A mídia estatal norte-coreana divulgou fotos supostamente mostrando o líder participando da abertura de uma fábrica de fertilizantes
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, apareceu em público pela primeira vez em quase três semanas, segundo a mídia estatal, após especulações de que ele estava gravemente doente após uma cirurgia cardíaca.
A agência de notícias estatal KCNA divulgou fotografias que mostram Kim abrindo uma fábrica de fertilizantes em Sunchon, norte da capital Pyongyang.
A KCNA disse que Kim, acompanhado por outras autoridades, incluindo sua influente irmã mais nova, Kim Yo-jong, cortou uma fita em uma cerimônia na 6ª feira.
O que parecia ser milhares de pessoas participando do evento, muitas delas usando máscaras, lançando balões e "explodiram em gritos estrondosos de 'hurrah!' Para o Líder Supremo", disse a agência.
As imagens mostravam Kim sorrindo e conversando com assessores, além de visitar a fábrica. A autenticidade das fotos, publicada no site do jornal oficial Rodong Sinmun, não pôde ser verificada imediatamente.
Donald Trump, que na semana passada sugeriu que o mistério em torno da ausência de Kim seria resolvido "em breve", se recusou a comentar o relatório da KCNA. "Teremos algo a dizer sobre isso no momento oportuno", disse ele a repórteres na Casa Branca.
O líder norte-coreano foi visto pela última vez em público em 11 de abril, quando presidiu uma reunião do partido político dos trabalhadores. A mídia estatal publicou uma única fotografia de Kim por mais de duas semanas após essa data, mas publicou relatórios de sua rotina diária, incluindo mensagens diplomáticas enviadas a outros líderes mundiais.
As especulações sobre seu paradeiro ganharam ritmo depois que ele perdeu a comemoração de 15 de abril do aniversário de seu avô - e do fundador da Coréia do Norte, Kim Il-sung - que é o evento mais importante no calendário político do país. Foi a primeira vez que o jovem Kim perdeu o evento desde que se tornou líder.
Um dia antes, ele não estava presente no lançamento de vários mísseis de curto alcance, apesar de ter supervisionado pessoalmente lançamentos semelhantes no passado.
Os rumores de que Kim, que sucedeu seu pai Kim Jong-il no final de 2011, estavam seriamente indispostos começaram com um relatório sul-coreano alegando que ele havia passado por um "procedimento cardiovascular" no hospital Hyangsan, perto de Pyongyang, em 12 de abril e estava se recuperando em uma casa nas proximidades. Monte Myohyang.
O Daily NK, um site de Seul com contatos secretos no Norte, afirmou que a saúde de Kim se deteriorou desde agosto passado devido ao fumo intenso, obesidade e excesso de trabalho. Esse relatório foi seguido por afirmações de uma autoridade americana anônima, citada pela CNN, de que Kim estava "em grave perigo".
Dias depois, o 38 North, um projeto de monitoramento da Coréia do Norte com sede em Washington, disse ter analisado imagens de satélite que acreditavam mostrar o trem de Kim estacionado em Wonsan, um resort na costa leste onde o líder tem uma casa de férias fortemente vigiada.
Mas o escritório do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que não detectou sinais incomuns na Coréia do Norte ou qualquer reação de emergência por parte de seu partido, militar e gabinete. Seul disse acreditar que Kim ainda estava administrando assuntos do estado, mas permanecendo em um local não especificado nos arredores de Pyongyang.
Autoridades de defesa dos EUA disseram que não havia evidências de que Kim havia perdido o controle das forças armadas do país.
A mídia norte-coreana não ofereceu uma explicação para a ausência de Kim no relatório de sábado.
Na semana passada, o ministro da unificação sul-coreano Kim Yeon-chul, que supervisiona o envolvimento com Pyongyang, disse que era possível que Kim estivesse tomando precauções contra o surto de coronavírus.
A Coréia do Norte continua alegando que não registrou um único caso de Covid-19, apesar de compartilhar uma fronteira com a China, onde se acredita que o surto tenha começado.
Harry Kazianis, diretor sênior de estudos coreanos do Centro de Estudos do Interesse Nacional em Washington, disse que a teoria do coronavírus era plausível.
"A explicação mais provável para a ausência de Kim é que a Coréia do Norte declara a pandemia de coronavírus uma ameaça existencial ... ele provavelmente estava tomando medidas para garantir sua saúde ou pode ter sido afetado pessoalmente de alguma forma pelo vírus",
disse Kazianis após o KCNA. divulgou o relatório.
Não é a primeira vez que o fato de Kim não aparecer em público desencadeia especulações sobre sua saúde.
Em 2014, ele desapareceu por quase seis semanas antes de reaparecer com uma bengala. Dias depois, a agência de espionagem da Coréia do Sul disse que se submeteu a uma cirurgia para remover um cisto do tornozelo.
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