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Investimentos

07 de Maio de 2020 as 23:05:31



GERDAU - Resuiltado no 1º trimestre/2020: NEGATIVO, Menores Volumes


GERDAU - Resultado no 1º Trimestre/2020
 
Queda na margem EBITDA, diante dos menores volumes; Negativo
 
Em 06.05, a Gerdau divulgou fracos resultados para o 1T20, com queda nos volumes vendidos em todas as ONs, em função do impacto do COVID-19 a partir da 2ª quinzena de março, exceto América do Norte.
 
Em reflexo, o EBITDA ajustado fechou o trimestre em R$ 1.177 mi (-24,5% a/a e +3,6% t/t), com margem EBITDA de 12,8%, recuo de 2,7 p.p a/a (+0,9% t/t).
 
Os impactos ainda incipientes do COVID-19 observados em algumas ONs da Gerdau, devem ser pouco mais notórios a partir do 2T20, principalmente em função dos reflexos de 
 
(i)   efeitos no segmento Automotivo no Brasil e EUA, prejudicando aços especiais, 
(ii)  recuperação mais lenta das indústrias no geral, e 
(iii) volumes exportados em níveis de alerta, diante da expectativa de redução da demanda global. 
 
Por outro lado, há uma perspectiva mais positiva advinda da estabilidade do segmento de construção civil, beneficiando aços longos, e das perspectivas de evolução de pautas setoriais e planos governamentais, que beneficiariam os negócios Gerdau, uma vez que destravariam investimentos, em especial, de longo prazo.
 
Apesar do seu baixo nível de alavancagem, em março a Gerdau acessou sua linhas de crédito rotativo no valor de US$ 400 mi, visando reforçar sua posição de liquidez, em adição as demais iniciativas de adaptação de suas operações, diante da pandemia do Covid-19.
 
Desta forma, ao nosso ver, a Gerdau continua apresentando uma tese de investimento de elevada resiliência, necessária em momentos de crise, com alta exposição a diferentes segmentos e geografias, em especial, no mercado norte americano.
 
Assim, diante da atual conjuntura e visando incorporar os ajustes no custo de capital, de forma a refletir a situação atual do mercado de maior aversão ao risco e elevação nos prêmios pagos, atualizamos nosso preço-alvo 20E para a Gerdau, agora em R$ 14,00/ação para a GGBR4 (antes R$ 19), porém mantendo a recomendação em Outperform. 
 
Resultados consolidados. 
 
A receita líquida do 1T20 totalizou R$ 9.228 mi, apresentando recuos de 8% a/a e 3,2% t/t, devido aos menores volumes vendidos em todas as ONs, exceto para ON América do Norte. Lá fora, a unidade foi beneficiada pela demanda consistente da construção civil, e quase não se observou impactos do COVID-19 no período. O CPV somou R$ 8.373 mi (-4,4% a/a e -5,5% t/t), também como resultado dos menores volumes vendidos.
 
Despesas de VG&A evoluiram também em percentual da ROL para 4,0% em 1T20 (ante 3,6% em 1T19). Em consequência, o EBITDA ajustado veio em R$ 1.177 mi, +3,6% t/t, beneficiado pelo bom desempenho norte-americano, porém menor em 24,5% a/a em função da evolução maior do custo por tonelada vendida (+6%) em relação a receita por tonelada vendida (+2%), bem como pela menor diluição do custo fixo diante da redução na utilização da capacidade para 63% (ante 67% no 1T19). A margem EBITDA fechou 12,8%, com recuo de 2,7 p.p a/a (+0,9% t/t).
 
Brasil: desempenho afetado por queda de exportações. 
 
O nível de produção desta ON recuou 12,7% a/a (-13,9% t/t), por conta da redução das exportações (-57,4% a/a e -63,7% t/t), que, no período, também sentiram a queda nos preços internacionais neutralizando os benefícios do efeito cambial. Este efeito, combinado ao impacto das chuvas de Minas Gerais na extração e logística do minério de ferro, levaram a Gerdau a priorizar o mercado interno.
 
Porém, a resiliência das vendas no mercado doméstico (+0,1% a/a e -6,4% t/t) vinda dos aços longos destinados à construção civil e infraestrutura, não foi suficiente para impedir que a receita líquida desta ON recuasse 11,3% a/a (-15,8% t/t), somando R$ 3.414 mi.
 
O EBITDA Ajustado ficou em R$ 537 mi (-21,1% a/a), com a margem reduzindo em 2 p.p. a/a. Já no comparativo trimestral, vimos o EBITDA Ajustado estável (-0,4% t/t) proporcionar avanço da respectiva margem em função do melhor mix de mercados, mais voltado ao Brasil.
 
América do Norte: segmento de construção traz resiliência. 
 
Não obstante o avanço de produção de 27,7% t/t em função das paradas programadas sazonais do 4T19, a mesma subiu 6,2% a/a para atender aos maiores volumes vendidos (+4,3% a/a e 6,9% t/t) destinados ao segmento de construção, pouco afetado pelo COVID-19.
 
No 1T20, a receita somou R$ 3.966 mi (+3,2% a/a e 17,5 t/t), e o EBITDA totalizou R$ 425 mi, 15,17% menor a/a, impactado redução do metal spread do período (preço do aço menos sucata) de US$ 495/st no 1T19 para US$ 410/st no 1T20. No comparativo trimestral, vimos o EBITDA maior em 61% t/t, reflexo dos maiores volumes apesar do menor spread observado (US$ 426/st no 4T19). Assim, a margem EBITDA da ON fechou em 10,7%, menor 2,4 p.p. a/a e maior 2,9 p.p. t/t.
 
América do Sul: COVID-19 derruba vendas. 
 
Fortemente impactados pelas restrições do COVID-19 no Peru e Argentina, as vendas da ON América do Sul caíram 17,2% a/a (-26,3% t/t), com adequação de produção de +2,2% a/a (-11,8% t/t). Receitas e custos caíram em mesmo compasso, por conta dos menores volumes, levando a um EBITDA de R$ 164 mi (+4,5% a/a e -10,4% t/t), com margem EBITDA de 23,5%, maior em 2.2 p.p. a/a e +3,3 p.p. t/t, em função da maior equivalência patrimonial.
 
Aços Especiais: coronavírus impacta indústria automotiva.
 
Sua produção caiu em 10,8% a/a, mas se elevou em 54,5% t/t, em função da 
 
(i)   retomada das paradas programadas no 4T19 no Brasil e 
(ii)  maiores volumes vendidos nos EUA. 
 
Apesar do bom desempenho do segmento automotivo nos EUA, as vendas caíram 23,5% a/a (-4,1% t/t), pesando a demanda automotiva no Brasil, já impactada pelo COVID-19. A receita líquida da ON fechou R$ 1.437 mi (-21,9% a/a e +2,9% t/t). O custo, maior em 14,7% a/a (+2,5% t/t), trouxe impacto nas margens pela menor diluição dado o menor volume e a baixa utilização da capacidade produtiva. Como resultado, o EBITDA recuou 50% a/a (+4,4% t/t).
 
Resultados Financeiros e Endividamento.
 
O resultado financeiro veio negativo em R$ 232 mi neste 1T20, menor em 15,2% t/t, refletindo principalmente a variação cambial dos passivos em moeda estrangeira, com receitas e despesas financeiras de R$ 46 mi e R$ -325 mi respectivamente. Como resultado, a Gerdau registrou um lucro líquido ajustado de R$ 221 mi, ante R$ 102 mi registrados no 4T19.
 
A dívida bruta totalizou R$ 20.029 mi, elevação expressiva de 24,8% t/t e 33,6 t/t, sendo 81,7% de curto prazo e 84,4% em US$. O caixa somou R$ 5.979 mi, sendo 56% em US$, resultando em dívida líquida de R$ 14.051 mi. A alavancagem, medida pela dívida líquida/EBITDA, avançou para 2,55x no 1T20, ante 1,67x no 4T19 (1,81x no 1T19), consequência também da variação cambial.
 
No final de março, a Gerdau acessou sua linha de crédito rotativo no montante de US$ 300 mi, e ainda possui a disponibilidade de adicionais US$ 500 mi. Em conferência de resultados realizada nesta data, a companhia sinalizou que o movimento foi realizado visando aumentar a liquidez e acrescentou, ainda, a possibilidade do seu pré-pagamento, haja vista um cenário menos arriscado.
 
Investimentos 2020 diante do COVID-19.
 
Diante das incertezas causadas pela pandemia, a Gerdau divulgou na data de hoje, em fato relevante, a revisão no CAPEX de 2020 para R$ 2,6 bi (ante R$ 1,6 bi), alterando a estimativa do triênio (2019 a 2021) para R$ 7 bi. Em teleconferência, seus administradores sinalizaram a possiblidade de redução dos investimentos de expansão e atualização tecnológica previstos para 2021, a depender da evolução dos mercados nos próximos períodos, em especial a indústria automotiva.
 
Política de Dividendos. 
 
A política de dividendos permanece inalterada (30% do lucro líquido ajustado para o exercício) mas, diante das incertezas do Covid-19 sobre os resultados 2020, o conselho da companhia lançou mão da medida facultativa e decidiu pela não antecipação do pagamento dos dividendos referentes ao 1T20.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da GERDAU no 1º trimestre/2020, elaborado por Gabriela E Cortez, Victor Penna, Catherine Kiselar, integrantes do BB Investimentos
 
 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Gabriela E Cortez, Victor Penna, Catherine Kiselar, integrantes do BB Investimentos





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