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Economia e Finanças

27 de Abril de 2020 as 14:04:33



Flash de Mercado - EMBRAER - Cancelamento da JV com a Boeing


Flash de Mercado
 
EMBRAER - Cancelamento da JV com a Boeing
 
No último sábado, 25.04, a Embraer informou ao mercado que a Boeing havia anunciado o encerramento das negociações para comprar a divisão de aviação comercial da Embraer além da JV com o cargueiro militar KC-390 até então estabelecidas no Acordo Global da Operação (Master Transaction Agreement) (“MTA”).
 
A fabricante de aviões americana informou que exerceu o direito de rescindir o acordo após a Embraer não ter atendido as condições necessárias. Condições essas, não especificadas pela Boeing.
 
A Embraer, em resposta a Boeing e ao mercado, acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o MTA. Entre as alegações da fabricante brasileira seria de que a empresa americana teve como objetivo evitar o desembolso de US$ 4,2 bilhões para a conclusão do acordo.
 
Adicionalmente, a Embraer indica que, ao longo da operação, a Boeing adotou um padrão sistemático de atrasar e violar o MTA em razão da sua intenção de não concluir a Operação.
 
Segundo a empresa brasileira, tal procedimento de atraso visava o não atingimento do acordo em função da atual situação financeira fragilizada da Boeing pelas questões envolvendo os problemas com o avião 737 MAX.
 
Segundo a Embraer, a empresa brasileira cumpriu todas as suas obrigações contratuais previstas no MTA e buscará as medidas cabíveis contra a Boeing como reparação dos danos sofridos pela Embraer em razão da rescisão indevida e das violações do MTA pela Boeing.
 
Nesta 2ª feira, 27.04, a Embraer informou ao mercado que procedimentos arbitrais foram iniciados acerca da rescisão do MTA.
 
Em suma, deveremos observar nos próximos meses uma disputa judicial de arbitragem com relação ao Acordo Global da Operação.
 
Pelo lado da fabricante americana em sua tese de defesa deverá constar os termos iniciais do acordo onde se considerava que
 
“fatores específicos poderiam fazer com que os resultados reais da Joint Venture fossem materialmente diferentes das projeções iniciais em função das condições econômicas globais e a capacidade das partes de chegar a um acordo final ”.
 
Nesse sentido, a crise do MAX-737 e a pandemia COVID-19 embasaria a defesa da fabricante americana.
 
Enquanto pelo lado da Embraer, deverão ser ponderados no processo de arbitragem os 
 
(i) custos envolvidos ao longo da operação, que podem ter atingido mais de R$ 450 milhões em contrapartida aos aportes da Boeing. 
 
Em nossa opinião, o maior risco para a Embraer seria com relação a uma possível 
 
(ii) transferência de conhecimento tecnológico sem a contraparte econômica/financeira, em função do cancelamento do acordo.
 
A atual uma situação é muito desfavorável para a Embraer. Nesse momento, a crise no setor de aviação mundial vem sendo debatido exaustivamente em termos de Estado, com suportes governamentais nos mais diversos países.
 
O governo americano se mostra totalmente inclinado a oferecer ajuda irrestrita a Boeing.
 
Considerando a injeção de dinheiro, do povo americano, na fabricante de aviões, seria razoável à Boeing não aportar US$ 4,2 bilhões em uma empresa brasileira, em um cenário de crise sanitária global, que se assemelha em muitas situações como uma guerra, na qual a saúde pública e os negócios tem sido a tônica das decisões governamentais.
 
Caberá a Embraer enfrentar o cenário desafiador da indústria aeronáutica; e ao mesmo tempo em que trava uma disputa judicial com a Boeing, deverá considerar a fabricante americana como um parceiro comercial relevante, especialmente no momento de recuperação da indústria aérea mundial.
 
No curto prazo, a Embraer deve se reestruturar a fim de proteger o caixa; fortalecendo assim a liquidez para enfrentar o atual cenário. Com o cancelamento do acordo, não haverá o aporte de US$ 4,2 bilhões.
 
Com isso, a empresa deverá se valer de linhas de crédito adicionais para enfrentar uma das maiores crises do setor aéreo, cujo a extensão de tempo ainda é imprevisível.
 
Confra no anexo a íntegra do relatório de análise a respeito do caso EMBRAER-BOEING, elaborado por RENATO HALLGREN, analista senior do BB Investimento


Fonte: RENATO HALLGREN, Analista Senior do BB Investimento





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