Diário do Mercado na 6ª feira, 27.09.2019
Ibovespa sucumbe com exterior desfavorável, mas giro menor
Comentário.
O índice brasileiro tentou manter o otimismo doméstico com a percepção pelos agentes do ciclo de queda de juros pelo Banco Central para patamares mínimos históricos.
Contudo, externamente, a notícia que os EUA poderia restringir investimentos norte-americanos na China azedou o humor do mercado, principalmente acentuado por ser véspera de final de semana. Ou seja, foi veiculado mais um possível entrave na possibilidade de EUA e chineses firmarem um acordo para dissipar a guerra comercial entre os dois países, cujas negociações estão agendadas para dia 10 de outubro próximo. Neste panorama, os índices acionários em Nova York recuaram e contaminaram negativamente o Ibovespa.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1550 (-0,17%). Os juros futuros curtos fecharam quase estáveis e os intermediários e longos em baixa.
Ibovespa.
O índice esteve oscilante até a primeira hora da tarde. A partir daí, seguiu a tendência negativas dos índices de Wall Street e sucumbiu.
O Ibovespa fechou aos 105.077 pts (-0,23%), acumulando +0,25% na semana, +3,90% no mês, +19,56% no ano e +31,35% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,1 bi, sendo R$ 11,2 bi no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 25 de setembro (último dado disponível), a entrAda líquida de capital estrangeiro foi de R$ 3,529 milhões na Bovespa, com o saldo positivo passando a R$ 812,148 milhões no mês. Em 2019, a saída líquida acumulada passou a -R$ 20,417 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa de desemprego trimestral (junho a agosto) recuou para 11,8% versus 12,3% no trimestre de março a maio de 2019 e ante o 12,1% do mesmo trimestre do ano passado. Entre os trimestres acima neste ano,a quantidade de desocupados baixou 419 mil, para 12,6 milhões de pessoas; e abaixo dos 12,7 milhões em relação ao mesmo trimestre de 2018.
O rendimento médio real habitual no trimestre de junho a agosto passou a R$ 2.298, estável em relação ao R$ 2.297 do trimestre anterior e ligeiramente menor do que o R$ 2.302 do mesmo trimestre do ano passado. Já a massa de rendimento real habitual, em R$ 209,9 bilhões, ficou praticamente inalterada em ambas as comparações.
O IGP-M mostrou deflação de -0,01% setembro frente a -0,67% em agosto, acima do consenso de -0,13%. O indicador passou a acumular 3,37% no ano e 4,09% em 12 meses.
Nos EUA, o núcleo (A/A) do PCE (Personal Comsumption Expenditures), que é a variação de preços monitorada pelo Fed, passou a 1,8% em agosto ante 1,7% (revisado de 1,6%) em julho, ainda abaixo da meta de 2,0%. O índice de confiança do consumidor da universidade de Michigan subiu a 93,2 pts em setembro, de 89,8 em agosto.
Câmbio e CDS.
O dólar cedeu ante ao real e findou cotado em baixa, após passar grande parte da manhã operando de forma instável.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1550 (-0,17%), variando +0,05% na semana, +0,31% no mês, +7,23% no ano e +3,95% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 138 pts ante 137 pts na véspera.
Juros.
Os juros encerraram a sessão regular estáveis nos contratos de curtíssimo prazo e em queda no restante de sua curva de estrutura a termo, firmados pelo movimento de baixa do dólar no mercado interno.
Em relação à sessão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2020 em 5,07% de 5,08; DI janeiro/2021 em 4,96% de 4,98%; DI janeiro/2023 em 6,06% de 6,09%; DI janeiro/2025 6,66% em de 6,69%; DI janeiro/2027 em 7,00% de 7,02%.
Agenda.
Brasil: Resultado primário e nominal do setor público, prod. industrial, PMI manuf, balança comercial e utilização da capacidade;
EUA: payroll (criação de vagas na economia) e taxa de desemprego;
Alemanha e França: PMI Manuf.;
Reino Unido: PIB e PMI manuf.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 27.09.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos