupação de 5,3% em outubro de 2012, a menor taxa para o mês desde o início da série.
 
Por outro lado, o CAGED registrou geração de 1,689 milhão de postos de trabalho no acumulado do ano. Já entre janeiro de 2003 e outubro de 2012, a geração de empregos alcançou 19,3 milhões de postos formais. “A continuidade das contratações em termos líquidos também demonstra que a economia retoma o crescimento”.
 
A política de valorização do salário mínimo segue aumentando o poder de compra do trabalhador. O valor do salário aumentará 72% em termos reais entre 2002 a 2013 (descontada a inflação medida pelo INPC), conforme o boletim da Fazenda.
 
O crescimento do rendimento real do brasileiro foi significativo o período de 2004 a 2011, alcançando 29,8% na média total. Ainda mais relevante, diz o relatório, foi o crescimento do rendimento para os 20% mais pobres, cujo crescimento da renda atingiu cerca de 75%.
 
Desigualdade
 
O índice GINI (que mede a desigualdade de renda) tem caído constantemente, indo de 0,559 para 0,508 entre 2004 e 2011. A queda decorre do aumento da escolaridade dos mais pobres, da inclusão produtiva e da expansão dos programas de transferência de renda, diz o estudo da Fazenda.
 
Por outro lado, o crescimento das classes ABC e consequente redução das classes DE, ou seja, redução da pobreza e da desigualdade de renda, desempenha papel fundamental na ampliação do mercado interno. De acordo com a projeção do IPEA, em 2014 a classe C representará cerca de 59% da população (115,2 milhões de pessoas).
 
Inflação
 
A publicação do Ministério da Fazenda aponta que a inflação está sob controle no Brasil. As pressões inflacionárias observadas no terceiro trimestre de 2012, impulsionadas, principalmente, pelos efeitos de questões climáticas sobre a produção agrícola, estão se dissipando.
 
No segundo semestre desse ano, a redução da inflação mensal apontava para inflação anual em trono do centro da meta. No segundo semestre, no entanto, a alta significativa dos preços agrícolas pressionou o IPCA para patamar pouco acima da meta central, mas dentro da banda estabelecida, lembra o estudo.
 
Consolidação fiscal
 
O relatório afirma, ainda, que em 2012 o governo federal tem procurado evitar que as dificuldades do cenário internacional tenham maiores impactos na economia doméstica. Esta estratégia, diz o boletim, não impediu que o Brasil conservasse robustos fundamentos fiscais.
 
Os resultados das contas públicas têm sustentado a Dívida Líquida do Setor Público em 35,2%, ou seja, próximos aos menores valores da série. Associado a isso, a contínua melhoria do perfil da Dívida Pública Federal, em termos de prazo e composição, tem se refletido nas taxas dos títulos brasileiros emitidos no exterior. A emissão do Global 2023, em setembro, por exemplo, resultou na menor taxa de emissão da história para um papel da dívida pública externa brasileira.
 
Além disso, a situação fiscal como um todo ainda tem colocado o Brasil numa posição privilegiada ante os demais países do G-20, devendo o país apresentar ao final de 2012 um dos maiores superávits primários do gruipo, bem como um dos menores déficits nominais. 


Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MF





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