Diário do Mercado na 3ª feira, 12.03.2019
Ibovespa tem pequena correção da alta da véspera
Comentário.
O Ibovespa denotou ligeira baixa após ter encerrado ontem em seu terceiro maior fechamento histórico (lembrando: recorde em 98.588 pts em 04/02/2019). O principal indicador de inflação, o IPCA, veio um pouco acima do consenso, mas, sem maiores surpresas.
Em verdade, os agentes têm operado em torno da expectativa do trâmite e ajustes da reforma da previdência encaminhada pelo governo do Presidente Jair Bolsonaro, com o índice brasileiro navegando ao redor dos 96 mil desde 10 de janeiro deste ano.
O panorama externo hoje esteve envolto na questão do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), com o parlamento britânico rejeitando pela segunda vez a proposta do governo local – fato que já estava precificado pelo mercado.
A questão agora volta-se para outra votação na próxima 5ª feira, que poderá adiar ou não a retirada do país do bloco europeu (marcada para o dia 29 deste mês de março). Este tópico afetou o comportamento das bolsas europeias, mas não teve maior influência sobre os índices acionários de Nova York.
No Brasil, o câmbio fechou em R$ 3,8140 (-0,68%). Nos juros futuros, todos os vencimentos tornaram a fechar em baixa, acompanhando o movimento cambial.
Ibovespa.
O índice principiou oscilante mas após o meio dia passou a operar definitivamente em campo negativo. Todavia, operou com curtas variações, basicamente, ao redor dos 97.700 pts (-0,33%). As ações da Petrobras encerraram em baixa, mas a Vale e o setor de bancos encerraram levemente positivos.
O Ibovespa fechou aos 97.828 pts (-0,20%), acumulando variações de +2,58% na semana, +2,35% no mês, +11,31% no ano e +12,57% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 13,064 bilhões, sendo R$ 12,631 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 8 de março (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 1,351 bilhão da bolsa, com retirada de R$ 1,384 bilhão em fevereiro. O saldo negativo acumulado no ano situa-se agora em R$ 2,479 bilhão.
Agenda Econômica.
O IPCA do mês de fevereiro mostrou variação de 0,43%, acima do +0,2% registrado em janeiro, em sua maior variação mensal desde outubro (0,45%). Os grupos alimentação e bebidas (+0,78% em fevereiro versus +0,90% em janeiro) e Educação (+3,53% em fevereiro ante +0,12% em janeiro) foram as maiores contribuições ponderadas para a elevação, com impactos de +0,19 p.p. e +0,17 p.p. no índice geral. O índice passou a acumular +0,75% no ano e +3,9% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana fechou em queda frente ao real, que seguiu alinhado às demais divisas emergentes. O dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,8140 (-0,68%), acumulando variações de -1,45% na semana, +1,63% no mês, -1,57% no ano e +17,10% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil permaneceu estável em 157 pts, em relação à véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa, dando continuidade ao movimento de queda da véspera, acompanhando a tendência do câmbio.
O DI para janeiro de 2020 encerrou em 6,41% ante 6,44%. O DI para janeiro de 2021 passou de 7,06% para 7,02%. O DI para janeiro de 2023 caiu de 8,15% para 8,09%. O DI para janeiro de 2025 recuou de 8,67% para 8,62%.
Para a semana
Brasil: Produção industrial; Vendas a varejo; Criação de empregos formais; IGP-10; Coleta de impostos.
EUA: Índices de preços de importação e exportação; Produção industrial.
Alemanha: IPC.
França: IPC.
Zona do Euro: IPC e Produção industrial.
China: Produção industrial; vendas a varejo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 12.03.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos