Jair Bolsonaro afirmou pelo Twitter nesta 2ª feira, 04.03, que será criada “Lava Jato da Educação”, para fiscalizar fraudes no setor, por meio de parceria entre MEC, Ministério da Justiça, Polícia Federal, Advocacia e Controladoria Geral da União. Para justificar, Bolsonaro escreveu que o Brasil gasta muito com educação.
“Dados iniciais revelam indícios muito fortes que a máquina está sendo usada para manutenção de algo que não interessa ao Brasil”,
Bolsonaro comparou o valor gasto pelo MEC Ministério da Educação em 2003, R$ 30 bilhões, com o valor de R$ 130 bilhões dispendidos em 2016.
“Brasil gasta mais em educação em relação ao PIB que a média de países desenvolvidos”,
O presidente --- alguem de limitada capacidade analítica, pouco mais que um analfabeto funcional, com graves dificuldades de expressão de algum pensamento, que em toda sua carreira militar e como deputado apresentou fortes sinais de psicopatologia --- afirmou que há erros nas prioridades do que é ensinado aos alunos e nos recursos aplicados na educação brasileira.
Porque isso agora ?
Porque um presidente limitado intelectualmente, coadjuvado por ministro da educação retrógrado, faz uma proposta indecorosa como essa ?
Seria para perseguir os professores, diretores, controlar conteúdo ideológico das aulas ? Sim, mas não somente isso. Essa frente de batalha parece ter papel que atende interesses do próprio Bolsonaro.
A explicação mais razoável está no crescimento da oposição com os desencontros, desativos, besteiras e batatadas perpetradas por Bolsonaro em apenas dois meses de (des)governo.
Na oposição dois nomes fortes se destacam, prováveis candidatos à presidência da República em 2022, que irão concorrer com Bolsonaro, em sua tentativa de reeleição: Fernando Haddad, que foi ministro da Educação de Lula, por 8 anos; e Ciro Gomes, cujo irmão Cid Gomes foi ministro da Educação durante o governo Dilma Rousseff, em rápida passagem.
A estratégia parece ser criminalizar atos de Fernando Haddad e de Cid Gomes em suas gestões enquanto ministros, com o objetivo de calar, desde já, Haddad e Ciro como opositores. Com isso, ambos poderão estar neutralizados para o processo eleitoral de 2022.
Inegavelmente essa incursão poderá certamente oferecer lastro para o corte de verbas para a educação pelo liberal xiita Paulo Guedes, o ministro da Fazenda sobre o qual caem suspeitas de ter interesses privados em empresas do ramo educacional.