Diário do Mercado na 5ª feira, 29.11.2018
Bolsa atinge nova máxima intraday, em dia de agenda morna
Comentário.
Após o incremento de apetite ao risco visto na véspera, a sessão da quinta-feira mostrou predominante acomodação, com parca oscilação dos juros futuros e dólar, mas com algum ímpeto positivo ainda ecoando na bolsa.
De fato, calcado na recuperação pontual do petróleo, com noticiário de cortes de produção na Rússia, o Ibovespa avançou e chegou a marcar novo recorde intraday aos 89.909 pontos no início da tarde.
O evento de maior relevância do dia, a divulgação da Ata do Fomc às 17h já estava praticamente precificado, dado o tom do discurso de Jerome Powell na véspera, e seria necessária uma leitura significativamente distinta para que ele se tornasse um direcionador de fato, o que enfim, não aconteceu.
O documento não trouxe surpresas, reforçando o tom “dovish” de Powell, com membros do colegiado expressando, apesar da favorável dinâmica econômica da região, divergências quanto à condução da política monetária no curto prazo, já que constata-se uma trajetória de possível elevação no endividamento das empresas, aliado a uma dinâmica inflacionária aos consumidores com sinais de arrefecimento diante da atual meta do governo em 2%.
Ibovespa.
Apesar da alta do petróleo, a Petrobras recuou modestamente, assim como a Vale, tendo recaído sobre os setores financeiro e de siderurgia a responsabilidade pela performance positiva do ponderado, que flertou com os 90 mil pontos na parte da tarde.
O Ibovespa fechou aos 89.709 pts (+0,51%, acumulando alta de 2,61% em novembro, 17,42% no ano e de 23,40% em 12 meses). O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 13,26 bilhões, sendo R$ 12,77 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 26 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 53,161 milhões da bolsa, aprofundando o saldo negativo de novembro para R$ 4,132 bilhões. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 10,042 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, dados do IGP-M registraram um recuo de 0,49% em novembro, rompendo com uma sequência de 15 meses de alta, segundo dados da FGV. A deflação veio dentro das expectativas que previam uma queda de 0,59% a uma retração de 0,26%.
A taxa de desemprego nacional foi de 11,7% no período de agosto a outubro, caindo em relação ao dado do último trimestre de 12,3%, segundo o IBGE. Projeções previam uma oscilação entre 11,6% e 12%.
O governo central apresentou um superávit primário de R$ 9,451 bilhões em outubro. De janeiro a outubro, o resultado primário de déficit de R$ 72,323 bilhões, em 12 meses registra um déficit de R$ 93,7 bilhões, dado esse que representa 1,35% do PIB.
Nos EUA, o PCE avançou 1,8% na comparação anual e 0,1% em relação ao mês de outubro. Os gastos com o consumo norte americano tiveram um avanço de 0,6% em outubro frente a setembro. Resultado veio acima das expectativas que previam uma alta de 0,4%.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana fechou em alta modesta sem grandes oscilações. O dólar comercial (interbancário) findou cotado em R$ 3,8520 (+0,39%), acumulando uma alta de 3,33% no mês, de 16,20% no ano e de 19,00% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos avançou para 221 pts ante 217 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros de longo prazo encerraram a sessão regular de lado, já os de curto prazo terminaram com viés de alta. O DI para janeiro de 2020 terminou em 6,98% ante 6,94% de ontem. O DI para janeiro de 2021 passou de 7,91% para 7,95% hoje. O DI para janeiro de 2023 encerou estável em 9,12%. O DI para janeiro de 2025 fechou na mínima de 9,63% de 9,67% da véspera.
Para a semana.
No Brasil: PIB.
China: PMI manufatura.
Zona do euro: IPC francês e do grupo, e taxa de desemprego da zona do euro.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 29.11.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.
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